Comunidade Escolar se reuniu com alguns vereadores e busca diálogo com a prefeitura para reverter mudança de endereço. Secretária de Educação foi convocada para audiência prevista para a segunda-feira (22)
CARATINGA- O anúncio da mudança no funcionamento de parte do ensino ofertado pela Escola Municipal Geraldo Marques Cevidanes, segue repercutindo e gerando debates. Alguns professores e a maioria dos pais de alunos discordam com a decisão da Prefeitura de Caratinga, de transferir o ensino fundamental para o polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), localizado à Rua Maria Alice de Paula, 300, Bairro Dario Grossi. Já a educação infantil continuará no SESI, na Praça da Estação.
O assunto foi discutido na noite da última segunda-feira (15), em uma reunião entre a comunidade escolar e os vereadores Johny, Ronaldo da Milla, Mauro da Água e Luz, Denis e Carlindo de Dom Lara. Ficou decidido que o Legislativo agendará uma audiência pública com a presença da secretária de Educação, para a segunda-feira (22), em busca de promover o diálogo entre pais e Prefeitura. Além disso, o vereador Ronaldo encaminhou pedido de informação ao chefe do executivo, sobre os motivos de mudança do local em que o ensino fundamental é ofertado.
LEGISLATIVO
Segundo o vereador Johny, a queixa inicial dos pais de alunos foi a falta de diálogo diante de uma mudança que está relacionada à rotina da escola. Eles também relatam dificuldades de deslocamento, principalmente para alunos portadores de necessidades especiais. “Fui convocado para esta reunião, assim como outros vereadores, tratando do assunto de que a prefeitura havia fixado um cartaz que haveria algumas mudanças na escola, que acabariam no entender dos pais prejudicando os alunos. Constatamos na fala dos pais e agora queremos ouvir a outra parte, que eles estão cobertos de razão em termos de não terem sido comunicados antes, de não ter sido discutido com eles o que iria acontecer referente ao futuro da escola. Isso é muito claro. O executivo precisava ter essa conversa antes, o que não houve, apenas foi um comunicado. Vimos muitos pais revoltados, que têm filhos deficientes, que fazem uso da cadeira de rodas e não veem condições nenhuma de mudar a escola de local”.
Johny também citou que não entende os benefícios da mudança para o executivo e, principalmente, para a comunidade escolar. “Ouvimos atentamente, sugerimos que fosse feita uma reunião, que a Câmara Municipal pudesse através da sua Comissão de Educação convocar as partes interessadas, que são os pais e o executivo através de sua secretária de Educação. Os pais precisam ser ouvidos, que são realmente aqueles que usufruem da escola, lembrando que já há bastante tempo, a escola é uma tradição, hoje é uma referência como escola municipal, uma das melhores, vemos um trabalho muito dedicado das professoras. Não vemos o porquê da mudança, acredito que possa ser revisto isso, feito de outra forma, o executivo que tem alegado contenção de despesas, que está com o caixa muitas vezes sem dinheiro, reforma de outra escola, continuar uma parte ali ou transferindo outros, são mudanças que não encaixaram, com o legislador não dá para entender”.
O vereador ressaltou que é preciso lutar pelos interesses coletivos e não individuais. “O Poder Público precisa ouvir aqueles que pagam impostos, que usufruem do serviço ofertado, alunos e pais. Como legislador, estamos fazendo esse papel de intermediar essa conversa, para podermos olhar o que é melhor. Não podemos diminuir a qualidade do serviço e sim aumentar. Concordo com os pais plenamente, estou à disposição deles para representa-los e possamos tomar uma decisão, que no final de tudo quem saia beneficiado são quem utiliza dos serviços”.
‘RETROCESSO PARA A EDUCAÇÃO’
Marialice Souza, mãe do aluno Gabriel Alves que cursa o 2° período, relata que também não está de acordo com a mudança.
Ela traz outra questão levantada pelos pais de aluno em relação ao novo endereço: a segurança pública. Em 2017, alunos-atletas que participavam da etapa regional dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG) foram assaltados à mão armada na UAB, que foi utilizada como alojamento por algumas equipes. “A expectativa é um diálogo com o executivo que em momento algum apresentou um projeto de mudança que venha beneficiar a comunidade escolar. Até o momento o que nos foi apresentado é um retrocesso para educação de nossos filhos. O local informado da mudança não tem segurança e é de difícil acesso. Sou totalmente contra essa mudança de endereço. E não estou sozinha nessa. Somos a maioria dos pais”.
Sobre a reunião com os representantes do legislativo, Marialice faz um balanço positivo. “Os vereadores agendaram uma audiência pública. Dentro das atribuições, os mesmos fizeram o que os cabem. Agora depende deste diálogo com o governo municipal”.