Erick Gonçalves faz balanço de ações e fala sobre desafios de atrair investimentos em saúde e outros serviços após a pandemia
CARATINGA- Os indicadores de saúde sempre fazem parte dos estudos de desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros. Portanto, é fator fundamental para avaliar a qualidade de vida de uma população e o potencial de desenvolvimento de uma localidade.
O secretário de Saúde Erick Gonçalves esteve na reunião de segunda-feira (21), da Câmara de Caratinga para prestar contas sobre os serviços prestados à frente da pasta, principalmente, se tratando do enfrentamento da covid-19.
Em entrevista à repórter Nohemy Peixoto, ele detalhou os principais resultados e ações na área de saúde em Caratinga.
Qual a importância fazer essa prestação ao legislativo?
Ontem (segunda-feira, 21), através da Secretaria de Saúde, realizamos uma prestação de contas da pasta da saúde. Prestamos conta com relatório detalhado do quadrimestre anterior, de todas as ações que desenvolvemos ao longo desse tempo, desde o mês de janeiro. Foi uma oportunidade de expor e prestar contas para a Câmara Municipal, anteriormente a isso já tinha prestado a conta também para o conselho municipal de saúde, que nos fiscaliza diariamente, onde temos também o total respeito e caminhamos junto com eles para desenvolver nossas ações e tivemos essa oportunidade, além de tirar todas as dúvidas e responder aos questionamentos dos nossos vereadores.
Se tratando da covid-19, você disse que já são em torno de 26 mil pessoas vacinadas em Caratinga. Que balanço você faz do andamento da vacinação?
Temos um balanço positivo, Caratinga vem avançando na campanha de vacinação das pessoas sem comorbidades e paralelo a essa vacinação, estamos terminando a vacinação dos professores, dos caminhoneiros, dos motoristas do transporte coletivo, iniciando também a vacina dos industriais. É importante avançarmos na campanha de vacina, pois, sabemos que a única solução até o momento para reduzirmos o número de casos e transmissão da covid-19 é vacinando as pessoas. Um fato também interessante é que Caratinga tomou todo cuidado com o armazenamento da segunda dose, principalmente a Coronavac que ficou um tempo, quase um ou dois meses em falta aqui no nosso País e tínhamos armazenado. Nós só abríamos após o período de 28 dias, que era o período legal das pessoas tomarem a vacina. Só abre o frasco quando tem 10 pessoas, para não desperdiçar nenhuma dose.
E Caratinga foi um dos primeiros municípios a receber doses da Pfizer…
Sim, estivemos dentro dos 47 municípios do estado de Minas Gerais recebendo a Pfizer, uma vacina que tem uma qualidade muito boa e a população clamava. Ela também nos deu oportunidade de iniciar a vacinação naquele momento de gestantes com comorbidades e agora vacinando as gestantes sem comorbidades, as puérperas e lactantes, que estão amamentando até seis meses.
O estado tem expectativa de ampliação da vacinação em julho, com o recebimento nos próximos dias de doses da Janssen…
Fomos informados que inclusive essas doses também serão enviadas para o interior e estamos esperando orientação do estado sobre como será a forma de conservação e aplicação e se terá um público específico para essa vacina.
O município recebeu novas doses essa semana?
Estamos recebendo hoje (terça-feira) em torno de 1.600 doses para continuar a vacinação do público que iniciamos na segunda-feira, que são a partir de 53 anos e lactantes.
Como tem sido a procura pela segunda dose?
A procura pela segunda dose nos preocupa, estamos conversando com as equipes de saúde, através dos nossos agentes e enfermeiros, na busca ativa desses pacientes. Há um hábito incorreto do brasileiro de iniciar tomando uma medicação e ele não finaliza. E a vacina é mais ou menos dessa forma, ele busca tomar a primeira dose e depois acha que não tem importância. O que nos preocupa também é a disseminação de informações incorretas por diversos públicos, político, outras autoridades, que desincentivam as pessoas na busca dessa vacina e na busca da imunização que é tão importante nesse momento, para evitar o prolongamento dessa pandemia.
Muitas pessoas temem pelos efeitos da vacina. Têm sido registrados efeitos adversos graves em pacientes de Caratinga?
