Com apoio do Exército, ação identifica o perfil dos usuários das estradas e os fluxos dos veículos para definir prioridade na gestão das rodovias federais
DA REDAÇÃO- Teve início no último sábado (19), a 2ª fase da Pesquisa Origem e Destino (OD), uma das ações do Plano Nacional de Contagem de Tráfego (PNCT), desenvolvido e executado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Os trabalhos são conduzidos por homens do Exército Brasileiro, com o acompanhamento de técnicos do DNIT e seguem até o dia 25 deste mês de novembro.
Cinquenta e oito postos de pesquisa, localizados em rodovias federais em 12 estados, estão incluídos nesta segunda etapa da Pesquisa OD, dentre eles o km 531 da BR-116 em Caratinga, onde está sendo reativado o posto de pesagem de veículos. O PNCT produz o diagnóstico socioeconômico nas rodovias federais e é gerenciado pela Coordenação-Geral de Planejamento e Programação de Investimentos (CGPLAN), vinculada à Diretoria de Planejamento e Pesquisa do DNIT (DPP).
O PNCT é composto pela contagem permanente automatizada, pela pesquisa OD e pela aplicação de modelo matemático. Aproximadamente, 2.400 militares foram treinados para esta fase, similar à anterior executada em julho deste ano, quando oficiais e soldados do Exército Brasileiro realizaram contagens manuais e entrevistas. Servidores do DNIT também participaram acompanhando os procedimentos.
Na ocasião, foram classificados 3.549.768 veículos e entrevistados 210.984 condutores. O diagnóstico de tráfego é importante para a identificação dos principais corredores de transporte rodoviário e da necessidade de expansão ou adequação de capacidade das rodovias, além de ser ferramenta fundamental para as atividades de projeto, construção, manutenção e operação rodoviária.
As contagens volumétricas e classificatórias de tráfego (Pesquisa OD) visam determinar a quantidade, o sentido e a composição do fluxo de veículos que passam por pontos selecionados do sistema rodoviário, numa determinada unidade de tempo.
As coletas das informações manuais e por questionários foram divididas em quatro fases. Outras duas estão programadas para 2017. Também parceira na ação, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) faz o desenvolvimento de metodologia para as pesquisas, consolidação e tratamento dos dados de fluxos de veículos e aplicação de modelo matemático para estimativa de tráfego médio diário anual para toda a malha rodoviária.
METODOLOGIA DA PESQUISA OD
A Pesquisa OD coleta informações da classificação do veículo, tipo de carroceria, ano de fabricação, número de passageiros e tipo de combustível aceito; propriedade, motivo de escolha da rota; dos dados da viagem; dos motivos da viagem; dados da carga transportada. Além disso, o condutor do veículo é convidado a sugerir, dentro da rota seguida, os melhores municípios para criação de um local de parada obrigatória de descanso.
Para a coleta dos dados, os militares utilizam 700 tablets adquiridos pelo DNIT. Depois da aplicação da Pesquisa OD, os equipamentos ficarão à disposição dos servidores de todas as Superintendências Regionais e Unidades Locais para auxílio nos trabalhos de campo nas rodovias.
SAIBA MAIS SOBRE O PNCT
Desde 2014, o DNIT retomou o PNCT, iniciado pelo extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), em 1975, e interrompido no ano 2000. O programa começou com a implantação de 14 postos de coleta permanente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais e chegou a ter 285 postos em operação.
Foram utilizados os estudos realizados em 2012 pelo DNIT, por meio do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que resultaram na definição de novo arcabouço para as contagens permanentes de tráfego na malha rodoviária federal.
O PNCT prevê a implantação de 320 postos de contadores permanentes que funcionarão 24 horas por dia, 365 dias por ano e, inicialmente, por um período de três anos. Do total de postos previstos, 240 já estão certificados e em operação. O funcionamento pleno do PNCT representa um ganho para as atividades de planejamento da infraestrutura de transportes do país, com ênfase nos meios rodoviários, que são a base da matriz brasileira.