De acordo com o Corpo de Bombeiros, o ataque deixou um cadeirante em estado grave. A Prefeitura de Vespasiano informou que a entidade é particular e não está sob responsabilidade do Executivo; saiba como se prevenir. Um idoso de 74 anos morreu e outros 12 ficaram feridos depois de um ataque de abelhas em uma casa de recuperação, em Vespasiano, na Grande BH, nesta segunda-feira (18).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente deixou um cadeirante em estado grave. No local, estavam 33 idosos, os outros 20 não sofreram picadas. A Prefeitura de Vespasiano informou que a entidade é particular e não está sob responsabilidade do Executivo.
Os bombeiros conduziram cinco feridos para a UPA de Vespasiano e, sete feridos para o Hospital Regional de Vespasiano.
Ainda de acordo com os militares, o enxame pode ser de abelhas migratórias ou de insetos em colmeia. Os bombeiros dispersaram os insetos e retornarão no período noturno uma captura segura do enxame.
A instituição não informou para onde os idosos serão transferidos.
Ataques
De janeiro a abril deste ano, mais de 40 pessoas foram internadas no Brasil por ataques de abelhas, um crescimento de 46% em relação ao mesmo período de 2002, um aumento de 46%, segundo o Ministério da Saúde. Duas mortes foram registradas, uma no Mato Grosso do Sul e uma em Minas Gerais.
Aqui no estado foram registrados 20 ataques de abelhas, quase o dobro do registrado em todo ano passado, quando ocorreram 11 ataques no estado. Belo Horizonte, Betim e Santa Luzia, estas últimas na Região Metropolitana da capital, já tiveram cinco registros nos quatro meses de 2023.
As cidades não registravam ocorrências deste tipo em 2021 e 2022. Os dados são do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
Mas o que está causando este aumento?
Em determinados períodos do ano, as chances de contato da população com as abelhas aumentam. A maior atividade do inseto ocorre nos meses com temperaturas mais altas e pouca chuva.
A má distribuição de árvores nas cidades também acaba por concentrar as abelhas em um mesmo lugar, aumentando as chances de ataques.
A responsável pela maioria dos ataques urbanos é a Apis mellifera. Um dos fatores que podem estar motivando o aumento da nas cidades é a disponibilidade de locais para construção dos ninhos, já que a espécie pode instalar suas colônias em forros, muros e até em paredes.
Outro fator que contribui para o aumento é a divisão reprodutiva, e natural, de suas colônias. No processo, uma nova rainha é estabelecida quando parte da colônia sai com a rainha antiga à procura de um local adequado para construir um novo ninho.
Estas colmeias podem se estabelecer em locais provisórios, como árvores, para iniciar o reconhecimento de área e localização de cavidades adequadas para instalação desta nova colônia.
Todas as espécies de abelhas atacam?
No Brasil, existem diversas espécies de abelhas nativas, muitas delas sem ferrão, que são essenciais para a reprodução das plantas cultivadas e formação de frutos usados na alimentação humana.
Estas espécies também são fundamentais para a polinização de plantas nativas, em áreas naturais. E como a biólogo contou acima, estes não são os insetos por trás dos ataques nas cidades.
O que é a Apis mellifera?
A espécie responsável pelos ataques urbanos é a principal espécie utilizada para a criação e comercialização de produtos como mel e própolis.
Ela não ocorria naturalmente no Brasil. A linhagem europeia desta espécie foi introduzida aqui em 1839, mas se adaptou ao clima tropical do país.
Mais de 100 anos depois, em 1956, linhagens de Apis mellifera africanas foram trazidas para o Brasil.
O cruzamento acidental entre as duas subespécies levaram a novas populações, que herdaram características como maior tolerância ao clima e maior capacidade de defesa e de criação de ninhos em lugares variados.
Todas essas características favoreceram a ocorrência destas abelhas nas cidades e, consequentemente, dos ataques.
E o que fazer caso você seja o alvo de enxame?
Se o ataque já estiver acontecendo, o recomendado é sair do local o mais rápido possível, pois as abelhas tendem a persistir na defesa.
Após o afastamento, a retirada dos ferrões deve ser feita com a raspagem do local atingido.
Nunca se esfregue ou tente retirar o ferrão com uma pinça, pois isso acaba injetando mais veneno no organismo da pessoa atingida.
Outra recomendação é procurar atendimento médico imediatamente, principalmente se a vítima tiver histórico de reações alérgicas.
Prevenção
Para se prevenir ou minimizar as chances de acidentes, é recomendado que abrigos potenciais para colônias, como forros e paredes, sejam vedados.
Outra forma de se prevenir é aumentar a distância entre apiários e áreas residenciais ou com alta circulação de pessoas.
As ferroadas são um comportamento de defesa das abelhas a possíveis ameaças e perturbações diretas na colônia ou na sua proximidade.
Ao observar uma colônia da espécie Apis mellifera ou um número grande de abelhas em um determinado local, como em uma árvore, o mais importante é manter o máximo de distância possível.
Além disso, a população deve acionar autoridades que tenham experiência na remoção dos insetos, como apicultores ou bombeiros.
Fonte: g1