Conheça o trabalho realizado pela Associação dos Seletores de Materiais Recicláveis de Caratinga
CARATINGA- A Câmara Municipal aprovou projeto de lei de autoria da vereadora Giuliane Quintino, autorizando o município a doar à Associação dos Seletores de Materiais Recicláveis de Caratinga (Asmarc), o galpão localizado à Praça Coronel Rafael da Silva Araújo (Praça da Estação), 131.
O local, cuja área total é de 632,70 m², era cedido para a Associação desde 2012. Com o documento assinado em 3 de novembro, o espaço fica destinado, exclusivamente, para funcionamento da sede e demais dependências da Associação.
A ASMARC
A Asmarc, que conta atualmente com 10 associados, tem algumas finalidades, como apoiar e defender os interesses dos seletores de materiais recicláveis, favorecendo a união e organização dos mesmos; lutar para que eles possam trabalhar com segurança e protegidos da ação de atravessadores, intermediários e outros tipos de exploradores; profissionalizá-los através de cursos e treinamentos e lutar para que os catadores (as) e triadores (as) sejam respeitados na sua atividade.
A presidente Amanda Rocha de Souza destaca a logística de trabalha, que se inicia com a rota do caminhão da coleta seletiva, que passa de porta em porta, numa parceria com a prefeitura de Caratinga. De lá, o material segue para o galpão da Asmarc, onde é devidamente separado. “A coleta é feita no dia a dia, cada vez em um bairro específico, é descarregado todo dia a tarde. Separamos, triamos todo o material, cada um no seu devido lugar, plástico, papelão e metal. Após separar, levamos para ser prensado. Formamos uma carga mensal, para vender a carga e ratear o dinheiro, através disso sai nosso pagamento”.
Mas, para o andamento dos trabalhos se faz necessária a colaboração da população, que é convidada a separar o lixo reciclável do lixo comum. “Queremos deixar um recado também porque muitas pessoas não separam devidamente o lixo reciclável. Muitos colocam com o lixo comum, onde o caminhão passa, acha que é lixo e está indo material para o aterro sanitário. Deixamos o alerta para a população dar mais visibilidade para a gente e separar o material reciclável. Isso não só nos ajuda, mas, ao meio ambiente”.
Os materiais que mais chegam até o galpão são papelão e plástico, porém, o vidro também é aproveitado pela Associação, como frisa Amanda. “Recebemos vidro também, que é muito importante também para a gente aqui. Quem tiver em casa garrafa, pode ser doado, o caminhão da coleta passa de acordo com a rota. Então, pode colocar o material que vai passar e pegar”.
Para as pessoas que já realizam a separação e contribuem com a coleta seletiva, o alerta é evitar colocar o lixo comum misturado com o material que irá para a Asmarc. “Algumas pessoas separam, mas, colocam lixo junto. Fralda descartável e muitos papeis nós não reciclamos e costuma vir junto, o que acaba estragando o material reciclável. Esse tipo de lixo tem o horário do caminhão passar, não coloque junto com o material reciclável, acaba misturando, chega aqui temos que separar, muitas vezes acabamos jogando material reciclável fora, porque tem coisas que, mesmo com luva, fica desagradável da gente separar”.
Em relação ao destino final do material que é recebido, a comercialização acontece em Caratinga e outras localidades. “Muitas vezes o plástico, material fino, que alumínio, metal, cobre, vendemos por aqui mesmo na cidade. O papelão vai para fora; quando é uma carga maior de plástico, também mandamos para fora”.
Conforme Amanda, mensalmente, o caminhão está trazendo cerca de 14 mil quilos. Porém, ela acredita que o potencial é arrecadar um volume maior. “Caratinga tem capacidade de trazer muito mais quilos por dia. Tem que ter a conscientização das pessoas, muitas conhecem o trabalho, mas, pensam que somos assalariados da prefeitura. Infelizmente, não. Recebemos o que trabalhamos e a doação que é feita através da porta e do caminhão também. Muitas pessoas deixam de doar o material para nós, achando que já recebemos o salário da prefeitura. Já escutamos pessoas falando que não iam doar para a coleta seletiva, que já recebemos nosso salário e queremos mais. Não é isso, recebemos pelo que nós triamos, não é um valor fixo”.
Assim, as 10 famílias tiram o sustento de um trabalho árduo, cuidadoso e que depende da contribuição da população caratinguense. “É de acordo com o tanto de material que é triado, prensado, que formamos a carga e vendemos. Graças a Deus está dando um salário para cada um. A Associação passa uns apertos, mas, queremos conscientizar para chegar cada vez mais material para nós”.
A respeito da doação do imóvel, Amanda destaca um sentimento de alívio. “Tínhamos cessão de espaço, que já estava quase vencendo o prazo e ficávamos sem saber se depois que vencesse, se iam estender de novo o prazo para nós ou iam nos tirar daqui. Agora, sabendo que eles vão fazer a doação, ficamos mais tranquilos”, finaliza.