A primeira vez do Vasco
Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola, depois de recordar o primeiro, e até hoje único título atleticano do Campeonato Brasileiro, hoje recordaremos a primeira conquista vascaína. Em 1972 e 1973 o Palmeiras levantou mais dois dos seus oito títulos. Porém, em 1974 não teve pra ninguém. O Vasco da Gama faturou o certame daquele ano. É bom lembrar que 40 clubes disputaram o Brasileirão daquele ano. O regulamento era o seguinte:
Primeira Fase: Em turno único, duas chaves com vinte clubes em cada. Classificando para a próxima fase os dez primeiros colocados de cada chave, mais os dois próximos na classificação independente de chave, mais os dois clubes com maior arrecadação/público entre os não classificados pelos critérios anteriores.
Segunda Fase: Quatro grupos com seis clubes, em turno único. Classificando para a próxima fase o campeão de cada grupo.
Terceira Fase: Quadrangular final, turno único, onde todos os clubes se enfrentam, e sendo campeão aquele que tiver melhor campanha na fase final.
A fórmula do time campeão era a junção de jogadores experientes e técnicos com jovens promissores, como Roberto Dinamite, além de Zanata, que foi revelado pelo rival Flamengo. A experiência nessa equipe ficava por conta do goleiro argentino Andrada, o volante Alcir Portela e o lateral Fidélis. Outros nomes que foram importantes na campanha foram os de Alfinete, Ademir, Luís Carlos e Jorginho Carvoeiro. Entretanto, como tenho dito desde a primeira coluna especial do Brasileirão, polêmicas sempre fizeram parte do nosso futebol quando o assunto é Campeonato Brasileiro, embora os cariocas tenham feita boa campanha na competição, Foram 28 jogos, com 12 vitórias, 12 empates e 04 derrotas. Marcado 33 gols e sofrido 18. Somando 36 pontos, para os mais jovens é bom lembrar que a distribuição de pontos era diferente no futebol. Vitória valia 02 pontos, empate era 01 pra cada equipe. Ainda assim foram muitas às reclamações cruzeirenses naquele ano.
Santos e Internacional também participaram do quadrangular final. Em 24 de julho, aconteceu o jogo que seria decisivo para o título. No Mineirão, Cruzeiro e Vasco empataram em 1 a 1. Aos 43′do segundo tempo, o árbitro Sebastião Rufino teria deixado de marcar um pênalti a favor do Cruzeiro. A confusão em campo foi generalizada. Aquele resultado deixou o Vasco a uma vitória do título. Tinha que vencer o Internacional no Rio de Janeiro. Se o Cruzeiro tivesse derrotado o Vasco, poderia conquistar o título na rodada seguinte, contra o Santos, em São Paulo. Pois bem, o quadrangular acabou empatado. Houve a necessidade de uma partida extra que teria como mandante a equipe com melhor campanha, no caso, o Cruzeiro. O Vasco, no entanto, entrou com um recurso alegando falta de segurança, devido aos problemas no jogo de 24 de julho. O Tribunal da CBF suspendeu a partida, e após um acordo entre dirigentes de ambas as equipes, decidiram que a final seria no Maracanã. O Vasco já demonstrava ter força política e saber articular nos bastidores. Enquanto os mineiros demonstravam total falta de prestígio. Afinal, o regulamento dizia que em caso de jogo extra a equipe de melhor campanha teria o direito de jogar em casa. O Cruzeiro tinha 38 pontos contra 34 do Vasco. Porém, as reclamações celestes não param por aí, o árbitro Armando Marques teria anulado um gol legítimo de Zé Carlos que levaria a decisão para às cobranças de pênaltis. Por outro lado, os vascaínos rebatem dizendo que também foram prejudicados ainda no primeiro tempo quando Jorginho Carvoeiro também teve um gol anulado. Seria o segundo cruzmaltino que faria 2 a 0. Ao final, o Vasco da Gama se tornou o primeiro clube carioca a conquistar o título de Campeão Brasileiro. Roberto Dinamite foi o artilheiro com 16 gols. O time campeão formou assim: Andrada, Fidélis, Miguel, Moisés, Alfinete; Alcir, Jorginho Carvoeiro, Zanata; Ademir, Roberto Dinamite e Luís Carlos. Técnico: Mário Travaglini. Domingo que vem contaremos mais um pouco da rica história do Brasileirão.
Rogério Silva
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