Conforme superintendente de Vigilância em Saúde, funcionários são ameaçados para entrega de animais recolhidos nas ruas
CARATINGA- O curral municipal de Caratinga, que funciona no Parque de Exposições João da Costa Mafra, recebe diariamente vários cavalos recolhidos na via pública. No entanto um desafio tem sido enfrentado pelos funcionários, se tratando da invasão de pessoas que declaram ser proprietárias dos animais e fazem a retirada deles à força.
Os casos envolvem ameaças para que os animais que, muitas vezes são encontrados por diversas vezes circulando pelas ruas, oferecendo risco à população, sejam devolvidos para os proprietários sem o devido pagamento de multa e demais trâmites necessários. No mais recente caso envolvendo o furto de um deles, resultou em um acidente fatal registrado no dia 16 de junho, próximo ao Parque de Exposições. Um cavalo que foi microchipado e furtado do curral municipal atravessou a rodovia e um motociclista não conseguiu desviar.
José Carlos Damasceno, superintendente de Vigilância em Saúde, destaca o trabalho que é realizado pelo Poder Público. “Para se ter uma ideia, ao longo dos últimos três anos, já recolhemos dentro desse curral mais de 300 animais. Iniciamos o processo de chipagem desses animais no segundo semestre do ano passado, já chipamos algo em torno de 100 animais desde o início desse trabalho. Estamos pensando em resguardar a integridade desses animais, mas, o propósito é também identificar esses proprietários”.
Conforme Damasceno é constante o grande número de animais soltos pelas ruas, devido à reincidência dos proprietários. “Infelizmente, todos os dias, estamos recolhendo animais soltos nos logradouros, transitando livremente pelas rodovias federais e estaduais. É um trabalho diário, às vezes até mesmo feriados e finais de semanas”.
A retirada dos animais recolhidos se dá através de pagamento de taxa de R$ 107. Os proprietários têm sete dias para reclamar a propriedade dos animais, porém, segundo José Carlos, na maioria dos casos a retirada não tem sido realizada da forma correta. “Os que se dizem proprietários entram dentro do Parque de Exposições e às vezes se valem de menores, chegam aqui ameaçando os funcionários pela manutenção e retiram esses animais de forma indevida. Isso, infelizmente tem acontecido. Todas as vezes que acontece um fato desse, o furto de um animal desses, nossa orientação é para o funcionário não entrar em confronto porque, na maioria das vezes, eles chegam armados. Logo de imediato é acionada a Polícia Militar, que comparece aqui no Parque de Exposições e faz a lavratura do boletim de ocorrência. Já tivemos algumas vezes a polícia fazendo a interceptação dessas pessoas que se dizem proprietárias furtando aqui e faz elas trazerem esses animais de volta e aí sim, de fato, elas pagam a taxa da forma que é devida”.
O superintendente afirma que a segurança tem sido reforçada no local na tentativa de coibir os atos criminosos. “Temos guarita com vigia lá embaixo, vigia noturno e dois funcionários na manutenção. Mas, esses proprietários chegam aqui fazendo ameaças e nossa orientação é não entrar em confronto, mas, acionar a Polícia Militar obrigatoriamente, até mesmo porque não sabemos se esse cidadão que se diz proprietário de fato é proprietário do animal”.
Em relação ao acidente do dia 16 de junho, Damasceno disse que o animal deu entrada no curral do Centro de Controle de Zoonoses no dia 29 de março, recolhido próximo ao Parque de Exposições juntamente com outro animal. “E no dia 1° de abril, uma pessoa que se disse proprietária entrou aqui com ameaça e levou esses dois animais. Infelizmente um deles se envolveu nesse acidente e foi possível verificar que ele já esteve por aqui, pois estava microchipado. Tivemos algumas informações que foram repassadas para a autoridade policial para tentar identificar esse autor do furto desse animal, que disse ser proprietário dele”, finaliza.