Na nossa rotina diária, através das diversas atividades, estamos propensos a ter de utilizar e/ou compartilhar nossas experiências de vida. No entanto, por muitas vezes tudo que aprendemos durante a vida não é suficiente para solucionar quaisquer forem as condições adversas e, a partir disso, é necessário buscar novos conceitos e construir experiências para aumentarmos a nossa resiliência.
Num aspecto geral, pessoas mais velhas são, de fato, portadoras de mais experiência em assuntos específicos e gerais que pessoas mais novas, com um mesmo nível de escolaridade. Tais pessoas são descritas como “sábias” e/ou “calejadas”, pois simbolizam que as diversas situações do seu dia a dia as tornaram mais resilientes de forma mais impositiva ou não.
Pois bem, mas o que tudo isso tem relação com as mudanças no clima e a Conferencia do Clima em Paris? Eis uma ótima pergunta. Eu posso responder que tudo e vou explicar o(s) por quê(s) disso.
A vida insiste em mostrar, a cada ano e a cada instante, como nosso mundo funciona e às vezes por desatenção, talvez por preguiça, deixamos de absorver seus ensinamentos. Digo isso, pois somente depois de alguns pronunciamentos dos chefes de estado na COP21 pude me dar conta de algumas coisas. A principal é que os atores mudam, mas nunca o roteiro. Pense bem, se a tal conferência foi desenvolvida para tratar do clima e sua mudança em todas suas edições os discursos, desde a sua criação até atualmente, seguiram a mesma linha, ou seja, seguiram a linha do politicamente correto e da necessidade de salvação do planeta.
Hoje adentramos mais uma vez no vazio dos discursos politicamente corretos, estes que enfatizam a necessidade de resposta a nossas inquietações, mas que é feito com o objetivo de não comprometimento das alianças políticas e comerciais tão importantes entre diversos países. Claro, por que sacrificar amizades e cifras astronômicas em favor de algo tão subjetivo para os céticos climáticos e para a maioria dos governantes. Afinal a manutenção da nossa sociedade atual não é imprescindível.
Acredito e tenho fé que a questão do clima e de tudo que atormenta a população poderá mudar quando profissionais reconhecidos nacionalmente e internacionalmente pelos seus serviços prestados começarem se interessar a fazer parte do mundo político de fato. Caso contrário, as coisas continuarão da forma que podemos ver diariamente em jornais e no nosso convívio com diversas pessoas.
Ainda na questão das lições que poderemos aprender através de tal conferência, vou focar na nossa situação atual e deixar de lados outras grandes nações. Devo salientar que meu objetivo aqui não é fazer caça as bruxas, ou a bruxa, mas sim pinçar algumas questões que devem, por sua importância, ser colocadas em destaque. Portanto, eis uma dúvida que tenho. Como nosso país pode contribuir no desenvolvimento de quaisquer documentos cujo objetivo é buscar solucionar tudo que está relacionado às mudanças no clima? Com ideias científicas somente, pois temos cientistas ligados a temática de renome mundial. Para mim tudo que vem antes ou após essa contribuição técnica já tem uma grande margem de erro e qualidade duvidosa.
Digo isso, pois como um país que não consegue organizar escolas e espanca alunos em São Paulo, humilha e prende professores em Porto Alegre, não resolve a questão da seca no Nordeste e não faz absolutamente nada para que o norte de Minas Gerais não se transforme num deserto, que não consegue desenvolver um plano de longo prazo para evitar que a crise hídrica tornasse uma realidade, que uma pessoa consegue ser sorteada 505 vezes e outra mais de 200 vezes em sorteios de loterias federais, que consegue ver sua floresta cair e sucumbir frente a nossas necessidades diárias – o brasileiro nunca comeu tanta carne, permitiu que um rio e diversas vidas fossem utilizadas para pagar o nosso imediatismo? Acredito que ainda estamos longe de contribuirmos de forma mais ampla no desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento das mudanças no clima.
Por fim, acredito que de tudo devemos retirar um aprendizado. Por muitas vezes aprendemos da forma mais dolorosa, daquela que não esperávamos. Entretanto, como na sua confecção tais aprendizados são, na sua maioria, aqueles responsáveis por significativas mudanças. Sendo assim, a esperança é que possamos aprender com o hoje, rever nossos conceitos e objetivos para projetarmos um futuro melhor para todos nós.