Após dois meses de invasão da obra paralisada do Centro de Zoonoses, destino dos animais ainda está indefinido
CARATINGA – A situação das centenas de animais que ficam sob os cuidados do Latemia- Associação Protetora dos Animas ainda continua incerta. Após receber uma ordem de despejo, Marta Lopes de Assis (presidente) e Joel Batista Fernandes (vice-presidente) precisaram invadir o terreno do Centro de Zoonoses, para não abandonar os animais nas ruas.
A invasão ocorreu em dezembro do ano passado. E eles ainda continuam no local, submetidos às mesmas condições sub-humanas de quando entraram: sem água, luz e banheiro. Buscam água nas proximidades para os animais beberem e para o consumo próprio precisam fazer um caminho ainda maior.
Segundo Marta e Joel, eles já foram notificados pela Vigilância Sanitária e inclusive há um processo tramitando no Ministério Público. Mas, a vontade de cuidar dos animais falou mais forte e fez com que eles continuassem enfrentando as dificuldades. Para ganharem o direito de permanecer no local, eles estão em contato com órgão de proteção animal, em busca de apoio na causa.
E foi em uma dessas visitas, na cidade de Belo Horizonte, que Marta recebeu a notícia de um apoio importante. Fernanda São José, advogada militante e engajada na defesa animal; está à frente da organização de uma audiência pública, prevista para acontecer no dia 9 de março de 2016, ás 9h, na Câmara Municipal de Caratinga. A equipe tem por objetivo esclarecer sobre as leis de proteção animal. Ativistas, defensores e simpatizantes pela causa animal são chamados a participarem.
O CENTRO DE ZOONOSES
A obra do Centro de Zoonoses está orçada em mais de R$ 1 milhão e se deu por meio de um convênio de gestão compartilhada, com o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), envolvendo os municípios de Caratinga, Bom Jesus do Galho, Entre Folhas, Inhapim, Piedade de Caratinga, Santa Bárbara do Leste, Santa Rita de Minas, São Domingos das Dores, São Sebastião do Anta, Ubaporanga, Vargem Alegre, Vermelho Novo e Imbé de Minas.
Quando da paralisação das obras, a Prefeitura de Caratinga apresentou como justificativa a necessidade de adequação da planta do Centro de Zoonoses, que era do Tipo III e deveria ser do tipo II, que estaria em fase de análise. Assim, teria ficado decidido entre as partes que, primeiramente, seria realizada a adequação da planta para atendimento da demanda de todas as cidades, para que em seguidas as obras fossem retomadas, já que o primeiro projeto não comportaria todos os municípios.
No entanto, a obra segue paralisada. Sem um local adequado, os cães que deveriam ser resgatados e levados ao local adequado para serem avaliados e tratados se multiplicam pelas ruas, apesar do esforço das associações de proteção dos animais.