Em meio ao desemprego, setor cafeeiro foi o responsável pelo maior número de admissões nos primeiros quatro meses deste ano
DA REDAÇÃO – A taxa de desemprego voltou a subir no trimestre móvel encerrado em abril, atingindo 11,2%. O resultado é 1,7 ponto percentual maior que o do trimestre móvel encerrado em janeiro (9,5%). A taxa é a maior desde o início da pesquisa, em janeiro de 2012.
No mesmo trimestre móvel de 2015 (de novembro a janeiro), o desemprego foi de 8%, 3,2 pontos percentuais menor. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, em abril havia 11,4 milhões de trabalhadores desempregados, número que mostra um crescimento de 18,6%, em comparação ao trimestre móvel encerrado em janeiro deste ano – o equivalente a mais 1,8 milhão de pessoas fora do mercado de trabalho.
Na comparação com o trimestre móvel encerrado em janeiro do ano passado, o número de desempregados chega a 3,4 milhões, com crescimento de 42,1%.
CARTEIRA ASSINADA
Os dados da Pnad Contínua indicam que a população ocupada do país, que fechou o trimestre móvel encerrado em abril em 90,6 milhões de pessoas, recuou 1,1% em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2015 e 1,7% – ou menos 1,5 milhão de pessoas trabalhando – quando comparada a igual período de 2015.
Em consequência, o número de pessoas empregadas no setor privado com carteira assinada recuou em ambas as comparações, caindo 1,8% em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2016 e 4,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado – o equivalente a menos cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Os números do IBGE indicam ainda que o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas ficou em R$ 1.962, valor estatisticamente estável em relação ao trimestre móvel encerrado em janeiro de 2016, que foi de R$ 1.977. Em relação ao trimestre encerrado em janeiro do ano passado (R$ 2.030), a queda no rendimento médio real habitual chegou a 3,3%.
INDÚSTRIA
Os setores da indústria geral, construção e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas foram, por grupamento de atividades, os que mais puxaram a taxa de desemprego de 11,2% no trimestre móvel encerrado em abril, na comparação com janeiro deste ano.
Segundo os dados da Pnad Contínua, na Indústria geral, a queda de 3,9% no número de empregos significou menos 473 mil pessoas no mercado de trabalho; na construção, a queda foi de 5,1%, ou menos 400 mil pessoas; no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, a retração chegou a 1,7%, ou menos 302 mil pessoas empregadas. Segundo o IBGE, nos demais grupamentos não houve variação significativa.
METODOLOGIA
Os indicadores da Pnad Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando-se as informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel encerrado em abril de 2016 foi calculada a partir das informações coletadas em fevereiro, março e abril deste ano.
EMPREGOS NA REGIÃO NO ANO DE 2016
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de 1º de janeiro a 30 de abril de 2016, Caratinga teve 2.002 admissões e 1.906 demissões. Saldo positivo de 96 empregos.
No mesmo período, a profissão que mais registrou admissões foi trabalhador da cultura de café. Por outro lado, o maior número de desligamentos foi para o cargo de vendedor de comércio varejista.
Em uma análise regional, o setor cafeeiro foi o que mais registrou empregos na região e a tendência é de que com o avanço da colheita de café, sejam gerados ainda mais postos de trabalho. Já o comércio, que não enfrenta um bom momento devido à crise que tem atingido o bolso do consumidor, foi o responsável por boa parte das demissões.
Admissões e desligamentos em Caratinga
Movimentação agregada | Município |
% |
Micro Região |
% |
UF |
% |
Brasil |
|
1) Admissões | 2.002 | 63,11 | 3.172 | 0,36 | 552.280 | 0,04 | 5.115.115 | |
2) Desligamentos | 1.906 | 64,50 | 2.955 | 0,33 | 576.100 | 0,03 | 5.501.011 | |
Nº Emp. Formais – 1º Jan/2016 | 15.152 | 62,97 | 24.062 | 0,37 | 4.050.913 | 0,04 | 39.693.050 | |
Total de Estabelecimentos | 4.421 | 46,70 | 9.467 | 0,47 | 949.186 | 0,05 | 8.197.918 | |
Variação Absoluta | 96 | 217 | -23.820 | -385.896 |
BOX:
PROFISSÕES QUE REGISTRARAM MAIS ADMISSÕES E DESLIGAMENTOS NA REGIÃO
Município | Admissões | Desligamentos |
Bom Jesus do Galho | Trabalhador da pecuária (bovinos corte) | Trabalhador agropecuário, em geral |
Caratinga | Trabalhador da cultura de café | Vendedor de comércio varejista |
Córrego Novo | Trabalhador da Pecuária (bovinos corte) | Trabalhador agropecuário, em geral |
Entre Folhas | Vendedor de comércio varejista | Marceneiro |
Imbé de Minas | Trabalhador volante da agricultura | Trabalhador volante da agricultura |
Inhapim | Trabalhador da cultura de café | Vendedor de comércio varejista |
Piedade de Caratinga | Trabalhador da cultura de café | Trabalhador agropecuário, em geral |
Pingo D’Água | Servente de Obras | Atendente comercial (agência postal) |
Santa Bárbara do Leste | Repositor de mercadorias | Repositor de Mercadorias |
Santa Rita de Minas | Motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais) | Motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais) |
São Domingos das Dores | Trabalhador da cultura de café | Trabalhador da cultura de café |
São Sebastião do Anta | Trabalhador da cultura de café | Trabalhador da cultura de café |
Ubaporanga | Trabalhador da cultura de café | Vendedor de comércio varejista |
Vargem Alegre | Ajudante de motorista | Oleiro (fabricação de tijolos) |