Coach Leôncio Tabosa explica como uma pessoa se torna líder e de que maneira isso causa impacto no ambiente de trabalho
CARATINGA – Para alcançarmos nossos objetivos temos que saber dos nossos pontos fortes e fracos, ou seja, nossas limitações. Para o filósofo grego Sócrates, o importante era ‘conhecer-te a ti mesmo’. E de certa forma a autoliderança emocional está inserida nesse pensamento socrático. E para capacitar pessoas interessadas pelo tema, Leôncio Jorge Tabosa Batista ministra treinamento que acontece nos dias 9 e 10 de junho, em Caratinga. As vagas são limitadas e as informações sobre o curso podem ser obtidas através do telefone (33) 9.9951.6761 ou pelo site www.ctdolider.com.br. As vagas são limitadas.
Leôncio Tabosa é bacharel em geografia pela Fundação Universidade Federal de Rio Grande – RS; e licenciado em Geografia, pela Fundação Universidade Federal de Rio Grande – RS. Dentre as experiências, quatro anos em processos de coaching e treinamentos de liderança; mais de vinte anos como instrutor e treinador no Exército brasileiro, além de liderar diversas equipes militares em todas as regiões do Brasil; seis meses de experiência como líder em missão de paz, realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, tendo sido condecorado com uma medalha de honra da organização. Entre os anos de 2013 e 2014, foi colunista do DIÁRIO DE CARATINGA.
Na última semana, coach Leôncio Tabosa, que atualmente reside em Campo Grande (MS), ministrou palestras em Caratinga. Ele aproveitou para conversar com a reportagem e explicou como os líderes são formados.
Qual a proposta desse treinamento?
É um curso de autoliderança emocional. Basicamente é a aplicação da inteligência emocional, que é um tema hoje bastante divulgado, principalmente no meio corporativo. Por exemplo, trabalhamos a descoberta de padrões emocionais, ou seja, ‘sempre que acontece um fato eu ajo de tal forma’. Este é um dos aspectos que serão trabalhados no curso. Tem ainda a parte do autoconhecimento, que é saber que tipo de pensamento gera tal emoção, então mudando a forma de pensar altera o seu estado emocional. O curso se chama ‘autoliderança’ porque a pessoa trabalha para ela mesma, melhorando o seu desempenho vai impactar no desempenho de sua equipe.
Qual o público-alvo desse curso?
De forma geral, temos trabalhado com líderes. Hoje com a crise que se apresenta no país, as empresas que estão se sobressaindo têm buscado o investimento no pessoal. Então os líderes são o alvo desse investimento. O que é aprendido nesse curso levado para aplicação diária é perfeitamente viável. Pessoas que querem simplesmente melhorar sua performance. Exemplo, ‘sou funcionário público e quero melhorar o meu desempenho’. Assim ajudamos no autoconhecimento, gerenciamento das emoções, as pessoas descobrem seu propósito de vida, ‘o que eu faço, o que isso tem com o meu trabalho’.
Então, diante da crise, para uma empresa ter êxito o ideal é investir na capacitação do seu funcionário?
Com certeza. Em uma palestra recente comentei sobre o estudo do Instituto McClelland, de Boston (EUA), que apontou que a atuação do líder no clima organizacional pode aumentar em até 30% o faturamento de uma empresa. Então, é um aumento expressivo que está voltado principalmente nas competências de inteligência emocional, fazendo com que o líder cause impacto positivo. As empresas tem buscado isso, que o líder se capacite em cursos como o ‘líder coach’, que trabalham muito a questão do feedback. Já esse curso separa o agir do reagir. As pessoas deixam de serem prisioneiras de suas emoções e passam a serem dirigentes, pilotos de suas emoções; desta forma impactando positivamente as equipes por elas coordenadas.
O senhor falou sobre reações, mas muitos de nós costumamos agirmos por instinto. É fácil mudar essa situação?
O primeiro passo é a pessoa saber o que tem. A maioria das pessoas não sabe e entende suas reações. Então aquele que sofre do ‘sequestro emocional’, por exemplo, só sabe que ele é o estopim, não tem noção do que aconteceu antes, que emoções ela viveu, que pensamento gerou aquilo, que situações geram essas reações. Então já facilita só o fato da pessoa compreender de onde nasce o problema. No curso de autoliderança emocional nós trabalhamos com essa identificação e a pessoa aprende a se moldar. Seja uma apatia ou explosão diante de tal situação; ela aprende como isso acontece e como será resolvido.
As pessoas nascem líderes ou se tornam líderes?
De fato a pessoa aprende a ser líder. Existem perfis comportamentais que facilitam a liderança. Existem dois perfis de líderes, você pode fazer uma estatística que vai encontrar o ‘d’ de dominante e o ‘i’ de influente. Quem tem esse perfil mais alto tem facilidade de liderança porque tem algumas características. As próprias organizações exigem. Todos os perfis podem ser líderes, desde que desenvolvam características e competências de lideranças. Com a inteligência emocional podemos pegar uma pessoa que não teria esse perfil, ela se desenvolver e ser uma boa líder. Isso é aprendido.
Quais as principais características de um líder?
Hoje digo que a principal característica seria a flexibilidade. Outra característica seria saber escutar, ser sensível com o que está acontecendo. Hoje as equipes têm se sentido um pouco abandonadas porque o líder está de olho somente nos resultados e se esquece da equipe. A sensibilidade para perceber sua equipe e dar para ela esse contraponto, cuidando de seu desenvolvimento. Atualmente a rotatividade é grande e a cada momento o líder está com uma equipe diferente. Então se toda equipe que ele pegar, for se impor; algumas vezes vai funcionar e outras não. Mas se ele escutar a equipe, flexibilizar, provavelmente terá resultados melhores.
Para finalizar, o líder deve ‘delegar’ ou ‘mandar’?
Delegação é o follow-up (acompanhamento de um processo após a execução da etapa inicial). Penso que existem diversos fatores a serem observados na delegação. O primeiro deles: Pra quem você vai delegar? A pessoa é competente para realizar determinada tarefa? Outro ponto é se ela entendeu a visão do que estou querendo que ela realize? Já o terceiro ponto seria o follow-up, ou seja, acompanhar e saber se está precisando de ajuda.
Sobre ‘mandar’, o próprio nome já é pejorativo. Nessa área costumamos dizer que existe o ‘delegar’ e o ‘delargar’. O líder joga a tarefa e já considera feito. Para alguns liderados pode funcionar, depende da equipe. Veja o caso da Microsoft, onde as pessoas trabalham em casa. O líder delega e sabe que a pessoa vai fazer o trabalho, pois tem a disciplina de realização, produtividade. Porém a realidade da maioria das equipes não é essa. Tem que delegar e casar a tarefa com a pessoa. Saber se ela é capaz e assim evitar o constrangimento dela não ser apta para tal função e também o constrangimento do líder por não saber delegar.