O caratinguense micaO ficou conhecido pelo seu desempenho no LoL e realizou um encontro com os fãs. Ele foi escolhido como destaque do DIÁRIO na categoria Esporte
CARATINGA- Os admiradores de League of Legends (LOL), que é um jogo online competitivo, tiveram uma oportunidade de conhecer melhor sobre o jogo e suas particularidades. Na última quarta-feira (28/12), aconteceu um encontro do jogador caratinguense Micael Rodrigues, o “micaO”, atirador da INTZ, com os fãs. O evento foi organizado por Izau Christofer, que aproveitou a visita do adolescente a seus familiares durante as festas de fim de ano.
Durante o encontro, micaO respondeu a dúvidas dos fãs, distribuiu autógrafos e tirou fotos com os participantes. De acordo com o Izau, a receptividade dos eventos que tem organizado em torno do LoL mostra que o público tem agradado. “Foi um grande desafio topar fazer um evento em Caratinga sobre o LoL, não sabia se tinha um público certo, se a
cidade iria abraçar o evento como agora. Organizei o ‘Primeiro Torcida LoL’, que deu em torno de 100 pessoas, no segundo já vieram ainda mais pessoas. E agora trazer o micaO aqui é muito gratificante, sabemos que ele tem uma agenda intensa de compromissos e ele disponibilizar um tempo para estar aqui, com os seus fãs, com certeza mostra o apreço dele com os caratinguenses. Hoje eu vejo que a cidade tem capacidade para receber eventos deste porte e pretendo dar continuidade. Agradeço muito a todos os fãs presentes, pois sem eles nada seria possível. Um esforço que valeu a pena, pelo sorriso de vários fãs, a satisfação e a alegria já é muito gratificante”.
Também participaram do evento os familiares do jogador. A mãe de micaO, Thereza Rodrigues, veio de Vila Velha, no Espírito Santo. Ela relembra que, inicialmente, foi um pouco difícil encarar a novidade de que o filho havia decidido se aventurar no cenário dos jogos. “No início, ele tentou me convencer várias vezes, mas como todos eu também ficava um pouco desconfiada. Mas, a gente fez um compromisso. Ele iria até lá e ficaria uma média de quatro a cinco anos e voltaria para a faculdade, se desse certo. E parece que está dando certo. A gente está confiando nisso”.
De lá para cá foi preciso improvisar e se organizar para manter o contato com o micaO. “É um contato virtual, todos os dias a gente se fala pelo Facebook e telefone. E todos os finais de campeonato estou presente. É o meu compromisso com ele, porque é complicado. A parte mais difícil pra minha vida foi deixa-lo seguir, ele saiu de 17 anos para morar com pessoas que eu não conhecia, mas eu confiava nele. Não é fácil até, hoje, mas acreditei nele”.
Após adquirir experiência com a rotina de um filho jogador, a escritora irá lançar o livro ‘Manual de Sobrevivência para os Pais da Geração Z’. Ela esperar compartilhar os desafios que teve e encorajar outras mães, que ainda têm dificuldades de lidar com o assunto. “Contando realmente o lado cômico disso que é difícil e a gente sabe, manter o filho o tempo todo ali: ‘Desliga e vai estudar’. Todas as mães passam por isso. No primeiro fascículo, que terei a ousadia de fazer outros fascículos, vou apresentar realmente esses momentos que também passei. No segundo vou mostrar a biografia de alguns gamers que a gente conhece, para mostrar para os pais o que é realmente esse mundo do game, principalmente do LoL”.
Entre os participantes, o clima era de empolgação e satisfação pela opção diferenciada de entretenimento. Para Luís Henrique Santos, as pessoas estão começando a ver a modalidade de uma maneira diferente. “Achei muito bacana. Tenho acompanhado os eventos que têm acontecido e achado excelente, uma iniciativa muito interessante, porque destrói muros e constrói pontes, que nos permite a criar um novo conceito sobre o que tem chamado atenção da juventude. Querendo ou não, temos muitos casos tristes que acontecem por aí, pra muitos é um vício, para outros é uma perca de tempo; mas aqui está a prova real de que vale a pena. Para quem quer, tem interesse, mesmo que tenha dificuldades, é promissor. É um mercado que mundial já movimenta milhões pelo mundo e no Brasil, por ter começado a atrair atenção de muitas empresas e das pessoas, demonstra que não é um joguinho qualquer. É algo cada vez mais concreto e fundamentado como profissão e esporte eletrônico”.
