Audiência de conversão da união estável em casamento civil foi realizada na última sexta-feira (20)
CARATINGA- O movimento na noite de sexta-feira (20), chamou atenção de quem passava pelas imediações do Fórum Desembargador Faria e Sousa, no Bairro Santa Zita. A casa da Justiça foi palco de um casamento. Por meio de projeto do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Caratinga, Darlene de Souza – que é auxiliar de serviços gerais no Fórum e Geraldo Júnior realizaram o sonho de formalizar a união, após 17 anos juntos.
A audiência de conversão da união estável em casamento civil foi realizada pelo juiz coordenador do Cejusc, Anderson Fábio Nogueira Alves, no Salão do Júri. Como em uma cerimônia típica de casamento, teve entrada dos padrinhos, daminhas, pajens, do noivo e da noiva. Inclusive a troca de alianças. Familiares e amigos acompanharam o momento.
O artigo 226 da Constituição Federal de 1988 frisa que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. A homologação do casamento civil retroage ao início da união estável.
O PROJETO
Em entrevista ao DIÁRIO, o juiz Anderson explicou que nesta etapa, o projeto foi voltado apenas para funcionários do Fórum. “Somente esse casal se enquadrou nos requisitos, eles já viviam em união estável e aí fazemos o procedimento para que essa união estável se transforme em casamento. Hoje eles podem tirar uma certidão no cartório de pessoas, que vai sair eles como casados desde o começo da época da união estável”.
O magistrado ressalta que para muitos casais, o momento é a realização de um sonho. “O que percebemos é que quando a mulher já tem uma família e os filhos, dificilmente ela vai tirar da educação, do sustento dos filhos, para realizar esse sonho de se casar. E o casamento comunitário é uma oportunidade que temos de realizar esses sonhos. E todo mundo ajudou, o local é nosso, todo mundo do Fórum um deu o vestido, ajudou com a decoração. Fazemos mesmo um ajuntamento da comunidade para realizar o sonho”.
Os casamentos comunitários já vêm acontecendo na comarca de Caratinga e para este ano já estão previstos outros. “Estamos com um projeto e acreditamos que com a parceria que vamos fazer, possamos conseguir ainda esse ano abrir inscrição para outras pessoas que tenham interesse no casamento coletivo. Contamos com ajuda de outras instituições, por exemplo, o curso de maquiagem e beleza já se prontificou quando fizermos. Na Apac já temos os casamentos comunitários e os parceiros que nos ajudam a fazer”.
SONHO REALIZADO
O casal Darlene e Geraldo não esconderam a emoção. A noiva fez questão de deixar sua mensagem de gratidão. “É um filme que passa na cabeça da gente, uma vida toda para trás, muitas lutas, sempre nós dois um do lado do outro, sendo companheiros, amigos. Esse momento era o grande sonho da nossa vida. É muita emoção, só agradecer a Deus e saber o tanto que somos queridos, pessoas que gostam da gente. Às vezes não vemos, o tempo corrido e ver cada um se dedicando, carinho, estar ali se dispondo, não tenho o que falar”.
Eles já têm um filho de 13 anos e Darlene está grávida. A felicidade se multiplica. “Esse bebê veio no momento que a gente estava se preparando para casar, descobri que estou grávida. Esse dia de hoje veio para completar a nossa felicidade”, finaliza.