Regional: Todo mundo é juiz
Depois da nota do diretor de arbitragem Agnaldo Silva de Morais, comunicando que os árbitros da cidade decidiram, em solidariedade ao colega João Grossi, e obviamente a sua própria segurança e integridade física, a não trabalharem mais no certame da LCD em virtude dos últimos acontecimentos de agressões, chego a conclusão de algo que já desconfiava há muito tempo. Em Caratinga todo mundo é árbitro. Ou pelo menos acha que é. A grande maioria de jogadores, técnicos, auxiliares, massagistas, presidentes, “aspones”, todos gostariam de ter em campo um apito pra poder marcar somente oque lhes convém. É impressionante a reação diante de qualquer marcação do árbitro, de uma falta a um simples lateral, o banco de reservas inteiro gritando, proferindo palavrões impublicáveis, xingando o homem do apito ou seus auxiliares. Porém, agressões físicas passaram de todos dos limites aceitáveis Por isso, a atitude da arbitragem de Caratinga em “abandonar” o campeonato tem todo meu apoio. Afinal, pra mim, futebol é a coisa mais importante, das menos importantes. Nenhum pai de família deixa seu lar domingo pela manhã, esposa, filhos, lazer, para ser agredido por quem quer que seja. Ou começamos a mudar nossa maneira de fazer futebol, ou ele morrerá de vez. Moribundo já esta há algum tempo.
Que clássico!
Confesso que não me recordo a última vez que assisti a um clássico tão eletrizante como desse domingo. Mais uma vez, o suposto favoritismo de quem vive momento melhor não entrou em campo. O Cruzeiro começou melhor, marcação mais encaixada e velocidade no ataque. O Atlético perdeu o meio campo e tentava compensar com jogadas pelos flancos com o apoio de seus dois ótimos laterais. Foi um jogo onde quem gosta e sabe observar, pode ver o trabalho tático dos dois treinadores. Qualquer um que saísse com resultado de vitória não seria absurdo. Porém, o Cruzeiro teve mais oportunidades. Mesmo quando ficou com um jogador a menos, o Cruzeiro continuo compacto, atuando com duas linhas de quatro o que dificultava as ações do rival. Entretanto, com muita garra e paciência o Atlético chegou ao empate. Sobre os lances polêmicos, pênalti no lance de mão de Leonardo Silva e o puxão de Jemerson começou fora da área, porém, ele soltou a camisa do adversário apenas dentro da área. Pra mim pênalti também. A verdade é que foi um jogão como tem que ser um clássico. Na rodada do meio de semana o Atlético terá missão difícil contra o Santos na Vila Belmiro, o Cruzeiro recebe o Vasco no Mineirão. O fato dos cariocas estarem não lanterna não significa jogo fácil. Afinal, jogaram bem e venceram seus dois últimos compromissos.
Triste rotina
É sempre a mesma cena. Vândalos travestidos de torcedores causando pânico antes de jogos como o clássico de domingo. Infelizmente é uma realidade que só tem alguma chance de mudar com a união de clubes, polícia, e principalmente as pessoas que realmente gostam de futebol. Afinal, duvido que essas pessoas que transformaram as ruas numa arena de lutas sem sentido, viram o espetáculo que foi o jogo. Porém, lamentavelmente as leis facilitam para que possam continuar agindo assim. Quantos foram, e continuam presos?
Rogério Silva
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