A festa que queremos
Domingo passado estive cobrindo o jogo entre Santa Bárbara x Atlético/Salatiel. Além da festa pela reinauguração do estádio Francisco Maia, o carinho e o cuidado da administração em relação ao esporte, a festa da linda torcida do Tubarão me impressionou. Vibrando e cantando o jogo todo, deu uma show à parte. São essas as cenas que queremos ver cada vez mais nos estádios da região. Sempre elogio a torcida do Esplanada e da ASBJ que este ano não está no certame. Porém, a torcida azul e branco de Santa Bárbara merece todos os elogios do mundo. Não tenho dúvida que sua energia, tem sido um combustível a mais para a grande campanha do time que certamente está entre os favoritos ao título.
Rodada quente para os mineiros
A rodada do meio de semana teve empate atleticano e finalmente vitória cruzeirense sob o comando de Abel Braga. Porém, os confrontos do final de semana prometem muito. O Atlético terá o bom time do Santos pela frente. O time comando por Jorge Sampaoli é um dos melhores do campeonato, com uma filosofia ofensiva, que gosta da posse de bola e pressionar o adversário. Vagner Mancini com um pouco mais de tempo, terá trabalho para preparar sua equipe para saber se defender e explorar os espaços nos contra ataques. Certamente um jogo bem mais complicado do que foi contra o CSA.
O Cruzeiro está um pouco mais aliviado. A vitória contra o São Paulo foi justa e merecida. Soube se impor diante de um adversário bem treinado com jogadores de qualidade em todos os setores. Porém, pra sair da zona de rebaixamento terá que bater também o Corinthians. Na minha opinião, o problema está no estilo de jogo corintiano, se o tricolor é um time ofensivo, o Timão é completamente reativo. A Raposa terá que ter paciência, além de muita atenção com o Corinthians, que mesmo desfalcado, é perigoso.
Futebol imita a vida
Na minha humilde opinião, existem três formas de analisar futebol. A primeira e mais comum é com o coração. Normalmente a grande maioria dos torcedores fala sobre futebol deixando se levar pelas emoções. Torcedor é totalmente passional. A segunda e mais rara das três, é o comentário feito com a razão. É quando se deixa o cérebro conduzir a opinião. Um número bem pequeno de pessoas conseguem agir assim. Pouquíssimos são os que conseguem comentar futebol de forma racional. A terceira, e mais lamentável, maneira de comentar futebol, são “comentários feitos com o fígado”. Isso mesmo, tem gente que fala sobre futebol, e passa a impressão que está o tempo todo com o fígado ruim. De mal com a vida, com a boca amarga. Gente assim tem enorme dificuldade em admitir os méritos do rival na conquista. Normalmente preferem procurar subterfúgios para explicar o sucesso do adversário. No caso do futebol, preferem atribuir a conquista do rival a um “esquema montado para ajudá-lo”, preferem dizer que só ganhou porque foi favorecido pela arbitragem. Alguns a contragosto, até admitem mais ou menos, mas fazem questão de ressaltar que “se não te tivesse acontecido tal coisa”, “se fulano tivesse levado a sério”. A verdade é que o futebol imita a vida. Vai dizer que você ao ver o carro novo do vizinho não preferiu imaginar que ele esteja fazendo algo errado, que achar que simplesmente ele tenha trabalhado para conseguir? Vai dizer que na sua família não tem alguém que ao ver que você melhorou de vida não tenha comentado, “só pode tá vendendo droga”. Enfim, desmerecer a conquista dos outro faz parte da cultura do brasileiro. Para algumas pessoas, admitir que o outro conquistou por mérito, é admitir seu próprio fracasso. É assinar atestado de incompetência. Portanto, o que vemos no futebol, não é muito diferente que vemos no dia a dia em todos os setores da sociedade.
Rogério Silva
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