Alan Lopes já tem se destacado na modalidade e conta como foi a transformação de seu corpo
CARATINGA- Alan Lopes de Souza, 27 anos, natural de Caratinga sempre se interessou por esportes, principalmente por artes marciais. Aos 16 anos, iniciou aulas de Jiu-Jitsu, o que trouxe muitos benefícios para sua saúde física e psicológica.
Mas, precisou ficar um tempo afastado do esporte e a mudança em sua rotina resultou em um ganho de peso. Alan precisou se reinventar e decidiu fazer uma verdadeira transformação em seu corpo. Em apenas um ano, saiu dos 94 para 77 quilos e tornou-se um atleta de fisiculturismo. Em entrevista ao DIÁRIO, ele contou sobre todo este processo de emagrecimento e traçou suas metas para 2020.
A DECISÃO
Alan afirma que quando começou a trabalhar com games, ficava noites acordado com uma alimentação inadequada. “Só comendo lanche, tudo que era mais fácil. Fui adquirindo peso, peso, fiquei dois anos bem sedentário, só o dia inteiro no quarto, só ia no banheiro e resolver as coisas que tinha que fazer na rua”.
Ele destaca que além disso, fazia serviços de segurança aos finais de semana, ficando 12 horas em pé no mesmo lugar e quando retornava para casa, somente sentado em função dos games, o que prejudicou sua saúde. “Gerou o início de trombose nas minhas pernas. Foi aí que eu decidi emagrecer, procurei a academia”, frisou destacando que a decisão de mudar de vida começou a partir deste episódio.
Pesando 94 quilos, Alan também era alvo de piadas dos colegas e começou a perceber que era preciso buscar uma vida mais saudável. “As pessoas brincavam, inclusive colocavam foto do Homer Simpson nas minhas redes sociais, minha esposa também falava comigo, pois a tendência da minha família é todo mundo gordinho. Eu, por sempre trabalhar com o ajudante de pedreiro, serviço pesado, sempre magro, porque não tinha tempo de comer. Foi trabalhando com games que adquiri muita gordura. Fui mudar para uma outra casa, carregar minhas mudanças senti um desconforto muito grande, exausto, assim percebi também que tinha que mudar de vida”.
Alan decidiu se dedicar à musculação e também ao CrossFit, as atividades físicas foram decisivas, bem como a mudança na alimentação. “Foi muito difícil, requer muita dedicação e resiliência. Fazer dieta não é fácil, porque às vezes estamos em um ambiente que tem muitas outras coisas e fazer dieta não adianta se não for cumprir todos os dias. E para um gordinho fazer as atividades de exercícios que emagrece é muito difícil. Consegui porque não fiz só academia, vim aqui também para o CrossFit onde variamos, nunca é o mesmo treino e sempre tem uma galera. Você não faz sozinho, isso foi o que mais me ajudou a perder peso”.
Em maio de 2019, pesava 77 quilos, ou seja, perdeu 17 quilos no período de um ano, o que surpreendeu o atleta e tem lhe motivado. “Agora não quero parar mais. Engraçado que deixei até um pouco os games de lado, estou fazendo outros tipos de atividades. Foi muito bom pra mim”.
FISICULTURISMO
Impulsionado pela musculação, Alan seguia focado nos treinos e chamou atenção do coach e proprietário de academia, Davyd Tionas, que identificou habilidades para a área de fisiculturismo. “Tem um ano e meio que faço musculação, com oito meses de academia, ele viu meu empenho, falou que eu emagreci demais, se eu não tinha interesse de fazer uma consultoria com ele. Ele já sabia das minhas condições financeiras, então disse que faria de graça e eu aceitei. Com quatro meses ele me propôs disputar um campeonato, a partir daí, comecei a minha preparação. E me consagrei campeão, tinha pessoas lá com 10 anos de academia e eu ganhei delas”.
Alguns meses depois, um novo desafio, participar do campeonato de Estreantes, em Vitória, no Espírito Santo. “Foi justamente quando completaria um ano que eu havia entrado na academia. Fui com intenção de participar, e registrar o momento de superação em minha vida, e acabei vencendo em primeiro lugar. Fui o segundo colocado em minha categoria principal, e em terceiro lugar em outras duas categorias. Agora, me considero um atleta de fisiculturismo”.
Para se dedicar a esta modalidade esportiva é necessária preparação e também recursos financeiros. Nesta tarefa, ele tem contado com muitas parcerias. “Comer sete vezes ao dia, fazer treinamento de quatro horas ao dia. Acordo, faço cardio em jejum, uma hora e meia de academia, treino poses em casa. E faço mais uma hora de CrossFit. São muitos exercícios e muita alimentação, requer um custo financeiro absurdo, mas não arrependo de nada. O professor do CrossFit não me cobra, meu professor do Jiu-Jitsu também não cobra, na loja de suplementos a mesma coisa. Então é tudo amizade, as pessoas que foram vendo um empenho ajudando, porque é bem difícil”.
O atleta já faz metas para o ano esportivo e pretende se profissionalizar no fisiculturismo. “Agora em 2020 pretendo ganhar um pouco de massa muscular, vou me empenhar em fazer off season e que é para ganho de massa. E quero galgar um campeonato ainda maior, ir para um mineiro e brasileiro. Enquanto isso vou juntar dinheiro para ir, porque o mais difícil é o recurso financeiro. Fui competir no Espírito Santo, porque eu não tinha condição de competir em Minas, aqui é tudo mais caro. E competi na maior federação do País, pela IFBB, o nível maior que temos aqui no Brasil”
Ajudante de pedreiro, salva-vidas e segurança aos finais de semana e artesão, Alan se dedica a muitas atividades e ainda é gamer, mas agora se dedica a uma vida saudável. Ele deixa um recado para as pessoas que desejam perder peso e estão desmotivadas. “Agora estamos no começo do ano, acredito que vocês não devem fazer promessas e realmente agir. Se queremos alguma coisa vem de dentro da gente e só conseguimos isso com muita resiliência e força de vontade. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.”
DEDICAÇÃO
O coach da Unbox CrossFit, Mateus Lima, que já foi fisiculturista também teve participação fundamental para o êxito de Alan nas competições e frisa o trabalho desempenhado. “O Alan é um cara que eu conheço já há bastante tempo, sempre esteve por perto, usei o método do CrossFit para ajudá-lo. Como já subi nos palcos do fisiculturismo, tive uma vivência, participei, peguei maturidade, mas eu não quis seguir a carreira, o CrossFit falou mais alto pra mim. Ele teve a informação dessa minha experiência e me procurou para ajudar na postura, cardio e outras coisas. Usamos alguns movimentos, recursos do CrossFit, que deu para ajudar, baixar o percentual de gordura dele, na mobilidade. E pude também ajudar nas poses do fisiculturismo, como ele ativar os grupos musculares para apresentar a parte da musculatura que era necessária”.
Mateus destaca que a dedicação foi fundamental. “O desempenho dele teve uma resposta muito grande, como ele já é atleta, adaptei o CrossFit da forma que beneficiou ele demais. Conseguiu baixar o peso dele muito rápido, conciliando com alimentação também, o fortalecimento, tudo isso contribuiu”.
O coach ainda afirma que o CrossFit é feito para “todo mundo”. “Basta se adaptar. Por ele ser adaptável à pessoa, acaba sendo amplo, quando o Alan veio com sobrepeso consegui adaptar pra ele, ele foi mudando, transformando e tendo vários resultados”, finaliza.