Os mosquitos do gênero Aedes, são os principais vetores responsáveis pela transmissão de diversas arboviroses mundialmente relevantes, sendo elas, a Febre amarela (vírus YFV), a Dengue (vírus DENV), a Chikungunya (vírus CHIKV) e a Zika (vírus ZIKV), e é interessante dizer que além destes vírus, existem mais de 545 espécies de outros arbovírus, sendo aproximadamente 150 espécies destes relacionados a doenças nos humano e os outros provocam doenças em animais de sangue quente.
O cenário epidemiológico da Dengue e demais arboviroses no Brasil, reflete que a primeira se apresenta como uma epidemia disseminada e se divide em nichos de transmissão/infecção com os emergentes vírus da Chikungunya e Zika. O conjunto de sintomas comuns destas doenças, que se caracteriza por quadros febris e que muitas vezes dificulta o diagnóstico clínico específico.
Além do exposto, a alta demanda, acompanhada da demora para coleta de amostras para confirmação laboratorial do diagnóstico ou resultados falsos negativos devido a não identificação do RNA viral na circulação sanguínea, e à falta de testes para realização de exames, tem contribuindo para o não diagnóstico clinico correto das arboviroses, isto, interferi ainda na apresentação estatística dos quadros epidemiológicos destas doenças no país.
Com exceção a Febre Amarela, as demais arboviroses mencionadas, não possuem uma vacina ou tratamento específico, sendo indicado para prevenção individual delas o uso de repelentes, o qual visa impedir a picada dos mosquitos, principalmente hematofágicos diurnos, como é o caso de Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Os repelentes, são substâncias que agem em nível local ou à distância, a partir do fornecimento de uma barreira de vapor, a qual interfere no voo dos artrópodes e dificulta o pouso e a picada sobre a pele. No entanto, a proteção conferida pelos repelentes pode variar de acordo com o usuário e alguns fatores podem interferir na eficácia do produto, tais como predisposição individual, de acordo com as substâncias exaladas (ácido lático, CO2, suor), e fatores preponderantes às picadas, como, por exemplo, eczemas, sexo masculino, idade adulta, uso de bebidas alcoólicas, umidade, odor, clima quente e úmido e uso de fragrâncias florais.
Várias alternativas a repelentes de uso tópico têm sido propostas, por exemplo, aparelhos ultrassônicos, pulseiras com óleos essenciais de plantas, cápsulas de vitamina B1, adesivos, difusores de uso pessoal. Todavia, excluindo os difusores, nenhum dos outros produtos mostrou-se tão eficaz para impedir os ataques dos mosquitos, quanto os repelentes.
Os repelentes de uso tópico mais utilizados, são aqueles que apresentam em sua composição produtos químicos sintéticos, conhecidos como N, N-dietil-3-metilbenzamida (DEET), que é considerado “padrão ouro” para repelência. O DEET promove longo tempo de proteção e apresenta baixa toxicidade.Todavia, a duração da proteção está fortemente ligada à concentração de DEET no produto final, sendo que concentrações menores que 10%, como as encontradas na maioria dos repelentes nacionais, geralmente conferem menos de duas horas de proteção, sendo o ideal, reaplicar o produto a cada duas horas, para manter a proteção.
Profª. Drª. Rosane Gomes de Oliveira. Coordenadora da Pós-graduação “Lato sensu” em Desenvolvimento Regional, Saneamento e Meio Ambiente-Centro Universitário de Caratinga-UNEC.