O mundo literário sempre movimentou as mentes humanas das mais variadas formas. Desde a invenção da imprensa, portanto, a primeira gráfica, por Gutemberg, ainda no século XV, panfletos e livros impressos, passaram a circular e fazerem parte da vida em sociedade. Os livros, com impulsionados pelo movimento renascentista, colaboraram de forma decisiva para uma revolução social que culminou com uma nova forma de pensar e agir.
Não demorou muito para que escritores surgissem, e na mesma proporção obras, se tornassem famosas pelo mundo. Um exemplo marcante é o livro “Romeu e Julieta”, de Willian Shakespeare, um clássico, praticamente, conhecido mundialmente.
Com o crescimento do número de escritores e obras, associações começaram a surgir como forma de agrupar os amantes dos livros. Assim, nascem as Academias de Letras, instituições pautadas no agrupamento de escritores e de incentivo aos livros.
No Brasil, em 1897, foi criada a Academia Brasileira de Letras (ABL), com o objetivo de propagar a literatura nacional e proteger a Língua Portuguesa. Ela é composta por 40 membros que ocupam sua “cadeira” de forma vitalícia. A escolha de novas acadêmicos acontecem quando há vacância de alguma das cadeiras e é realizada por eleição entre os membros. A sede da ABL está sediada na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Como em qualquer grupo, nem sempre os novos membros escolhidos são unanimidade. Ao longo da história da ABL, todos os nomes dos novos membros passam pelo crivo da sociedade. Sendo alguns mais aceitos e outros nem tanto. Entretanto, segundo a entidade todos os escolhidos gozam de critérios para estarem lá ocupando uma das 40 vagas.
Caratinga é uma das pouquíssimas cidades brasileiras que possuem dois representantes na Academia Brasileira de Letras (ABL). Sendo que a última eleita para ocupar umas das cadeiras da ABL é a Jornalista Míriam Leitão, pertencente a uma das famílias tradicionais da cidade. A eleição ocorreu no dia 30 de abril. Míriam Leitão é a 12ª mulher a ocupar uma das cadeiras da Academia. Ela ocupara a cadeira de número 7 que tem como patrono o poeta Castro Alves.
Miriam Azevedo de Almeida Leitão, nasceu no dia 07 de abril de 1953, é filha do pastor Uriel de Almeida Leitão e da professora Mariana Azevedo de Almeida Leitão. Aos 18 anos mudou para Vitória (ES), onde deu início à sua carreira como jornalista no Jornal Tribuna de Vitória e atualmente exerce a profissão no Grupo Globo. Na década de 1970, no período militar, participou de movimentos antiditadura, nesse período foi mãe do seu primeiro filho, que também é jornalista, Vladimir Netto. Escreveu inúmeros artigos para vários jornais impressos, revistas e sites, bem como é autora de 16 livros, de diferentes estilos literários.
Já o outro caratinguense, eleito para ocupar uma das vagas (cadeira) na ABL, no dia 06 de outubro de 2022 é Ruy Castro. O imortal nasceu em Caratinga no dia 26 de fevereiro de 1948, mas viveu pouco tempo nas terras das palmeiras, pois ainda adolescente mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde se formou e deu início à sua carreira de jornalista no Jornal Correio da Manhã. Dentre suas várias obras, o livro “Estrela solitária – um brasileiro chamado Garrincha”, que é uma biografia do eterno ídolo botafoguense Garrinha, merece destaque. Ruy Castro é reconhecido como um exímio biógrafo, tendo várias obras nesse gênero. Com o seu sucesso no mundo literário conquistou vários prêmios, entre eles: “Esso de Literatura”, “Jabuti” e “Nestlé de Literatura”. Ruy Castro ocupa a cadeira de número 13 que tem como patrono Francisco Otaviano.
E como disse o escritor Monteiro Lobato, “um país se faz com homens e livros”, portanto, que os caratinguenses na ABL possam contribuir com ações literárias e provocarem reflexões para construirmos uma Caratinga melhor.
Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.