Numa dessas minhas viagens encontrei com o povo mais incrível da terra.
Queria relatar alguns aspectos da vida destas pessoas de ‘carne e osso’, pensando no que seria de Caratinga se este mesmo espírito ‘povoasse’ nossa amada cidade, onde tantos estão sem esperança. Refiro-me, principalmente, aos jovens, que, secretamente ou não, pensam em sair o mais cedo possível, por não verem opção para desenvolver uma profissão, uma carreira, um negócio ou missão que exija apoio de outros, especialmente de pessoas que têm algum dinheiro sobrando.
O encontro foi numa pequena igreja, antiga, cujos bancos tinham sido tirados, e que foram substituídos por mesas e cadeiras – mesas redondas, com cadeiras bem comuns ao redor.
Meu amigo e eu erramos o caminho e nos atrasamos quinze minutos, mas todos eles, umas 50 pessoas, estavam em pé, cantando a oração do “Pai Nosso”. 90% eram pessoas jovens, entre 20 e 40 anos de idade.
Nossa expectativa a estas alturas era nenhuma, pois não tínhamos entendido bem a natureza do encontro. Foi-nos dito que seria um encontro de pessoas de negócios, uma oportunidade para conhecer e conectar outras pessoas que estavam querendo desenvolver algum tipo de atividade que lhes desse o sustento.
O líder da reunião começou de forma muito a vontade, sem fazer promessas. Foi direto e simples explicando que vivemos um tempo em que a igreja local já não está mais no centro das atenções da população e, os interessados em entender a sua vocação como cristão precisavam entender também a necessidade da mudança de estratégia: a igreja local na periferia. E quem deveria estar no centro agora era o próprio cristão, uma vez que ele entendesse que tinha alguma coisa para oferecer à sociedade, especialmente àqueles que estavam na busca de uma diretriz para suas vidas, e também, os que, já meio ‘nocauteados’ pelas circunstâncias de suas vidas pessoal ou familiar, nem conseguiam ver sentido para continuar a buscar, ou mesmo, para viver.
Logo após esta rápida explanação, cada um serviu-se de um lanche ali mesmo, e voltou para seu lugar à sua mesa. Seguiram-se palavras de meia dúzia de pessoas, e cada um relatou o que ele ou ela estava fazendo em sua vida.
Meu companheiro e eu saímos dali extasiados.
Os relatórios foram, repito, simples, palavras claras, informações sem grandes adjetivos, mas o impacto geral foi tremendo.
Quando conseguimos sair, depois de 2 horas de reunião, estávamos muito felizes, e com a certeza de ter ido a um lugar onde o programa não fora realizado por grandes estrelas, mas algo muito profundo e real tinha sido transmitido.
Foi uma noite de boas notícias!
Uma jovem senhora nos seus 30-40 anos se levantou junto com seu marido e disse: – Sou fisioterapeuta, e lutei muito para chegar onde estou. Agora, decidi trabalhar apenas meio período, pois quero ter tempo para poder ficar à vontade quando alguém da comunidade vier precisando de um ouvido! O seu marido, envolvido em planejamento financeiro, contou como tem podido trazer esperança e alegria a muitos que chegavam a ele debaixo de uma nuvem de desespero. – Com pequenos comentários, e algumas dicas, disse ele, pude trazer a vida de volta para aquelas pessoas.
Outro falou do empreendimento, um negócio com café, para poder dar trabalho digno para pessoas sem teto, a fim de que pudessem voltar a se integrar numa vida social e formarem suas próprias famílias. Mais outro, alto funcionário de uma multinacional, expressou o desejo que tinha de ajudar com seu conhecimento e habilidades (ele é advogado) a pessoas necessitadas de alguma ajuda legal. Vários outros se prontificaram a estarem com ele naquela empreitada. Ele ficou muito animado.
O tema sobre como ajudar aquele que está passando por dificuldades, que está desempregado ou até, que sofreu algum tipo de “tsunami” em sua vida, tornou-se a tônica principal da noite: de vários lados ouvíamos pessoas perguntando: – Como podemos ajudar aqueles que não conseguem se levantar sozinhos? E logo alguém contava como ele estava conseguindo ser essa pessoa que, sem grandes discursos ou organizações, conseguem tirar pessoas da miséria de estar só e de ser ninguém. Sim, um Cristianismo sem religião!
O sentimento que tivemos na saída, e que nos acompanhou pelo resto da semana, foi: – Sim, é possível ter boas notícias, mesmo no meio de um mundo caótico!
A minha expressão foi: – Vocês estão fazendo uma Teologia nova, mas – como entendi pelo estudo da Bíblia – é essa a Teologia que o nosso Mestre Jesus sempre viveu e ensinou!
Rudi Augusto Kruger, [email protected]
Diretor e Professor de Teologia da FACTUAL,
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