1991: Tri – Tricolor
Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola. O Corinthians abriu as conquistas dos anos 90 depois de uma grande decisão contra o São Paulo de Raí e Cia. Porém, no ano seguinte, 91, o São Paulo mais forte ainda e comandado pelo lendário Telê Santana novamente fez bela campanha. Pela quarta vez consecutiva, foi mantido o sistema de acesso e descenso recomendado pela FIFA. Pela primeira vez desde a criação do campeonato, dois certames seguidos tiveram o número considerado ideal de clubes participantes (20). Foi também a fórmula mais simples da história do campeonato até então. Tudo indicava que, finalmente, o Campeonato Brasileiro de Futebol havia chegado à sua maturidade institucional. Mas a queda do Grêmio para a Série B acabou provocando uma “virada de mesa” entre 1992 e 1993.
Antes de contar como foi a conquista do terceiro título tricolor do Brasileirão, tenho que fazer justiça e registrar o adversário. Na virada da década de 80 para 90, uma cidade do interior paulista muito conhecida pelas belezas naturais e principalmente por sua linguiça, passou a ser conhecida também pelo seu time de futebol. O Bragantino apostou então num jovem treinador chamado Vanderlei Luxemburgo que antes de chegar ao clube havia passado por muitos outros clubes como o Democrata/GV por exemplo. Porém, foi em Bragança que Luxemburgo despontou para o futebol nacional como uma revelação. Principalmente depois de conquistar o campeonato Paulista na “final caipira” contra o Grêmio Novorizontino. Em 91, o clube não tinha mais Vanderlei que anos depois faria história no Palmeiras. Porém, o clube trouxe Carlos Alberto Parreira para comandar o “carrossel caipira”.
São Paulo e Bragantino fizeram uma final inesperada. Porém, as campanhas foram muito parecidas. O time de Telê Santana somou 26 pontos os mesmos do adversário. É bom lembrar que naquela época vitória somava apenas 02 pontos. Num campeonato com 20 clubes realmente fizeram grande campanha. O São Paulo venceu 11 vezes. Assim, teríamos uma decisão também nos bancos: Telê Santana x Parreira.
No primeiro confronto no Morumbi o São Paulo de Raí, Muller, Ricardo Rocha, Leonardo, conseguiu uma vitória apertadinha com gol de Mário Tilico depois de se aproveitar de uma bola rebatida numa cabeçada do volantão Bernardo. Ao final do jogo o placar de 1 a 0 deixou o tricolor satisfeito diante da dificuldade da partida.
A decisão em Bragança Paulista é até hoje a final de Brasileirão com menor público da história. Pouco mais de 12 mil pagantes puderam assistir a final. Jogando em casa, o Bragantino tratou de tomar a iniciativa. Entretanto, dono de um ataque rápido e inteligentemente armado por Telê, o São Paulo criou as melhores oportunidades que deram muito trabalho ao bom goleiro Marcelo. O Braga que tinha jogadores como Mazinho, Gil Baiano, Biro-Biro, Mauro Silva, Pintado e outros ótimos jogadores não conseguiu chegar ao gol de Zetti que era muito bem guardado por uma defesa experiente com Ricardo Rocha, Antônio Carlos. O zero a zero deu ao Tricolor paulista o terceiro título de sua história.
São Paulo: Zetti; Zé Teodoro, Antônio Carlos, Ricardo Rocha e Leonardo; Ronaldão, Bernardo, Cafu e Raí; Macedo e Müller (Flávio). Técnico: Telê Santana
Semana que vem vamos continuar contando a história do Brasileirão.
Rogério Silva
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