1984: A vez do Fluzão
Mesmo afirmando que a década de 80 foi dominada por Flamengo e Atlético como protagonistas do futebol brasileiro, outro carioca também faturou um campeonato nesse período. O certame de 1984 foi vencido pelo Fluminense, que assim conquistou seu segundo campeonato nacional, já que o título do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970 foi oficializado pela CBF em 2010.
40 clubes organizados em oito grupos com cinco clubes em cada. Jogando em turno e returno, classificando-se os três primeiros colocados de cada grupo; o quarto colocado de cada grupo vai para a repescagem. Com quartas-de-final, semifinais e final: sistema eliminatório, com jogos em ida-e-volta, tendo o clube de melhor campanha o mando de campo no segundo jogo. No caso de empate na soma dos resultados, classifica-se o clube de melhor campanha em todo o campeonato.
Depois de conquistar o campeonato carioca com gol de Assis aos 45 minutos do segundo tempo contra o Flamengo, o Fluminense iria buscar o título brasileiro que não conseguia desde 1970. A campanha começou com Carbone no comando, demitido, deu lugar a Carlos Alberto Parreira. Porém, a maior contratação foi de Romerito, estrela do futebol paraguaio que estava atuando no New York Cosmos. Além dele, do Sul veio meio time. A começar pelo lateral-esquerdo Branco, que mais tarde disputaria três Copas do Mundo (86, 90 e 94); os meias Jandir e Leomir; o ponta-esquerda Tato. Mas foi no ataque que chegaram os mais importantes desse pacotão sulista. Os atacantes do Atlético-PR (semifinalista do Brasileirão de 1983) desembarcariam nas Laranjeiras para se apresentar ao povo carioca. Tratava-se nada mais, nada menos do casal 20: Washington e Assis.
O mais importante dentre os que subiriam da base seria o zagueiro Ricardo Gomes (hoje técnico do Botafogo). E ele contava com o experiente Duílio (ex-Coritiba e América-RJ) para fazer a dupla defensiva.
A DECISÃO
A grande final colocou frente a frente dois rivais cariocas. No primeiro jogo tivemos um confronto interessante e peculiar. Dois times técnicos, porém o tricolor era mais jovem e o vascaíno mais experiente. E a juventude derrotou a bagagem. Com seu refinado toque de bola e jogo envolvente, o Flu chegou à vitória por 1×0 com gol de Romerito, marcado aos 23 do primeiro tempo. O meia paraguaio, inclusive, foi o grande destaque da partida fazendo uma exibição inesquecível.
Para a segunda partida, do lado cruzmaltino a necessidade da vitória. Isso fez o técnico Edu adotar um esquema ultra ofensivo. Jussiê, que era atacante, substituiria o ponta Mauricinho.
Com 90 minutos de pura emoção com lances de ataque tanto para um lado como para o outro, o excelente poder ofensivo do Vasco não foi o bastante para vencer a exuberante defesa do Fluminense. Resultado final: 0x0 e festa tricolor. A máquina tricolor era impiedosa. Em 26 jogos, o Flu atropelou os adversários em 15 vezes e foi derrotado em apenas duas. Foram 09 empates. O ataque fuzilou com 37 gols e tomou apenas 13.
Os campeões: Em pé: Aldo, Paulo Vítor, Duílio, Ricardo Gomes, Jandir e Branco. Agachados: Romerito, Delei (no meio da criançada), Washington, Assis e Tato.
Semana que vem voltaremos com mais história do Brasileirão. Vamos recordar o surpreendente título do Coritiba numa final ainda mais surpreendente contra o Bangu. Até lá
Rogério Silva
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