CARATINGA – Caratinga aderiu à convocação da Central Única do Trabalhador (CUT) para a greve nacional contra as reformas trabalhistas e da previdência, além da terceirização. Na manhã de ontem, dezenas de trabalhadores se concentraram na Praça Getúlio Vargas protestando de maneira pacífica com cartazes e apitos. Devido às chuvas, a organização providenciou uma tenda para maior conforto dos manifestantes.
O protesto foi marcado por manifestação e música. Somaram esforços ao movimento, a cantora Analígia, que interpretou canções conhecidas do período da ditadura, como ‘O bêbado e a equilibrista’ de Elis Regina. A trilha sonora também foi marcada por ‘Admirável Gado Novo’, de Zé Ramalho, fazendo menção à classe trabalhadora. Após as apresentações artísticas e discursos que aconteceram na Praça, os manifestantes percorreram as principais ruas de Caratinga e fizeram uma paralisação na BR-116.
De acordo com o coordenador da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) de Caratinga, André Freitas, a organização já estava preparada para a previsão de chuvas, mas seguia na expectativa de grande adesão do público. “A gente estava na expectativa de ter uma chuvinha pra hoje (ontem), então até encomendamos essa tenda justamente pra ter esse abrigo, acredito que talvez vá interferir um pouco na manifestação, mas nós ainda esperamos um grande número de pessoas. A luta não é dos sindicatos e nem das centrais. É uma luta do povo. Qualquer pessoa que se intitule trabalhador, tem que estar nessa luta, nesse momento, porque são nossos direitos que estão indo pelo ralo”.
Conforme esperado pelo coordenador do Sind-UTE, o número de manifestantes aumentou por volta de meio-dia, quando estava prevista a passeata. Participaram professores da rede estadual e municipal de ensino, funcionários da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), trabalhadores rurais, dentre outros. Teve até quem protestasse com humor. O palhaço Mexerica e a Companhia de Teatro Galera da Alegria chamaram atenção com uma sátira da ex-presidente Dilma Rousseff, acompanhada por seus seguranças. O personagem já havia sido interpretado durante uma reunião da Câmara Municipal.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), Ronevon Huebra da Silva ressaltou a importância do movimento. “Estamos aderindo à greve nacional, colocada pra hoje (ontem) pelas centrais para poder fazer frente contra as reformas trabalhistas, previdenciárias e aprovação da terceirização. Isso fere a classe trabalhadora. Hoje é uma luta unificada, todas centrais sindicais, para a gente parar esse país, dar o recado ao governo que nós não concordamos e nem aceitamos essas reformas que estão colocadas. A chuva não veio para atrapalhar, porque tudo que cai do céu é bom. A nossa luta vai continuar e tenho certeza que não vai ficar só nisso, a classe trabalhadora hoje está dando um recado para esse governo golpista, que veio tirar direito dos trabalhadores, sociais fundamentais conquistados ao longo da história”.