CARATINGA- 17 degraus de escada separam os irmãos Victor Emanuel Sodré, 15 anos e Kauan Antônio Sodré, 17 anos, da escola, da rua, do convívio social.
Com o diagnóstico de Distrofia Muscular de Duchene, eles perderam os movimentos das pernas. Uma doença progressiva e sem cura. Os irmãos, que residem na rua Dr. Didico, na comunidade Santa Isabel em Caratinga, dividem apenas uma cadeira de rodas comum, que não se encaixa em suas necessidades.
Assim, nasceu uma campanha para aquisição de duas cadeiras de rodas adaptáveis, além de construção de uma rampa para facilitar a locomoção dos jovens.
Emiliana Camila, mãe de Kauan e Victor destaca de que forma a doença foi se manifestando nos filhos. “A distrofia muscular faz o teste do pezinho e não acusa. Ela só é descoberta a partir dos três anos de idade. O Kauan foi diagnosticado a partir dos seis anos de idade, mas, eu notei diferença aos 9 meses de idade. Levei na médica e ela disse que era normal da idade, ele andou com um ano e 9 meses. Quando fui matricular ele na escola com 6 anos, conversei com a diretora e expliquei que ele caía muito, ela me orientou a procurar a Apae. Assim me encaminharam para Belo Horizonte, fiz todos os exames, o Victor também foi a mesma coisa”.
Ela explica de que forma a distrofia afeta a qualidade de vida deles. “É uma doença que não tem cura. Vai atrofiando os membros, atinge a fala; a mandíbula, fica com dificuldade para mastigar; atinge também o coração. À medida que vão ficando mais velhos ficam mais cansados”.
No dia a dia, o acesso é muito difícil. Os garotos precisam ser carregados para frequentarem a escola e demais necessidades. “Não sou de pedir ajuda, mas, se me ajudar eu agradeço demais da conta, fico muito grata. Nossa maior dificuldade é a locomoção, quando meu esposo está aqui, ele me ajuda, a gente reveza. Vou de manhã para escola com Victor e ele vai a tarde com Kauan, então, a gente reveza a cadeira, que é só uma. Meu esposo me ajuda, deixa ele no ponto de ônibus pra mim e quando não dá, eu e minha menina que descemos com o Kauan. Precisamos das cadeiras e da rampa para facilitar o acesso. Se não puder ajudar, compartilhe, a união faz a força”.
A CAMPANHA
Belkiss Chaves, que atua na comunidade mais de 10 anos, foi quem chamou atenção para a realização de uma campanha com a família. “Já conheço a família, mas, nunca me atentei que a Camila precisava da nossa ajuda. Ela trabalha na associação é uma pessoa da comunidade, que trabalha para a comunidade. Ela me disse que precisava de uma cadeira, mas, quando fui ver a história, são duas crianças com uma síndrome agressiva, que não tem cura. Então, a intenção é dar um alívio para que ela possa sair com eles, que tenham maior mobilidade. Nos deparamos aqui também com a situação de que ela precisa de uma rampa, porque carrega as crianças no colo. Conversei com umas amigas minhas que deram ideia dessa vaquinha. Colocamos à disposição para aqueles que devem nos ajudar”.
Daniele Ferreira, advogada e voluntária, afirma que se junto à campanha, dando início a uma vaquinha solidário online para arrecadar o valor necessário. “Tivemos essa ideia de criar a vaquinha online, feita através do site oficial vakinha.com.br, intitulada como “Cadeiras de rodas para os irmãos Kauan e Victor”. Colocamos a meta, que seria para adquirir as duas cadeiras adaptadas para eles, para dar condição de uma vida social e até mesmo tratamento médico. E também uma cadeira de banho. Também nos deparamos com a necessidade da rampa de acesso. Hoje a meta está em R$ 6.000 para adquirir as cadeiras adaptadas e de banho. Mas, devido essa necessidade pedimos quem puder doar material de construção, a mão de obra toda é feita pelos pais do Kauan. Nossa meta seria presenteá-los até o Natal com as cadeiras”.
Gabriela Rodrigues, agente de viagens e voluntária, soma forças na ação solidária e convida a todos a contribuírem. Até o fechamento desta edição, a meta para compra das cadeiras já estava próxima de ser concluída, mas, ainda é necessário arrecadar o necessário para a obra da rampa. “Criamos juntas, as contribuições estão aumentando, esperamos antes do Natal atingir a meta pra conseguir as duas cadeiras. Vamos também tentar conseguir a rampa para ajudar na mobilidade deles”.
Ajude na campanha pela chave pix email [email protected].