INHAPIM – A história da pequena Mel Marinho Martins, que tem quase três anos de idade, emocionou a muitas pessoas. Ela tem uma má formação na coluna, chamada mielomeningocele, que compromete o desenvolvimento motor e urinário, impossibilitando-a de andar e fazer xixi normalmente. A doença foi diagnosticada na sala de parto, após Mel apresentar hidrocefalia, que é uma sequela da verdadeira doença.
Há alguns meses a família recebeu um diagnóstico desanimador de Mel, de que ela não teria mais o que evoluir e precisaria utilizar cadeira de rodas. Mas, a mãe de Mel,
Talita Marinho, não aceitou este diagnóstico facilmente e decidiu ir à busca de um tratamento na Tailândia, que parecia distante, mas que renovou as esperanças.
Este tratamento funciona através de células tronco; renovando a raiz dos nervos afetados e pode trazer benefícios em termos de função motora, sensibilidade e controle da bexiga, proporcionando uma significativa melhoria na qualidade de vida de Mel. Mas, o custo era muito alto. Incluindo as aplicações de células tronco, passagens, hospedagem, tradutor e alimentação, o total é de R$ 130.000.
A campanha que teve início há três meses para arrecadar o montante já terminou e com resultado positivo. A família conseguiu o valor necessário e segue para o tratamento ainda esta semana.
O DIÁRIO DE CARATINGA esteve novamente na cidade de Inhapim e conversou com Talita. Ela fez um balanço da campanha. “Começamos divulgando através do Facebook, contando a história dela, fiz um vídeo com imagens reais desde a sala de parto, a fisioterapia, todo desenvolvimento dela e isso tocou as pessoas, tanto que eu acho até engraçado que as pessoas se referem a ela como ‘a nossa Mel’. O fardo que estava sobre mim e meu marido, nossa família, de tentar trazer esse tratamento para ela foi dividido entre muitas pessoas. Se tornou bem mais leve e nós conseguimos alcançar o objetivo em três meses, foi muito mais rápido do que a gente imaginava. A gente sempre acreditou que ia conseguir, mas achamos que ia demorar e Deus abençoou”.
Segundo Talita, a família já providenciou tudo para segunda-feira (22) já estar em Bancoc, capital da Tailândia. “Já fizemos o passaporte, tomamos a vacina que é necessária, adiantamos toda a documentação e essa semana a gente vai. Sexta-feira (19) vamos para Belo Horizonte e saio no sábado (20) às 10h. 17h saímos de São Paulo e vamos fazer escala em Londres. Segunda-feira de manhã a gente chega em Bancoc e vamos direto para o hospital”.
Ao todo são 21 dias de tratamento, mais dois dias para ida e outros dois dias para a volta, ou seja, o retorno é após 25 dias. Mas, Mel ainda precisará continuar o tratamento no Brasil e de acompanhamento da sua evolução. “Aqui ela vai ter que fazer uma fisioterapia intensiva, sessões de câmara hiperbárica, terapia ocupacional e alimentação totalmente controlada. Ela fica seis meses nesse pós-tratamento porque as células-tronco ficam agindo no organismo. Então a gente vai continuar esse mesmo tratamento que aprende lá para melhorar a eficiência das células e elas poderem agir no organismo da Mel.”
E apesar da pouca idade, Mel já sabe sobre o seu tratamento. Quando questionada para onde iria viajar, respondeu animada: Tailândia. Talita afirma que aproveitou a campanha para conversar com a filha. “A Mel sabe. Ela não entendia antes porque não andava, falava que ela era bebê e ficava muito brava, falava assim: ‘Eu sou um bebezinho, só tenho um ano. É por isso, vou crescer e vou andar”. Agora expliquei como que seria; que ela ia fazer o tratamento. Estava com um ‘dodóizinho’, mas lá a gente ia ao médico, ia sarar, mas a gente precisava de ajuda de muitas pessoas. Isso parece que tocou tanto nela, que ela começou a conversar com todo mundo, entender essa situação que era tudo de apoio a ela. Ela entende que vai para o médico tratar e tem que se esforçar para conseguir o objetivo dela. Ela amadureceu bastante com isso também”.
Com a meta atingida, antes de embarcar, Talita fez questão de agradecer às doações. “Queria agradecer a todas as pessoas de Caratinga, Inhapim, toda a região, principalmente as igrejas que se uniram trazendo a doação, as orações que foram essenciais e a torcida atleticana de Inhapim que se uniu, os meninos que fizeram o cineminha, todos que se uniram, juntando grãozinhos. Muito obrigada a todo mundo que colaborou, estava junto com a gente, fico muito feliz”.