CARATINGA- Calor e sorvete é o tipo de combinação perfeita. É por isso que o verão é o período preferido dos brasileiros para usar e abusar dos gelados. O picolé também não fica de fora. O que importa é se refrescar e aproveitar o momento com os amigos ou familiares.
A Reportagem esteve em uma fábrica de sorvete em Santa Rita de Minas, para saber um pouco sobre o processo de produção do sorvete e do picolé e da expectativa de vendas. Com a estiagem prolongada e o calor intenso em Caratinga e região, as vendas estão crescendo a cada dia mais e deixam um cenário de otimismo.
De acordo com José Eustáquio Tavares Júnior, o verão aumenta em torno de 80 % das vendas. “Nossa demanda cresceu muito, foi uma surpresa, devido ao calor prolongado. Atendemos a um raio de 200 km ao redor. E toda a região procura muito, a abertura a novos clientes está enorme”.
José Eustáquio destaca que em novembro e dezembro as vendas são historicamente mais baixas. Mas, contrariando o período, a demanda cresceu consideravelmente desde o ano passado, já que o calor ainda não deu trégua. “Nos surpreendeu. Nossa expectativa é boa, de verão prolongado e isso se reflete também na geração de empregos diretos e indiretos. Calor combina com sorvete”.
No setor de produção, são 16 pessoas trabalhando na fabricação de picolés e sorvetes. O primeiro processo para fabricação do sorvete é aquecimento a 90°. Em seguida, a mistura passa pelo resfriamento a -7°. Ele ainda passa pela maturação, dosando-se depois para o sabor desejado.
Para o picolé, o processo é semelhante. Após maturação da calda base, é feito enriquecimento com o sabor que está sendo fabricado. Na próxima etapa, a calda é colocada na fôrma. Após estar firme, o picolé é retirado das fôrmas com cinco segundos e imediatamente embalado.
Segundo o preparador de calda, Wemerson Francisco Couto, geralmente são fabricados 25 mil picolés por dia, mas, atualmente, este valor aumentou para mais de 30 mil. Ainda são fabricados três mil potes de sorvete 1,7 litros por dia.
A história começa com os chineses, que misturavam neve com frutas fazendo uma espécie de sorvete. Esta técnica foi passada aos árabes, que logo começaram a fazer caldas geladas chamadas de sharbet, e que mais tarde se transformaram nos famosos sorvetes franceses sem leite, os sorbets. Nos banquetes de Alexandre, o Grande, na Grécia, e nas famosas festas gastronômicas do imperador Nero, em Roma, os convidados já degustavam frutas e saladas geladas com neve. O Imperador mandava seus escravos buscarem neve nas montanhas para misturar com mel, polpa ou suco de frutas.
O gelo era estocado em profundos poços construídos pelo povo. Porém, a grande revolução no mundo dos sorvetes aconteceu com Marco Polo, que trouxe do Oriente para a Itália, em 1292, o segredo do preparo de sorvetes usando técnicas especiais. Assim a moda dos sorvetes espalhou-se por toda a Itália, e quando Catarina de Medici casou-se na França com o futuro Henrique II, entre as novidades trazidas da Itália para o banquete de casamento, estavam as deliciosas sobremesas geladas, as quais, encantaram toda a corte.
Hoje, no mundo todo, quem mais fabrica sorvete são os norte-americanos. No Brasil, o sorvete ficou conhecido em 1834, quando dois comerciantes cariocas compraram 217 toneladas de gelo, vindas em um navio norte-americano, e começaram a fabricar sorvetes com frutas brasileiras. Na época, não havia como conservar o sorvete gelado e, por isso, tinha que ser tomado logo após o seu preparo. Um anúncio avisava a hora exata da fabricação. O primeiro anúncio apareceu em São Paulo, no dia 4 de janeiro de 1878, contendo a seguinte mensagem: “SORVETES – Todos os dias às 15 horas, na Rua Direita, nº 44”.
FONTE: Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes