Candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa comenta a campanha e destaca sua ligação com a região de Caratinga
DA REDAÇÃO – Jamir Calili Ribeiro, 35 anos, concorre a uma cadeira na Assembleia Legislativa pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Ele é natural de Governador Valadares, mas tem vínculos familiares em Caratinga.
O candidato é advogado, professor universitário, cientista social e político brasileiro. Atualmente é professor adjunto na Universidade Federal de Juiz de Fora, campus de Governador Valadares, vinculado ao Departamento de Direito do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, lecionando as disciplinas de Direito Tributário, Eleitoral, Administrativo, Constitucional e Teoria do Direito. Foi secretário municipal de Fazenda do Município de Governador Valadares desde janeiro de 2017 até abril de 2018.
Jamir Calili é, também, membro da Academia Valadarense de Letras, ocupando a cadeira número 31 que tem por patrono Machado de Assis, e presidente do Fórum de Desenvolvimento Municipal vinculado a Associação Comercial de Governador Valadares.
Nesta entrevista, o candidato apresenta suas propostas e destaca a chamada agenda de consenso.
Candidato, o senhor poderia se apresentar para nossos leitores?
Meu nome é Jamir Calili Ribeiro, tenho 35 anos. Sou nascido em Governador Valadares, mas sou filho de uma família que tem raízes em Itanhomi, Tarumirim, Ubaporanga e Caratinga. Meu avô era cafeicultor e vivia em Caratinga, e minha família é muito extensa na região. Sou advogado, formado, também, em Ciências Sociais, tenho um mestrado em Administração Pública e um doutorado em Direito Público, com ênfase em Direito Tributário. Sempre quis mexer com a coisa pública, e por isso dediquei minha carreira acadêmica toda a estudar como se resolver o problema da coletividade. Inclusive hoje sou professor de Direito Tributário da Universidade Federal de Juiz de Fora e fui um dos coordenadores do plano de governo do atual prefeito de Governador Valadares, André Merlo. Na gestão dele fui seu secretário de Fazenda.
Por qual motivo optou por sair a candidato a deputado estadual?
Veja bem, todos que vão ler essa entrevista, ou qualquer pessoa que você perguntar ao seu redor, podemos fazer uma experiência simples, todos vão falar que estão cansados das mesmas pessoas, das mesmas ideias. Simplesmente há mais de 20 anos a política na nossa região, seja em Valadares, seja em Caratinga, é composta pelos mesmos nomes. Se a gente parar para pensar não vai surgir um só nome novo na nossa mente, pois esses últimos 20 anos foram de massacre da renovação. Então a oportunidade é essa. A gente apresentar as melhores e mais novas cabeças para conduzir o processo de renovação. Não tenho a menor dúvida de que queremos renovação, mas tem que ser com qualidade, com pessoas que tenham formação para isso, que estejam preparadas na gestão, para conduzir a nossa região para outra fase, sair desse abandono que nos legaram.
Como tem sido a campanha?
O Brasil vive o seu pior momento desde o fim da ditadura militar. O cidadão brasileiro está, cada vez mais, desconfiado de seus representantes e suas instituições. A crise política alargou suas fronteiras e ganhou ares de crise institucional. Não temos vivido um momento fácil. A corrupção se infiltrou em todas as instâncias de poder no país, independente do âmbito. As denúncias abarcam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário nas cidades, nos estados e na esfera federal. O pior é que a população parece já ter perdido a esperança. Mas resolvi encarar esse desafio, e a campanha tem sido desafiante nesse sentido. Temos trabalhado sem dar espaço para a compra de votos, para o empreguismo eleitoral e a troca de favores. Não vamos trocar a nossa nação por migalhas. É assim que tenho levado minha campanha. Sem aceitar dinheiro sujo, sem compra de votos. Pouco dinheiro, muita vontade. Aproveito para agradecer todas as pessoas que tem trabalhado comigo de forma voluntária, simplesmente por acreditar no nosso projeto.
O senhor é novo em idade e também na vida pública. Em sua opinião, o que está faltando na política brasileira? Como o senhor pode contribuir?
A noção de tempo mudou muito. A juventude se ampliou. Há uns 30 anos atrás, 35 anos era a idade de um homem adulto no auge da sua vida familiar. Mas para você ter uma ideia de que não sou tão novo, para se candidatar a presidente do Brasil a pessoa tem que ter no mínimo 35 anos. Na vida pública tenho já uma trajetória, e acredito que é justamente isso que as pessoas querem: uma novidade que não seja um risco. Acho que esse debate PT e PSDB já deu, hoje faz mal pro país, é como um veneno, afasta amizades, afasta boas ideias. Falta ao Brasil e a Minas Gerais uma agenda de consenso, baseada na criação de políticas de Estado que sejam independentes de partidos, mas que pensem no Estado estrategicamente pro futuro. Eu posso contribuir sendo essa ponte, uma pessoa que transita bem dos dois lados, que entende que há coisas boas nos dois lados.
