Benefícios vieram, mas moradores cobram término da obra da creche, construção de poliesportivo e melhoria da rua principal
Aristides Ferreira é auxiliar de contabilidade e reside há 21 anos no Bairro Esplanada. Ele define o local: “Muito bom, não tem tanto índice de violência, temos mais a agradecer que reclamar. São três escolas e uma creche, igreja católica e evangélicas…”.
Ele se recorda de quando chegou ao Esplanada e o quanto o bairro se desenvolveu ao longo do tempo. “Aqui não tinha quase nada, onde eu morava era ‘taboa’, a chamada ‘Rua do Sapo’, quando chovia você podia esperar um monte de sapo na porta da sua casa. Acho que o crescimento foi muito grande, desenvolvimento na construção civil, algumas empresas que vieram pra cá, como a Casa Auxiliadora, empresa há muito tempo na cidade; então isso veio a somar para o nosso bairro. Na infraestrutura, as ruas foram asfaltadas, temos muito a fazer ainda, mas nosso bairro já foi muito privilegiado, a galeria que foi feita”.
BR-116
Uma das antigas reivindicações do bairro, obras que garantissem a segurança na travessia do perímetro urbano da BR-116, na altura da entrada do Esplanada começou a ser solucionada neste ano, ainda que de maneira paliativa. “Foi uma luta, quando estava na união comunitária cheguei a ir ao Milton Genelhu (então, supervisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT) umas três vezes. Uma vez fomos eu, frei Mariano e as diretoras da escola, a mesma coisa ele falava, que não adiantava, que as pessoas deveriam mudar a forma de atravessar, que para ele, ali nunca teve problema. Era sempre a mesma resposta e não tinha ação. Chegou o Robson (Robson Carlindo, engenheiro do Dnit) e em tão pouco tempo vem mostrando serviço, inclusive queria aproveitar esse espaço para agradecê-lo. Ele não chegou com palavras, ele está mostrando atitude, acabaram acidentes perto da Engelmig, esperamos que aqui também acabe. Sabemos que não depende só do Robson, mas cada um de nós, pedestres e condutores. É um conjunto para dar certo, tem muita imprudência”.
CRECHE
A ordem de serviço para construção do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Nossa Senhora do Carmo foi assinada em dezembro de 2013. A edificação foi construída em terreno adquirido pelo município e financiada com recursos do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), do Governo Federal.
Aristides, enquanto líder comunitário à época, participou da cerimônia de anúncio desta obra. Quatro anos depois, ele lamenta que a creche não foi concluída. A área estaria sendo utilizada por usuários de drogas. “Essa é minha grande preocupação, soube que lá virou ponto de vandalismo, esse terreno foi uma grande aquisição que o município fez e está jogado, porque não vemos a obra, até entendemos que é recurso do governo federal, mas a população precisa de um retorno. Se continuar da forma que está vai perder o que fez e aí é dinheiro do povo que vai embora. Não tivemos nenhum esclarecimento ainda, estamos pensando em fazer uma movimentação para saber o que está acontecendo. Sabemos que a creche funciona onde paga aluguel, a escolinha também, isso gera gasto para o município. Precisamos muito dessa obra.
OUTRAS QUESTÕES
Dentre as melhorias que ainda precisam ser feitas, Aristides chama atenção para alternativa de entretenimento para as crianças e adolescentes. “O que precisa ser olhado pelo poder público aqui é o lazer, uma quadra, um poliesportivo, pois vemos muitas crianças na rua”. Ele ainda cita a regularização fundiária do Vale do Sol. “Sai lei, projeto, mas os documentos para as pessoas não saem”.
Sobre a questão do asfalto da Rua Manoel Gonçalves de Castro, via principal do bairro, que constantemente está tomada por buracos, ele cita possíveis alternativas para solucionar o problema. “Todos criticam muito o britador, mas precisamos levar em consideração que ele paga os impostos como nós, tem todas as licenças que precisa para funcionar, inclusive ajuda nos trabalhos da comunidade e gera emprego, que é o mais importante. Agora, se o poder público não tem condições de arrumar o asfalto, fica complicado. Então faça uma parceria com o britador, tem vários meios, descontar imposto, por exemplo, basta ter acordo entre as duas partes. O poder público deveria dar o retorno esperado. Mas o grande problema da rua, é que não tem rede fluvial para captação da água da chuva, é o grande responsável pelos buracos no asfalto também, o que depende do poder público”.
Neste fim de ano, hora de renovar os votos e fazer projeções para o novo ano que se inicia, o morador do Bairro Esplanada deixa sua mensagem. “Desejo uma cidade mais humana, que os políticos escutem mais o povo e que possamos olhar para um futuro próximo, atrair mais empresas, mais investimentos, promover mais lazer, como Piedade de Caratinga fez uma festa tão legal para a população. E investir mais em educação e saúde. Saúde está em situação muito caótica. Esperamos que o próximo ano seja melhor que esse, sem falar da Copasa, choveu tanto e a água foi toda embora, porque não temos um reservatório”.