Amac afirma que receberá garoto, mas aguarda providências da prefeitura quanto a custos de tratamento de saúde. Paralelamente, campanha é realizada nas redes sociais buscando doações da comunidade
CARATINGA- O caso de um bebê de apenas 10 meses tem comovido os caratinguenses. Desde o nascimento, com diagnóstico comparável a sequela neurológica grave, alterações comparáveis à síndrome de Moebius, ele permanecia internado no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, porém, com o fechamento da unidade, deu entrada no plantão noturno do dia 22 de março no Hospital Irmã Denise – CASU.
Segundo informações colhidas pelo DIÁRIO, no dia 21 de março de 2019 o menino ficou órfão de mãe e não há notícias sobre outros familiares que ficariam responsáveis por ele. A criança segue no CASU sob cuidados assistenciais da equipe multiprofissional, mantendo o uso de gastrostomia e traqueostomia necessitando de frequentes aspirações de vias aéreas ao longo do dia e fazendo uso constante de medicamentos.
No entanto, na última semana, a justiça determinou que o órgão público se responsabilize pelo acolhimento e cuidados com o garoto. A criança será institucionalizada e encaminhada para o abrigo Amigos dos Meninos Assistidos de Caratinga (Amac).
Segundo o CASU, o paciente necessita de cuidados especiais, um responsável que goze de dedicação e capacidade plena para executar os cuidados que o bebê necessita, sendo necessário também o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. “Uma equipe da Amac está sendo orientada para prestar esse atendimento e quando efetivamente estiver em condições, o paciente deixará o hospital e seguirá para esses cuidados”, disse por meio de nota.
A Reportagem conversou com o presidente da Amac, Igor Bernhard, que confirmou que o bebê de dez meses será acolhido na instituição, mas frisou que as despesas com o tratamento do garoto devem ser custeadas pela Prefeitura de Caratinga. “A prefeitura queria encaminhar o bebê para a Amac sem nenhuma ajuda. Tivemos uma audiência, recentemente, e nos posicionamos no sentido de que iremos receber, inclusive nosso papel é esse, de cuidar e amar essas crianças, mas solicitamos que o juiz obrigasse a prefeitura em arcar com o pagamento dos funcionários extras, além de insumos e equipamentos, pois o bebê necessita de tratamentos especializados. E o juiz determinou que isso fosse feito em até 48 horas, já se passou esse prazo e o município ainda não cumpriu. Chegou recentemente um berço na Amac, doação de uma cidadã caratinguense, não foi comprado pelo município. Se as pessoas quiserem fazer doações será bem-vindo, mas a obrigação destes custos é da prefeitura”.
Igor ainda frisou que este bebê tem dois irmãos, um de 12 anos e outro de 14 anos que são assistidos pela Amac e também duas irmãs que estão no Lar das Meninas, além de alguns outros irmãos que não estão em nenhum desses abrigos e não se sabe detalhes sobre sua localização. “Os irmãos que estão na Amac e cuidamos ficaram muito felizes com a notícia da vinda da criança, embora tenha vindo também com a notícia triste da morte da mãe deles”.
A prefeitura também foi procurada para comentar o caso, no entanto, até o fechamento desta edição, não houve resposta.
CAMPANHA
Para ser acolhido pela Amac, o bebê necessitará de cuidados especiais com uma equipe formada por médico, enfermeiros, nutricionista, fonoaudióloga e fisioterapia. A equipe do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) irá prestar assistência ao garoto.
Por isso, preocupada com a situação da criança, a nutricionista do SAD deu início a uma campanha de arrecadação nas redes sociais. A lista contempla fraldas XG, lenço umedecido, roupas tamanho 1 e 2 anos, cobertor, agasalhos, umidificador de ar, cortinado, travesseiro, abajur, ventilador de pé, roupa de berço, toalha de banho, pomadas para assaduras, dieta enteral e formula láctea infantil (Nutrem jr/kids ou similar, Aptamil, Nestogeno), e até mesmo berço, colchão e cômoda (ou guarda roupas).
As doações podem ser entregues diretamente junto ao SAD, situado à Rua Princesa Isabel, 431.