Atendimento à gestante e ao recém-nascido havia sido questionado por familiares
CARATINGA– Faleceu na manhã de ontem, Nayara de Souza Rodrigues Paixão, 24 anos, que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora há pelo menos 12 dias. Familiares alegaram que a mulher teria sido vítima de um derrame.
Há oito dias, o DIÁRIO DE CARATIGA trouxe o relato de Alaíde Alves de Souza, mãe de Nayara. Segundo Alaíde, a filha havia esperado cinco dias para realização do parto, que ocorreu no dia 25 de março. No entanto, a criança (que nasceu prematura) faleceu no dia seguinte.
Para a mãe de Nayara, a causa da morte do bebê e da gravidade do estado de sua filha teria sido a demora em realizar o parto. Segundo ela, a equipe médica que estava na Maternidade Grimaldo Barros de Paula teria se negado fazer o procedimento, devido à falta de estrutura no local. Eles pretendiam a transferência da paciente para outro hospital.
Alaíde ainda lamentou o estado de saúde da filha, questionou a demora na tomada de decisão sobre a transferência ou não de Naiara e já temia o pior. “Foi falta de esforço deles, mesmo que não tivesse vaga, transferisse para outro lugar que tivesse. Mas, rápido. Foram deixando, esperando vaga. O que resultou. Minha filha continua internada, não está bem, toda entubada na UTI. Ela não se movimenta, não está reagindo. Fiz carinho nela, ela não reagiu. Me falaram que ela está com risco de vida mesmo. Espero que Deus tome providência nisso tudo pra mim, é a única filha que tenho. Se ela falecer vai deixar duas crianças no mundo sem mãe”.
Em nota, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora explicou que em relação à abordagem feita na porta da maternidade à mãe da paciente Nayara Souza Rodrigues da Paixão, “não houve nenhum tipo de negligência ou descaso no atendimento a esta gestante”; que necessitou ser internada devido a complicações na gestação de 27 semanas, tratamento de infecção urinária e controle da pressão arterial.
Ainda de acordo com o HNSA, no dia 25, às 17h foi necessário interromper sua gestação devido ao aumento da pressão arterial com quadro de eclampsia. “O recém-nascido nasceu prematuro com peso de 870 gramas, necessitou ir de imediato para a UTI neonatal, vindo a falecer dia 26, ás 17h40, causa óbito: prematuridade extrema”.
O hospital ainda havia ressaltado que Nayara estava internada em estado grave, devido a complicações da “eclampsia”.