CARATINGA- As altas temperaturas registradas no país têm impactado nos preços de frutas e hortaliças vendidas no entreposto da Ceasa de Caratinga. O forte calor acelera a maturação de alguns produtos, e com isso, o produtor tem que antecipar a colheita, afetando a oferta e os valores de comercialização.
No mercado desta quarta-feira (13), dentre os produtos em alta estavam o chuchu, que estava cotado a R$120, enquanto na segunda-feira (11) foi comercializado por R$ 80. A vagem também disparou com o valor de R$120. As frutas também seguem em alta devido a fortes ondas de calor e também nas regiões produtoras dessas frutas, o registro de fortes chuvas, sendo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Generaldo Bragança, assistente técnico da Ceasa Caratinga, explica como as temperaturas têm afetado a comercialização. “As plantas, os legumes, precisam de calor e água, mas, numa quantidade também certa. Fora disso prejudica. Alguns produtos acabam ficando excessivamente alto, as frutas em geral, o tomate; o chuchu que na semana estava barato, hoje está o contrário. Ainda estamos sem chuvas por aqui, mas, houve uma queda na temperatura se comparado a dias anteriores. Com isso a maturação dos frutos chega na hora certa, não chega na hora exagerada. E a qualidade deles hoje está melhor do que há 15 dias”.
Nesta quarta-feira (13), alguns produtos chegaram com preços estáveis em relação à segunda-feira, por exemplo, o tomate comercializado pelo valor de R$ 60 e o quiabo por R$ 30.
O cenário de calor intenso também tem provocado a perda de alguns produtos, o que significa prejuízo para o produtor. “Há 15 dias, tinha tomate que chegava muito maduro aqui, aqueles que estavam moles serviam para o consumo, mas, o consumo in natura, não serviam para viagem, aí virava chorume. Muitas pessoas pegaram para tratar de animais. Mas, na maioria foram perdidos, mesmo a preço baixo”, explica Generaldo.
O pimentão ficou em baixa, com preço entre R$ 20 a R$ 25, enquanto no início da semana foi disponibilizado por R$ 30 no mercado da Ceasa. Ao contrário de alguns outros produtos, como analisa Generaldo. “É a lei da oferta e da procura. Quiabo agora está produzindo menos, na semana passada estava baixo, hoje está num preço maior, porque além de ter chovido, o quiabo aqui a maioria é de São João do Oriente, onde o clima é bem mais quente do que Caratinga. Estando regular o preço é maior. Também podemos citar as folhosas, que precisam de água constante e acaba afetando a quantidade, acaba chegando menos no mercado e o que consegue chegar, o preço é mais alto”.
O ano de 2023 foi marcado pelas altas temperaturas. No mês de novembro, o Brasil registrou a sua oitava onda de calor do ano. Para os meteorologistas, a irregularidade de chuvas ainda deve persistir. Os produtores preferem ser otimistas. “Como o ano que vem é bissexto, acredita-se que o pessoal da roça que as intempéries da lua facilitam muito para chover com mais abundância. Esperamos que seja verdade, se for, a partir de fevereiro e março teremos chuvas com mais abundância”.