40 casais tiveram a oportunidade de dizer ‘sim’ e oficializar a união
CARATINGA– Sandra Firmino e Tassio Ítalo estão juntos há 12 anos. O tempo passou, o amor foi fortalecendo, eles tiveram filhos e seguiram unidos, mas, a união nunca havia sido oficializada na Justiça. A oportunidade para eles e outros 39 casais surgiu agora em 2022, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca de Caratinga, ligado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
E mais que a oficialização da união, os casais ganharam uma verdadeira festa de casamento, com direito a vestido de noiva, cerimonial e decoração. A mobilização realizada pelo Fórum de Caratinga contou com parcerias importantes.
O juiz coordenador do Cejusc Anderson Fábio Nogueira Alves destaca como foi a preparação para o evento. “Estávamos com muita expectativa para esse dia chegar. Foram muitas reuniões, todo o procedimento de documentação, cartório, ajuda dos nossos parceiros com vestido, organização, cerimonial e banda”.
Os 40 casais precisaram comparecer ao Fórum Desembargador Faria e Sousa, para realização de procedimento e entrega de documentação. “Eles foram ao Fórum, levaram as testemunhas, a documentação e hoje é uma cerimônia para formalização. Vai ser dada uma benção, é um casamento simbólico com ato de entrega da certidão de casamento do registro civil”.
Trata-se de homologação de união estável, portanto, em sua maioria, casais que já viviam juntos já há anos, têm filhos, mas, ainda não eram casados no registro civil. “Então, fizemos esse procedimento para que eles tivessem um casamento e todo o período que eles já viviam ser válido como se casados estivessem desde o começo. Todo o procedimento foi de forma gratuita e contamos com os parceiros para proporcionar essa experiência. Sabemos que um casamento tem muitos custos e é um sonho que realmente custa caro. Então buscamos as parcerias, vestido de noiva, local, para que esse dia fosse possível”.
O magistrado ainda chama atenção para importância do documento, para garantia de direitos do cidadão. “Muitos casais conviveram 20,30 anos e na hora de pedir uma aposentadoria, uma pessoa por morte no INSS, não têm como comprovar que estiveram juntos aquele tempo. Então, a gente faz isso hoje é está realizando um sonho, mas é uma garantia do direito das pessoas lá na frente”.
A procura de casais foi intensa. Por isso, a expectativa é realizar outras cerimônias, com enfatiza juiz. “Tivemos esses 40 esse ano, alguns não tinham documento, tinham que buscar muito distante, não tiveram condições e então não conseguiram participar agora. Mas, é possível que a pessoa faça esse processo de conversão de união estável e tenha a certidão dela, mesmo sem essa festa. A gente faz isso lá no Fórum, mas, acredito que todo ano vamos conseguir fazer pelo número de interessados”.
O GRANDE DIA
Sandra Firmino destacou a alegria da chegada do grande dia. “A gente já estava junto há tanto tempo, tivemos nossos filho, só faltava mesmo o casamento e graças a essa oportunidade, conseguimos realizar esse sonho. Acho que este casamento comunitário poderia acontecer mais vezes, para que mais casais tenham essa oportunidade, pois, muitos querem casar e não têm condições. A gente já era feliz, agora a expectativa é de ser mais ainda”, disse.
Andreíza Jesabel e Márcio Gustavo estão juntos há cinco anos e tem três filhos. Eles celebram a participação no evento. “É muito gratificante selar essa união. Gratidão a toda equipe do Cejusc, primeiramente a Deus e a todos que estão fazendo parte desse momento com a gente. É um misto de sentimentos, inexplicável, muita felicidade”.