Rogério Silva
Desde que o futebol foi inventando na Inglaterra, e chegou ao Brasil pelas mãos de Charles Muller como nos conta a história, chegou também a polêmica assim que a figura do árbitro foi introduzida no jogo. Porém, dos tempos de Muller pra cá, o jogo evoluiu muito assim como as condições de praticá-lo. Entretanto, a arbitragem não tem conseguido acompanhar no mesmo ritmo essa evolução do futebol. Quando trazemos para nossa realidade essa discussão, observamos que a situação e ainda mais difícil quando o assunto é o amador. É bem verdade que nossos árbitros precisam cuidar mais da parte física, que a Liga Caratinguense de Desportos (LCD) poderia oferecer regularmente um intercâmbio com outras ligas para que ganhassem rodagem, que nossos dirigentes e jogadores precisam entender que o árbitro também é passível de erro, e por isso, pressioná-lo aos berros e palavrões não vai ajudar em nada; que na maioria das vezes vão pra campo sem condições mínimas de segurança. Assim, chegamos a conclusão que temos muito ainda que melhorar. Por outro lado, a arbitragem de Caratinga encerrou a temporada de futebol na cidade com “chave de ouro” ao realizar um belo trabalho na partida final do Campeonato Regional da LCD. Agnaldo Garcia, Adão Carlos e Fernando Paula Matos demonstraram que quando se tem segurança, tranquilidade, colaboração de ambos para trabalhar, o resultado é muito melhor. Na minha humilde opinião, os três foram os destaques da arbitragem este ano. Espero quem em 2015 possamos estar falando de uma evolução significativa e que novos árbitros possam surgir para ajudar na difícil missão que é não deixar nosso futebol morrer.
Bola nossa
Entramos no último mês do ano. Hora de se fazer um balanço sobre a atuação de nossos clubes. Não precisa ser gênio para descobrir que o saldo é extremamente positivo. Embora América e Boa Esporte não tenham conseguido o acesso á Série A do Brasileirão, tivemos a Tombense subindo da D para a C em 2015.
Entre os dois gigantes, ambos têm motivos de sobra pra comemorar. O Cruzeiro, campeão por antecipação; apesar de utilizar um time todo reserva contra a Chapecoense conseguiu um empate. A Raposa pode chegar aos 80 pontos caso vença o Fluminense na última rodada e bater o recorde dos pontos corridos com 20 clubes. Sem falar que mesmo antes de terminar a temporada 2014. Já é vista como favorita a muitas conquistas também em 2015.
Do lado atleticano, a conquista da Copa do Brasil mostrou que o Galo conseguiu atravessar o período de transição e turbulências depois das conquistas em 2013. A saída de alguns jogadores e principalmente do técnico Cuca, deixou uma dúvida de como seria esse ano. O time não só sobreviveu, como alcançou um título inédito e termina o ano em alta. Nem mesmo o fim do mandato de Alexandre Kalil é tão preocupante para as pretensões no ano que vem.
Tem clube que ainda não aprendeu
A triste queda do Botafogo para a Série B, pela segunda vez em sua história, demonstra que alguns clubes ainda não aprenderam a lição. Sem o mínimo de planejamento, e seriedade na condução do futebol, o resultado será sempre ruim. É preciso entender que a época do peso da camisa, da tradição que entra em campo, só vale se for acompanhada de muita competência e transparência. Atraso de salários, jogadores fracos e desmotivados, torcida desanimada, falta de crédito e perspectiva de melhora são os principais ingredientes para uma queda anunciada.
Rogério Silva