Entrevista com micaO
O caratinguense Micael Rodrigues, o micaO, conversou com o DIÁRIO DE CARATINGA e falou um pouco sobre sua profissão, o reconhecimento dos caratinguenses e da satisfação de ter sido escolhido como destaque do ano de 2016 do DIÁRIO, na categoria Esporte.
Como você começou no LOL?
Comecei seis anos atrás, tinha 14 anos. Sempre jogava por diversão na verdade, sempre gostei muito de computador e nunca pensei que ia ser uma profissão. Sempre gostei de jogar campeonato e quando vi, já começava a valer dinheiro os campeonatos, ter uma estrutura, torcida começou a acompanhar, narrador. Estava jogando e do nada veio uma estrutura, começou a ser mais sério, gostava de fazer aquilo e o que começou por diversão passou a ser uma profissão.
Você terminou os estudos?
Terminei o Ensino Médio, ia fazer faculdade e resolvi pelo menos tentar um ou dois anos, que era uma coisa meio nova na época, para ver se isso dava certo. Se não desse, eu ia voltar a estudar, mas deu certo, continuo até hoje e quando parar; vou pensar no que fazer. Se volto a estudar, ou sigo alguma coisa no ramo mesmo.
Muitas pessoas se referem um pouco perplexas a “ganhar dinheiro jogando”. Qual a particularidade do LOL que o torna diferente dos demais jogos?
O LoL é um jogo de estratégia, então, acho que o principal que difere dos outros jogos é que ele é um jogo muito em equipe. Se você não estiver na mesma página que o cara do seu lado, você vai atrapalhar ele praticamente, então é um jogo que é mais importante você entrosar com seu time, estar pensando a mesma coisa sempre e jogar o mesmo jogo.
Atualmente, a mídia se abriu para o mundo do vídeo game. Como você analisa isso?
Quando comecei era muito pouco conhecido ainda e rolava muito mais preconceito do que existe hoje. Hoje ainda existe um pouco, mas, de modo geral, a mídia começou a aceitar melhor e divulgar mais. A galera conhecendo mais tem menos preconceito, eles veem que é uma coisa séria que pode ser uma profissão realmente, que diverte muita gente.
Como foi a recepção na sua terra natal, por estas pessoas que acompanham seu trabalho?
É um sentimento muito bom. Quase sempre quando eu saio, alguém me reconhece, por conhecer meu pai, meu irmão, minha família ou já ouviu falar de mim pelo menos, por alguma notícia. Acho muito legal isso, sou muito reconhecido aqui, a galera me curte bastante e acho isso o máximo. Sempre fim de ano eu venho, antes eu vinha mais, mas agora moro em São Paulo para jogar e fica mais difícil o calendário. Mas, Natal pelo menos sempre venho, essa época de fim de ano.
Como é morar em uma Game House?
É um centro de treinamento que a gente mora para jogar. A gente tem uma cozinheira, alguém para lavar a roupa e fazer tudo, pra gente só focar no jogo mesmo.
Recentemente, você escolhido como destaque do DIÁRIO na categoria Esporte. Como você avalia esse reconhecimento?
Eu li. Achei muito legal, porque acho que realmente muita gente nem considera o que eu faço como esporte ainda. Então, ser reconhecido e ver que o LoL foi reconhecido como esporte, dando um nível mais elevado de conhecimento, são dois sentimentos muito bons.
Para aquelas pessoas que ainda jogam escondidas, qual o conselho que você deixa para que elas possam ultrapassar os muros de seus quartos, em direção ao meio profissional?
Estudar bastante o cenário do jogo, analisar o que você gosta de fazer, se realmente vai querer ficar jogando oito a dez horas por dia, às vezes mais. Você tem que amar isso. Minha dica é essa, ver se realmente gosta e se dedicar, que vai ser bom no que você faz.