Em entrevista à reportagem do DIÁRIO, familiares revelam que foram ao Espírito Santo para pedir exame de DNA. Resposta do MP deve sair até fevereiro
VITÓRIA (ES) – Uma família de Ipanema foi até Vitória, no Estado do Espírito Santo, procurar mais informações a respeito da mulher que está em coma há mais de 15 anos. A esperança é que “Clarinha”, como é chamada pelo corpo clínico do Hospital da Polícia Militar (HPM), seja, na verdade Amélia Regina Alves de Moraes e tenha hoje 39 anos.
A reportagem do DIÁRIO entrou em contato com a família e conversou com Carina de Moraes, de 35 anos. Para que a esperança permaneça acesa, os familiares pediram que fosse feito um exame de DNA. A decisão agora cabe ao Ministério Público do Estado do Espirito Santo, que deve dar resposta até fevereiro.
De acordo com Carina, Amélia Regina saiu de casa, em Ipanema (MG), em julho de 1999, alegando que iria vender roupas. Desde então, nuca mais voltou para casa. Na época, ela deixou dois filhos aos cuidados da família.
Em levantamentos feitos na época pela equipe médica, a mulher que continua em coma foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. O local e o veículo que atropelou a mulher não são exatos, segundo a polícia.
Ela teve traumatismo craniano, foi socorrida por uma ambulância e chegou ao hospital já desacordada e sem nenhum documento.
VIZINHA ALERTA
Em conversa exclusiva com a reportagem do DIÁRIO, Carina revela que a família não sabia desta situação. Nem mesmo o caso passando no programa Fantástico, da TV Globo, alertou os familiares. “Na verdade, quem falou com a gente a respeito desta situação foi uma vizinha. Só depois é que fomos ver a reportagem completa. Isso foi na terça-feira (19). No dia seguinte, quarta-feira (20), com o apoio de algumas pessoas daqui de Ipanema, fomos até Vitória (ES)”, explicou Carina.
Com a notícia de que a mulher conhecida como “Clarinha” poderia ser, na verdade, Amélia Regina, a família se diz esperançosa. “Estamos muito ansiosos para saber se realmente ela é a minha irmã, que estava desaparecida. Só vamos ter certeza com o exame de DNA. Até fevereiro, vamos manter a esperança de que ela seja, realmente, a pessoa que tanto procuramos durante esses anos”, comentou a possível irmã.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Até esta quinta-feira (21), o Ministério Público recebeu 92 ligações em busca de informações e a Promotoria de Justiça recebeu três famílias, sendo duas de São Paulo e uma de Minas Gerais.
Segundo o Ministério Público, as histórias de todas as famílias estão sendo ouvidas e apuradas. As que mais se aproximarem com as informações sobre Clarinha, conhecidas até agora, farão exame de DNA.
Do universo de pessoas que procuraram a Promotoria de Justiça Cível de Cidadania de Vitória, 16 casos chamam mais a atenção, seja pela semelhança das fotos apresentadas, seja pela similaridade dos dados. Esses casos terão prioridade na realização dos exames de DNA.
A realização dos exames será gratuita para todos que passarem pela triagem, não importando de qual estado seja a pessoa, desde que tenha a disponibilidade de vir ao Espírito Santo para a realização do teste.
As pessoas que tiverem alguma pista da identidade da Clarinha devem procurar o MPES por meio do Promotoria de Justiça localizada no Centro Integrado de Cidadania (Casa do Cidadão) na avenida Maruípe, 2.544, Bloco B, Itararé- ES – Vitória.