Por Patrícia Nayara Estevam*
Olá, leitor!
Se pudéssemos resumir a situação da ciência brasileira nos últimos anos em uma palavra seria: resiliência. Caso esta seja uma palavra nova para você, saiba que resiliência vem do latim “resilire”, que significa “voltar atrás”, ou seja, é a capacidade de voltar ao estado normal após fases turbulentas. No ditado popular, é o famoso “nóis enverga, mas não quebra!”.
A pesquisa científica é essencial para a vida das pessoas e para o desenvolvimento de um país. Toda a sociedade é beneficiada por ela. Se você possui filhos e tem a oportunidade de levá-los à Unidade Básica de Saúde para tomar vacinas (gratuitamente!) que irão protegê-los de diversas doenças, agradeça a ciência! Os medicamentos que usamos para tratar diversas doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão e a asma também só foram criados através da ciência. Você já conseguiu salvar a vida de alguém através da doação de sangue ou de órgãos? Então, viva a ciência!
Somente pessoas que não entendem nada sobre a ciência e a pesquisa científica no Brasil conseguem afirmar, por exemplo, que “vacinas causam autismo” ou que “ser cientista não é uma profissão”. Durante a pandemia de Covid-19 os cientistas puderam provar que são sim fundamentais e insubstituíveis. Sem eles, provavelmente a ação devastadora do vírus poderia ter feito muito mais vítimas fatais.
No período de 2019 a 2022, o Brasil passou por um momento crítico na ciência. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) realizou um dos maiores cortes de bolsas de pesquisa da história. Sim, foram milhares de estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado que foram obrigados a desistir do sonho de fazer ciência.
Apesar de estarmos caminhando a passos lentos, a partir deste ano (2023) já pudemos notar algumas melhoras no que se refere à ciência no Brasil: o número de bolsas de pós-graduação voltou a subir nas universidades públicas federais; a remuneração recebida, para que o pesquisador possa se dedicar exclusivamente às suas atividades sem precisar manter vínculo empregatício com outras empresas, também aumentou. E por mais que tenham tentado acabar com ela, a Lei de Cotas é resiliente e continua existindo para todos aqueles que dela fazem jus.
No entanto, não podemos nos acomodar pois ainda é preciso avançar em diversos aspectos, como por exemplo, a sociedade ainda precisa reconhecer e enaltecer a participação das mulheres no meio científico e acadêmico. As mulheres podem e devem fazer ciência! Afinal de contas, uma mulher pode ser mãe, esposa, cientista e muito mais.
Eu apoio a pesquisa científica no Brasil, e você?