Tenente do 6° Pelotão de Bombeiro Militar afirma que nunca passou por situação semelhante e destaca que UPA deve ser inaugurada na próxima quinta-feira (7)
CARATINGA– Na manhã desta sexta-feira (1°), o DIÁRIO DE CARATINGA esteve na maternidade Grimaldo Barros de Paula. No local, porta fechada e o silêncio. Um aviso afixado pela direção técnica do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora traz um esclarecimento à microrregião, citando que “há muito tempo vem enfrentando dificuldades em manter os serviços com pagamentos a fornecedores, funcionários, impostos, equipes médicas, dentre outros”. A direção ainda destacou que especificamente nos últimos anos, houve um “agravamento da crise financeira em todo o sistema de saúde do país” e, especialmente, as instituições filantrópicas vêm “pagando um preço muito caro para tentar se manter de portas abertas”.
O aviso ainda traz a mensagem de que a direção do HNSA quer deixar claro à população que o problema existe e foi trazido a público pelo próprio hospital, para juntos “encontrarmos o melhor caminho”. “O passado serve para alertar a todos a não repetir os erros e equívocos, o presente serve para discutir e buscar soluções e assim almejarmos um futuro melhor para toda a comunidade”, disse.
Ao final, o comunicado declara as atividades suspensas por “não possuir condições técnicas de oferta dos serviços”. No hospital a situação não é diferente. Não estão sendo admitidas novas internações, pois não há profissionais, medicamentos e insumos para os atendimentos.
A crise do HNSA há muito tempo é declarada, mas, apesar da precariedade, até então os serviços vinham sendo mantidos. A população sempre vivia em meio à ameaça de encerramentos das atividades, mas encarar o fechamento da unidade de saúde ainda parece difícil para quem necessita dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Para a população é difícil imaginar uma cidade sem Pronto Atendimento Municipal (PAM), hospital, maternidade, e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
BOMBEIROS MILITARES
Na manhã de ontem, o comandante do 6º Pelotão de Bombeiro Militar de Caratinga, tenente Aldeir Franco visitou algumas unidades hospitalares para saber para onde serão levadas as pessoas acidentadas, já que o hospital Nossa Senhora Auxiliadora não realizará os atendimentos.
Ainda segundo tenente Franco, Inhapim recebe apenas casos menos graves, na cor amarela, segundo o protocolo de Manchester e Bom Jesus do Galho, as cores amarela e laranja. “Nunca passamos por uma situação como essa, terei que ver com nosso comandante o que faremos, se levaremos para Ipatinga, que também costuma não aceitar ou se tem outra saída. Mas se tivermos que nos deslocar para Ipatinga, a cidade fica desguarnecida, pois são quatro bombeiros por dia trabalhando, é uma situação muito complicada”.
O Centro de Assistência à Saúde (CASU) continua recebendo apenas casos clínicos. O tenente disse ter sido informado na última quinta-feira (31) pelo prefeito Welington Moreira de que a UPA deverá ser inaugurada na próxima quinta-feira (7). No entanto, a Reportagem fez contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, que afirmou que “não tem nada confirmado. A princípio mantém o dia 14”.