LCD: Desafio aceito
Depois de muito relutar, esquivar-me de diversos convites para pleitear o cargo de presidente da Liga Caratinguense de Desportos, acho que chegou a hora de encarar com coragem esse enorme desafio. Entretanto, não antes de consultar diversas pessoas e família. Afinal, mesmo tendo 25 anos de carreira na imprensa esportiva, tendo tido a experiência de dois anos como diretor de Esporte no América Futebol Clube, feito parte do grupo que retomou o principal campeonato da região em 2002, ainda assim, encaro como um dos maiores desafios da minha vida profissional e porque não dizer pessoal. Aliás, essa história que uma não interfere na outra é conversa fiada. Vidas pessoal e profissional se cruzam a todo momento. Por outro lado, a reunião de pessoas comprometidas, abnegadas e com “sangue nos olhos” pra encarar essa batalha juntos, me fez aceitar algo que, quem me conhece sabe que nunca quis pra mim. Mais que apoio da maioria esmagadora dos clubes em atividades na região, ouvi por parte de muitos dirigentes um pedido para que aceitasse. Entretanto, fiz questão de ressaltar para cada um deles, a responsabilidade de trabalhar para evolução e melhoria do desporto regional não é apenas minha. Muito pelo contrário, é de todos que se dizem apaixonados pelo esporte. Resumindo. NÃO EXISTE SALVADOR DA PÁTRIA! Nem eu, nem nenhuma outra pessoa consegue mudar uma estrutura, uma mentalidade e consequentemente uma situação sozinho. Por isso o grupo, ás ideias, a disposição individual de cada um é muito mais importante que o nome do presidente. Seja ele Rogério Silva, Joãozinho, Zezinho ou Mané.
Os desafios são muitos. Mas, se engana quem acha que o maior é legalizar a LCD novamente junto a Federação Mineira de Futebol, com foco, bom relacionamento na FMF e uma assessoria jurídica competente, é questão e tempo. Na minha humilde opinião, o maior desafio será trabalhar a mentalidade da grande maioria dos desportistas de nossa região. Afinal, é preciso fazer futebol amador com mentalidade profissional. Não dá mais pra fazer usando os mesmos métodos e artifícios dos anos 80 e 90. Entender que quanto mais organizado e legal o esporte só tem a ganhar. Não tenho a menor vaidade de ser visto como um grande presidente ao final do mandato. Mas, tenho como principal pretensão, deixar a situação bem melhor que encontrei. Confiança no grupo formado com tal objetivo, e certeza das minhas condições não faltam.
Um fato que tem me deixado extremamente feliz são as inúmeras mensagens de desportistas da velha guarda que estão confiantes que nossa sexagenária Liga pode renascer que tenho recebido. O fato de fazer parte do meio a mais de 40 anos, ter participado dos bons momentos da entidade como jogador na base, adulto, e a 25 anos como jornalista, me motiva. Mas, a diferença será feita pelo conhecimento adquirido ao longo dos anos e principalmente pela força da união de todos.
Rogério Silva
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