CARATINGA – O município recebeu nesta terça-feira (12), um seminário com o tema “Cafeicultura: Qualidade, Colheita e Pós-colheita e Legislação Trabalhista Rural”.
A programação contou com palestras sobre cafés especiais colheita e pós-colheita e contratações de trabalhadores temporários para o período de colheita, respeitando a legislação trabalhista.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais Roberto Aquino destaca a importância de falar sobre o café, levando conhecimento aos produtores. “Esse evento veio para qualificar nossos produtores, tornar a nossa região conhecida e colocar nossa região no meio de cafés especiais. O Sindicato dos Produtores Rurais, junto com o sistema Faemg e Senar está produzindo esse evento para melhorar nossa cafeicultura da região. É tirar aquele mito de café rio zona, que muita gente conhece. Nossa região está produzindo, são vários produtores expondo seu café e dá para sentir a qualidade de um café bom. A valorização da agricultura é importante para nossa região”.
Marcílio Magalhães, superintendente do Ministério da Agricultura, diz que Caratinga e região sempre estiveram na vanguarda da cafeicultura mineira e até da cafeicultura nacional. “Berço do IBC, daqui saíram várias cepas do café, que foram desenvolvidas e esse retorno agora a esses seminários, essas atividades presenciais, discutindo um tema tão importante quanto a qualidade e inovação do café, o Ministério acha de extrema importância. Até porque o conceito hoje de qualidade que o mundo pratica vai para além daquela qualidade intrínseca do grão. Qualidade hoje quer dizer não só se o café tem baixa acidez, o grão perfeito, uma borra no ponto ideal, mas, se ele foi produzido com respeito ao meio ambiente, aos direitos sociais, uso consciente de agrotóxicos”.
O superintendente destaca que hoje a qualidade dos produtos tem o fator de agregação de valor pela forma como foi produzido. “O mundo está cobrando isso do Brasil. Nós temos uma meta voluntária de neutralização de emissão de carbono, o Brasil se comprometeu a neutralizar as suas emissões até 2050 e Minas Gerais se comprometeu a fazer esse trabalho até o ano de 2030, então, temos urgência de levar esse conhecimento ao produtor, para que ele possa implementar as medidas necessárias para que a gente atinja essa meta até o ano de 2030”.
Os investimentos destinados aos agricultores por parte do Governo Federal também foram abordados por Marcílio. “Temos hoje um plano safra de R$ 250 bilhões que são disponibilizados para os produtores, além disso ainda temos o Funcafé, um fundo especial para a cafeicultura nacional. Tivemos um problema sério o ano passado com a seca em todo o País. Minas Gerais sofreu muito com esse processo, depois da seca veio a geada, então, tivemos principalmente no Sul de Minas uma perca muito grande de lavouras cafeeiras. E o Ministério da Agricultura fez gestão junto ao Ministério da Economia, para disponibilizar recursos para que houvesse uma renegociação dessas dívidas, um alongamento do prazo. E isso que temos conseguido fazer para apoiar o desenvolvimento da cafeicultura e proteger o produtor”.
PRODUTORES SATISFEITOS
Representando o Café Maricota, Ana Paula e Fernanda Sá destacam a importância de se investir em cafés de qualidade e a importância de dar visibilidade à produção da região.
Ana Paula afirma que a tradição de família pôde ser mostrada durante o seminário. “É uma experiência muito satisfatória, muito gratificante entregar um café de qualidade que já é produzido pela nossa família já tantos anos. Um prazer muito grande participar desse evento, muito organizado, um o público bastante considerável. Acreditamos que nossa região tem potencial, realmente temos que participar dessas feiras para levar nosso café para outras regiões”.
Para Fernanda, todos os cafés têm uma história familiar que merece ser contada e valorizada. No caso delas, a raiz vem da bisavó Maria Claudina de Sá, a dona Maricota. “A fazenda é familiar, Maricota é a nossa bisavó. A fazenda já produz cafés desde quando o pai dela adquiriu a propriedade. E ela por ser uma mulher guerreira, quisemos homenageá-la, mais do que justo, porque queremos ser pelo menos um pouquinho do que ela é na força, coragem e produzindo cafés de qualidade”.
O evento foi realizado no Centro de Convenções da Fundação Educacional de Caratinga (Funec), situado à Avenida Moacir de Mattos, 49, Centro, numa promoção do Sistema FAEMG em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Caratinga, com apoio do Sicoob Credcooper, Sebrae e Funec.