Político visitou a região e falou como está sendo sua atuação no Senado Federal. Ele ainda mostrou sua visão municipalista
DA REDAÇÃO – O senador Carlos Viana (PSD) visitou a região na tarde de ontem. Ele participou de um encontro político em Ubaporanga. Viana veio para falar da organização do partido, que tem grande metas para 2020.
BIOGRAFIA
Carlos Viana é jornalista, apresentador e radialista. É formado em jornalismo e pós-graduado em Gestão Estratégica de Marketing pelo Centro de Pesquisas Administrativas da UFMG. Em 1987, foi escolhido como representante brasileiro da empresa Deutsche Lufthansa AG para desenvolver projetos de divulgação sobre a Alemanha no estado de Minas Gerais. Iniciou sua carreira na televisão na década de 1990 e trabalhou na Rede Minas de Televisão, TV Globo Minas, TV Globo Bahia e TV Alterosa. Nos Estados Unidos, em 2004, foi editor-chefe do “National – The Brazilian Newspaper”. Em 2018, filiou-se ao Partido Humanista da Solidariedade-PHS. Na eleições de outubro do ano passado, foi eleito ao Senado Federal, tendo recebido 3.568.658 de votos. Em dezembro de 2018, anunciou ingresso no Partido Social Democrático (PSD).
A ENTREVISTA
Na sexta-feira (8), o senador Carlos Viana conversou com exclusividade com o DIÁRIO. Em contato telefônico, contou sobre o motivo de sua visita à região e falou como está sendo sua atuação no Senado Federal. Ele ainda mostrou sua visão municipalista.
Qual o motivo de sua vinda à região?
Nós estamos reorganizando os grupos e as comissões do PSD em toda Minas Gerais. Hoje somos o partido que mais cresce no país e essa região é muito importante para nós. Tanto Caratinga e as cidades em seu entorno são fundamentais em nosso projeto de crescimento.
Como foi deixar o jornalismo e entrar para a política?
Eu tive 23 anos de experiência no jornalismo. Eu já comecei mais maduro, com uma experiência de vida maior e nesse últimos anos vinha percebendo o quanto o nosso país piorou, seja em esperança, em crescimento e planejamento. A política se tornou uma fonte de decepção e eu tinha opções: me aposentar e continuar observando ou deixar o jornalismo e oferecer a minha experiência à população. E Deus quis eu fosse eleito, então agora vou lutar muito para fazer a diferença como representante do povo.
O senhor teve muito empenho em relação ao Projeto de Lei (PL) 5.478/2019- que tratou da divisão dos recursos do bônus de assinatura da cessão onerosa do pré-sal entre os municípios e os estados. Como foi sua participação nas articulações?
A questão do pré-sal foi uma discussão em que Minas Gerais precisava recuperar o espaço que ela perdeu no marco nacional do petróleo. Lá no passado o nosso estado foi colocado em segundo plano e os estados produtores receberam mais benefícios por conta do lobby político. Então subentende que a nossa representação não era a ideal naquele momento, não colocando o estado como o principal interesse, os projetos políticos-pessoais estavam acima. Nós hoje conseguimos, com muita negociação, defender Minas. O nosso estado desde 1943 exporta minério e nós nunca recebemos absolutamente nenhum tostão a mais por conta disso. Como Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo alegam que o impacto do petróleo é muito grande, eles não têm o que comparar conosco. Observe o impacto de Brumadinho ou de Mariana. Como ficou a imagem do nosso estado? Esse impacto nas vidas das pessoas, essas barragens que não as deixam dormir. Então esse argumento acabou sendo aceito pelos outros estados e nós conseguimos fazer com que Minas Gerais fosse o segundo estado a receber o maior volume do petróleo. O Rio de Janeiro vem em primeiro, pois conseguiu manter uma alíquota, mas nós superamos uma espaço político importante que há muito tempo nós não estávamos vivenciando.
O senhor tem se mostrado municipalista. Qual sua avaliação a respeito dessa proposta onde municípios com menos de 5.000 habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total seriam incorporados pelo município vizinho? O senhor até sugeriu um plebiscito.
Os municípios precisam passar por mudanças, precisamos melhorar a administração pública em nosso país. Mas extinguir municípios não será a solução. Existe outras medidas que nós podemos aplicar. Por exemplo, flexibilização dos horários dos serviços municipais, mais repasses para os municípios, o que estamos tentando fazer no novo pacto federativo, que virá com as questões dos leiloes futuros do petróleo. Nós podemos rediscutir os repasses nas câmaras municipais, por exemplo, podemos ter municípios quando a renda é muito baixa, os vereadores não teriam salários, seriam apenas conselheiros. Então antes de falar em fechar municípios, nós temos que falar em reorganizar a administração pública. Penso também que o plebiscito seria o melhor caminho para que essas populações fossem respeitadas.
Qual a avaliação que o senhor faz dos governos Jair Bolsonaro e Romeu Zema?
O governo Bolsonaro tem colaborado muito com Minas Gerais. Todas as demandas que eu tenho levado ao presidente, os ministérios têm aberto as portas. Veja por exemplo, na questão da BR-381 se tornou uma prioridade para o governo e naturalmente ela vai trazer desenvolvimento para a região leste de Minas. É importante o fim desse isolamento que nós vivenciamos nesses últimos anos. O governo Bolsonaro tem trabalhado e tomado decisões importantes. A questão é que infelizmente sempre vemos pelo noticiário essa guerra de informações, ‘o filho falou’, ‘o presidente falou’. Não me preocupo com isso. Estou mais preocupado com a caneta azul do presidente e aquilo que ele vai assinar para melhor Minas Gerais.
Já o governador Zema, no primeiro momento, o partido dele tinha uma visão de diferente de política. Ele precisa ser respeitado, mas em política não se resolve nada sozinho. Agora colocou um secretário de governo (Bilac Pinto) muito experiente, negociador, tem chamado os deputados para conversar. Eu tenho muita confiança para 2020. Penso que estamos no caminho certo com as decisões que estão sendo tomadas.
Quais suas considerações finais?
Eu quero deixar claro que este ano a classe política está respondendo ao que a população espera. Mas por que? O eleitor está cobrando. Hoje com as redes sociais, um novo tipo de manifestação. Isso vai fazer que valorizemos a democracia e reconquistemos a confiança nas urnas.