Zé Antônio: Tem que respeitar
O futebol precisa cada vez mais de pessoas como José Antônio. Sério, trabalhador, dedicado e dono de um caráter diferenciado. Historicamente o verdadeiro futebol amador é feito por pessoas como Zé, e por causa deles ainda sobrevive. Sem muito esforço, posso listar alguns nomes rapidamente: Elói Restori, Sô Luiz Eugênio, Helinho, Waldevino Alexandre, Zé Canuta, “Coco”, todos de saudosa memória. Lamentavelmente, atualmente não temos muitos como esses que citei. Alguns, graças a Deus ainda estão conosco. Porém, o tempo forçou que mesmo apaixonados por futebol, tivessem que parar, e acompanhar apenas de longe, como nosso querido Zé Camelô no Bairro das Graças por exemplo. Não por acaso, muitos dos trabalhos desses personagens deixaram de existir assim que saíram de cena. Por isso, temos que valorizar, reverenciar e apoiar cada vez mais desportistas como Zé Antônio. Fico cada vez mais preocupado que temos visto cada vez menos pessoas como ele no esporte. O Esporte Clube Caratinga é privilegiado por ter logo dois: Zé Antônio e Nil. Uma dupla que faz um trabalho de excelência. A seletiva do Atlético mais uma vez foi um enorme sucesso. Organização elogiada por todos que lá estiveram. É verdade que o apoio da diretoria é de extrema importância. Sem ele seria impossível realizar tal evento. Porém, o esforço de Zé Antônio correndo atrás de apoio, usando seu prestígio e bom nome na praça, pensando e executando, tem que ser exaltado. Ao lado de Nil um dos mais competentes treinadores de base do interior mineiro, formam uma dupla perfeita e os resultados mostram isso. Na minha humilde opinião, todos os nossos clubes precisam pensar urgentemente na formação não só de atletas, mas, em como substituir a altura homens como José Antônio e Nil. Não é uma tarefa nada fácil.
Reencontro com o Rei
Em 2015 tive a oportunidade de entrevistá-lo pela primeira vez no programa Abrindo o Jogo. Em 2017 estivemos juntos outra vez num evento, na última Quinta-feira dia 19 reencontrei Reinaldo no Esporte Clube Caratinga. Nascido em 11 de janeiro de 1957, José Reinaldo de Lima chegou aos 14 anos ao Atlético já encantando por sua arte. Naquele ano de 1971, sua história mudaria, assim como a do Atlético, que receberia o maior ídolo e artilheiro da sua história. Nesta última semana, foram três dias consecutivos acompanhando de perto o trabalho de Reinaldo como observador técnico do Atlético na avaliação promovida pelo clube em parceria com o Esporte Clube Caratinga. Foi um enorme privilégio poder entrevista-lo mais de uma vez para os diferentes veículos. Mesmo demonstrando visível cansaço, Reinaldo não se negou a responder nenhuma pergunta, assim como atendeu a centenas de pedidos para fotos e vídeos. Por vários momentos, vi seus olhos brilharem quando via um garoto com talento se destacando. Convidado para falar um pouco da história do “Rei” no momento que recebia uma placa do Esporte Clube Caratinga, fiz questão de destacar que, além da genialidade com a bola nos pés a facilidade para fazer gols, Reinaldo nunca deixou de se posicionar politicamente num momento que o país vivia uma ditadura militar. Além disso, sua humildade diante de tudo que representa para o futebol, faz dele, “Rei” para os atleticanos, e ídolo para todos que amam o futebol.
Rogério Silva
@rogeriosilva89fm