Bairro Zacarias, berço dos Ciminis

Bairro Zacarias contava com 1.299 habitantes em 2010

CARATINGA – O nome do bairro é em homenagem a Zacarias Cimini, fazendeiro conhecido à época. Seu nome ainda está marcado em empreendimentos no bairro.
Darci Cimini, 87 anos, é filho de Antônio Cimini e Etelvina de Oliveira Horta. Neto de Zacarias, ele relembra um pouco da história da família. “Meu avô tinha essa fazenda que abrangia tudo aqui, a Morada do Lago e os herdeiros foram vendendo e surgiu muita coisa. Nós compramos de novo, era gente da família, depois a gente comprou para fazer posto de gasolina, no bairro ali tinha um outro posto antigo. Já tinha o bairro Zacarias, colocamos Posto Zacarias também. O outro posto que tinha, o primeiro era ‘tralalá’ e depois foi vendendo. Zacarias era fazendeiro, era comerciante, dizem que ele vendia mercadorias de Manhuaçu, e ao invés de ser caminhão, era lote de burro para transportar café”.
Darci também faz sua avaliação sobre o crescimento daquela região. “A área cresceu bastante está atraindo muitos negócios. Caratinga está se desenvolvendo bastante, a cidade está crescendo para os lados, até depois do bairro das Graças já estão fazendo loteamento”.
Adão de Souza, 79 anos, também é neto de Zacarias. Aos seis anos de idade, ele foi morar no bairro que tem o nome do avô. “O Zacarias era o pai da minha mãe, que se chamava Regina Cimini. Tinha a fazenda, ele morreu com quarenta e poucos anos. Aqui era tudo mata. Ele tinha terras daqui a Santa Rita, também onde é a Exposição e do outro lado da Dário Grossi. Era muito conhecido”.
Adão chegou a morar fora, mas, anos depois, voltou a morar no Bairro Zacarias e observa o desenvolvimento da localidade. “Cresceu muito, quase ninguém gostava desse bairro e hoje está todo mundo voltando pra cá. Depois que o Didico morreu os filhos foram vendendo ali, fizeram loteamento, já vendeu tudo. Era afastado do centro, ninguém gostava, está todo mundo vindo aqui para baixo”.

Bairro Zacarias pelos olhos da comunidade
Da pequena comunidade ao desenvolvimento. Maria Lúcia da Silva Rodrigues, 83 anos, é moradora do bairro Zacarias há mais de 60 anos. Ela relata que o local anos atrás era muito simples. “Tinham umas casas e a rua era separada. Desmancharam as casas, tinha uma vila, uma fábrica de carroceria, era tudo mais simples, tudo de chão, depois foi melhorando”.
Com o distanciamento do bairro à área central, era preciso andar bastante para buscar alguns serviços básicos, como se recorda. “Não tinha ônibus direto, a gente ia mais a pé pra rua, de vez em quando arrumava um ônibus, mas rodavam uma ou duas vezes, por semana e o resto era a pé mesmo. Cresceu muito lá para cima, fez asfalto, mas mudou muito. A gente tinha que mandar os meninos para escola e arrumar uma pessoa para ir com eles a pé, porque não tinha jeito de ir, aí a gente ficava muito preocupada com os meninos na estrada, mas graças a Deus deu tudo certinho”.
Amélia Maria Marçal Valério, cunhada de Maria Lúcia, mora na localidade há 50 anos. Ela também detalha a evolução do bairro. “Me casei e me tornei moradora aqui, estou aqui até hoje. Meu sogro era dono de uma boa parte aqui do bairro e na medida em que o bairro foi melhorando, a prefeitura foi melhorando a estrutura do bairro. Isso ajudou muito os moradores, porque era muita poeira e nós pegamos uma boa parte dessa infraestrutura que era fraca na época, assim como a cidade também que cresceu muito. Houve a época em que era a Rio-Bahia sem asfalto e eram só três ruas aqui, a rua principal, rua Brasília, depois com tempo passou a chamar rua Augusto Prais, a rua do meio, não me lembro mais o nome, mas era conhecida assim e anteriormente, onde é o depósito do Irmão hoje”.
Ela também destaca a figura importante de Zacarias Cimini, com a propriedade que era bastante conhecida na localidade e se orgulha de fazer parte da história do bairro. “Cheguei a ver a estrutura da fazenda antiga, toda de tábua. Depois houve também o acampamento de uma construtora, em meados de 1960, eu era menina ainda. Então acabamos por participar do crescimento do bairro, trabalho na escola há vinte e poucos anos, e tenho prazer de participar do crescimento do bairro, também intelectualmente, ajudando as crianças aqui”.
Maria Ester Machado Guedes Viana, que mora há 50 anos no bairro, fez sua avaliação sobre as modificações, a partir da Travessa Taguatinga, onde mora. “Não tinham aquelas casas ali, era tudo vago. Não tinha igreja, tudo para cima aí era só cafezal, não tinha nada. Tinham uns mercadinhos. Tinha que andar muito pra ir no INPS consultar, era lá na Catarina Cimini, com aquele monte de menino pendurado, sem ônibus, sem nada. Depois do senhor Dário foi que fez a diferença, aqui não tinha calçamento, rede de esgoto direito, nada. Senhor Dário foi o cara, depois dele na verdade começou a crescer bastante aqui, porque no centro não tem como crescer. O bairro era conhecido Tralalá antigamente, depois que passou para Zacarias. Aqui no bairro é preciso arrumar essas ruas que estão muito mal arrumadas. Tem que fazer um parquinho, uma academia ali do lado, de cima da quadra. Ia ajudar bem”.

RUAS COM NOMES DE ÁRVORES

O decreto de 6 de agosto de 1997, assinado pelo prefeito José Assis Costa, trazia a lei Nº 2397 com a denominação de ruas, praça e travessa no Bairro Zacarias. Se destacam as vias com nomes de árvores:

Art. 1º Fica denominada Andiroba, a rua A do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 2º Fica denominada Aroeira, a rua B do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 3º Fica denominada Bálsamo, a rua C do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 4º Fica denominada Pau Brasil, a rua D do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 5º Fica denominada Cabi£na, a rua E do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 6º Fica denominada Cerejeira, a rua F do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 7º Fica denominada Cedro, a rua G do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 8º Fica denominada Copaiba, a rua H do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 9º Fica denominada Ipê Amarelo, a rua I do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 10 – Fica denominada Jatobá, a rua J do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 11 – Fica denominada Maçaranduba, a rua K do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 12 – Fica denominada Sapucaia, a rua L do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 13 – Fica denominada Sucupira, a rua M do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 14 – Fica denominada Bougainville, a travessa A do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Art. 15 – Fica denominada Praça das Flores, a Praça A do Loteamento Bandeirantes, Bairro Zacarias Cimini.

Dona Eva, figura emblemática do bairro Zacarias
Eva Maria Ferreira, a dona Eva, é uma figura emblemática no Bairro Zacarias. Faleceu aos 69 anos de idade, em 29 de janeiro de 2022.
Dona Eva participou de muitas lutas e conquistas. Teve dois mandatos de vereadora no legislativo de Caratinga e deixou um legado de mulher solidária e prestativa. Natural de Caratinga, nascida em 18 de outubro de 1952, sempre dedicou sua vida ao povo. Em especial, ao povo do Bairro Zacarias e Seminário.
Recentemente, foi aprovado um projeto de lei de autoria do vereador Noé de Sousa Batista, denominando o Centro de Educação Infantil Municipal – CEIM, situado à Rua Taguatinga, 78, como Vereadora Eva Maria Ferreira, em homenagem à ilustre moradora e figura política.

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