Toda vacina sempre teve efeito adverso. Não é em todas as pessoas, aqueles efeitos mais comuns em algumas pessoas que tomam determinadas vacinas é dor no corpo, febre, diarreia… São efeitos de um dia e são comuns em outras vacinas também, mas, infelizmente, na covid-19, se falam muito de efeitos negativos. Até o momento não tivemos nenhuma hospitalização e nenhum óbito relacionado à questão da vacinação. É muito melhor você estar imunizado, do que deixar de tomar com medo de alguma reação adversa, que toda medicação pode causar e até uma alimentação, dependendo do estado.
Outro ponto que você comentou na Câmara foi que a testagem também avançou. De que forma isso foi possível?
Já testamos em torno de mais de 20.000 pessoas. Num determinado momento, quando estávamos na onda roxa fizemos uma testagem dos idosos no calçadão da Rua Miguel de Castro e alguns trabalhadores do comércio. Nós queríamos observar quais os locais e pessoas estavam positivas com o vírus ou as que já tiveram e não apresentaram sintomas.
Em que momento da pandemia Caratinga se encontra?
A microrregião de Caratinga e a macro do Vale do Aço estão na onda amarela, são poucas regiões do estado. Passamos da segunda onda e estamos prestes a entrar numa terceira; no momento, o número de casos tem crescido, mas, está controlado em nossa região. Esperamos mais um tempo para observar qual será o comportamento da doença, se vai apresentar novas variantes e quais soluções vamos buscar, para evitar essas contaminações e também os casos de internação e óbito aqui no nosso município.
O secretário de Saúde Fabio Bacheretti disse durante uma entrevista que Caratinga se destaca muito por estar em uma região com incidência muito baixa de casos e muitos leitos, o que acaba sendo um suporte para outros municípios. Qual sua avaliação da situação assistencial do município?
Com certeza. Caratinga se tornou cidade polo no atendimento à covid-19, prestando auxílio a toda a microrregião, principalmente, a macro do Vale do Aço e a macro também de Governador Valadares, entre outros municípios do estado. Durante esse mês passado recebemos diversos pacientes de diversas cidades, que são de macros mais longe, como Uberlândia, Patos de Minas, Pará de Minas e observamos que Caratinga preparou seu sistema de saúde para a pandemia de covid-19. É uma das cidades que possui o maior número de leitos disponíveis e conseguimos também fazer o controle da doença. Então, aquele número de pacientes que está internado no Casu, sempre vamos observar que Caratinga é o que possui o menor número de casos de internação. Quando vemos que tem 70, 80 pessoas internadas no Casu, uma média de 20 pessoas somente é do município de Caratinga. Lógico que achamos que isso não é o ideal, o ideal é não ter ninguém internado e não ter nenhum óbito. Vamos buscando no dia a dia orientar a população sobre as medidas preventivas para evitar essa contaminação.
Você disse que Caratinga tem se tornado uma cidade polo no atendimento à covid-19. É um desafio manter isso após a pandemia?
Com certeza. Essa semana fui em Belo Horizonte, nos reunimos com o secretário estadual de Saúde justamente dentro dessa pauta de buscamos habilitações de novos serviços, principalmente, em nossas redes hospitalares. Estamos avançando em novos projetos com a equipe técnica, para que, passando a pandemia vamos trazer novos serviços importantes e manter que esse atendimento seja referência para nossa microrregião e para o estado também.
Muito se fala em investimento na saúde. O que é fundamental para a conquista de recursos para o município?
Se trata de uma articulação técnica e política. O prefeito Dr. Welington tem uma grande posição no Estado de conseguir aglutinar diversos políticos que possam trazer, nos incentivar à busca de novos serviços. Estamos correndo atrás para realmente decolar nesse momento e trazer Caratinga como uma cidade referência. Vale lembrar que nessa pandemia, em nenhum momento nossos PSFs, nossa UPA, no hospital Casu, que é referência de atendimento e no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora também atendendo os outros casos, em nenhum momento tivemos hospitais lotados, falta de atendimento ou colapso na rede de saúde.
Quais são suas considerações finais?
Estamos aqui prestando contas novamente. É um canal aberto junto com a população e dentro da pandemia pedimos que cada um deve fazer sua parte, a importância do trabalho de cada pessoa no seu dia a dia. Sabemos que as pessoas precisam trabalhar, mas, manter as regras sanitárias como uso de máscara, o distanciamento e o local de aglomeração. Contar sempre com a Secretaria Municipal de Saúde, temos trabalhado muito, dedicado muito, todos nós, profissionais, temos trabalhado o tempo todo para evitar e reduzir os casos da covid-19 no nosso município. Pedimos a colaboração da população e que sempre acompanhe as novidades que vamos trazer Saúde da nossa cidade.