Que agenda de consenso o senhor propõe?
Minhas propostas para atuar na assembleia é justamente fortalecer isso que estou chamando de agenda de consenso, e que passa basicamente por cinco eixos: a) responsabilidade com o dinheiro público, que inclui rever nossos gastos e nossas receitas. O contribuinte não aguenta mais a carga tributária mineira, e por outro lado, o Estado de Minas Gerais está literalmente falido. Temos que fazer escolhas financeiras sólidas; b) um projeto educacional sério. A educação básica está largada, afundada, sem nenhuma credibilidade, professores desanimados. Precisamos resolver isso; c) a busca da melhoria dos processos de gestão de saúde; d) segurança pública e e) por fim, precisamos de uma agenda de desenvolvimento social que inclua a geração de empregos. Ninguém aguenta mais essa situação. Nossos jovens estão abandonados. Essa é a palavra certa: abandono.
Se eleito, o que pretende fazer por Caratinga?
Eu penso que precisamos sair da política eleitoral municipalista para uma política regional. Por onde eu ando no leste mineiro, no Vale do Rio Doce, eu falo que precisamos de políticos que não sejam só de Valadares, ou só de Caratinga, precisamos de políticos que sejam da nossa região. Eu fico pensando: quantas transações econômicas nós poderíamos ampliar numa melhor relação entre Governador Valadares, Caratinga, Ipatinga, Teófilo Otoni e as cidades no entorno? Poucas regiões do país tem tanta universidade, curso superior, acesso a saúde, como a nossa. Pode apostar, não temos muitas regiões em que temos quatro ou cinco boas cidades com distâncias aproximadas. Mas para gente crescer temos que nos aliar. E Caratinga faz parte desses planos de favorecimento da nossa região. Além disso, sou um grande defensor dos municípios. Umas das minhas principais pautas é chamar atenção para as questões do pacto federativo e incentivar uma revisão no federalismo fiscal. Penso que essa é a única solução para o desenvolvimento local e regional. Caratinga é uma cidade querida, tenho familiares aqui, minha tia Cynthia Calili é uma referência nas causas sociais e religiosas, tenho amigos especiais e farei pelo município tudo que puder para incentivar o crescimento e desenvolvimento, seja através de emendas parlamentares ou com projetos de lei que possam ser úteis para todos os municípios mineiros.
Qual mensagem gostaria de deixar aos eleitores, principalmente para aqueles que ainda não definiram seus candidatos? Porque eles deveriam te escolher para deputado estadual?
Acredito que precisamos de uma renovação com qualidade. E penso que meu nome entra dentro desta proposta, dessas ideias. Tenho conhecimento, experiência e nunca fui deputado estadual. Eu sempre falo que antes de votar precisamos conhecer mais o político, mas cabe ao eleitor pesquisar, também. Não adianta votar em alguém que diz que defende a saúde e a educação, se ele não tiver um plano para essas áreas. Eu asseguro a vocês, eu tenho uma visão bem clara sobre minha atuação. Além disso, eu estou nas redes sociais, uma forma de me aproximar do eleitor, e não estou porque eu entrei nas eleições, eu sempre estive lá, a disposição, aberto ao diálogo, mostrando minhas propostas, inclusive convido todos para acessá-las (@jamircalili31 no facebook e @jamircalili no instagram). Eu sei que o eleitor está desanimado, mas eu tenho hora que me pego desanimando, mas logo percebo que não podemos desanimar. É a chance que temos que mudar o panorama do nosso país, votar diferente, votar para uma nova história. Serão cinco minutos na frente da urna eletrônica, ou até menos, faltam poucos dias para gente fazer uma escolha, precisamos fazer uma boa escolha. É o único momento em que todos somos iguais de fato, na hora do voto. Para que vamos abrir mão desse direito e desse dever? O que vamos ganhar em troca nos omitindo? Eu peço sempre ao eleitor quatro coisas: a oportunidade de me conhecerem, lerem sobre mim, pesquisarem sobre mim, depois peço que votem em mim, mas peço, também, que se forem votar, divulguem o meu nome, é importante falar do candidato que você vai votar para as outras pessoas conhecerem e, por fim, o mais importante, votem com consciência, esse é nosso dever cristão.