Muitos não sabem, mas, nasci na antiga “rua do sal” e fui criado no bairro Esplanada. Praticamente toda minha infância – que foi ótima diga-se de passagem- foi vivida entre as ruas da Piedade, dos Operários e Quincas Carroceiro. Ao longo desse tempo, pude ver de perto grandes times do Esplanada e acompanhar de perto boa parte de sua gloriosa história. Este ano o Verdão da Grota completa meio século de vida. Com muito carinho, estou começando a preparar um matéria para homenagear um dos mais importantes clubes amadores da zona da mata mineira. Um time que sempre arrastou uma multidão de apaixonados e sempre fez tremer o Estádio do Carmo, carinhosamente chamado de “Grota” pelos torcedores. Aguardem!
Hora do clássico
Num campeonato tão fácil para os grandes, onde o grau de dificuldade diante dos clubes do interior praticamente inexiste, o clássico é o momento mais esperado pelos torcedores e até mesmo jogadores. É o jogo que todo mundo quer jogar. Nas ruas, bares, esquinas e redes sociais o mais comum é ouvir a frase batida “clássico não tem favorito”. Mas, será que é assim mesmo? Independente do momento de cada um o resultado é sempre imprevisível? Na minha humilde opinião, depende muito do que significa favoritismo para cada um. Pra mim, ser favorito não significa que já ganhou, tampouco que será fácil derrotar o rival. Dizer que um time tem favoritismo para um confronto, quer dizer que analisando qualidade técnica do elenco, opções que o treinador tem no banco, jogador capaz de fazer a diferença, momento favorável emocionalmente, somando todos esses fatores, achar que time A ou B tem mais chance de vitória. Não é desrespeito por exemplo o Robinho do Cruzeiro achar que a Raposa é favorita para o jogo deste domingo. Porém, num jogo dessa importância, o outro lado pode se motivar exatamente ouvindo uma declaração assim. Só pra lembrar, jogos grandes assim, às vezes a determinação, empenho e o espírito de luta fazem mais diferença que qualidade técnica. Só não tenho dúvida que mais uma vez teremos um grande confronto. Espero que fique apenas dentro das quatro linhas.
Na Libertadores é diferente
Cruzeirenses e flamenguistas se decepcionaram com as estreias de seus times na Taça Libertadores das Américas. Porém, pra quem não analisa somente o placar do jogo como é o meu caso, devo dizer que me decepcionei mais com o Rubro Negro que empatou e somou um ponto, que com a Raposa que tomou 4 a 2 do Racing na Argentina. Apesar das falhas individuais e de posicionamento da defesa, o Cruzeiro jogou bem e demonstrou que irá brigar de igual pra igual com o argentino do seu grupo. Por outro lado, o Flamengo esteve duas vezes em vantagem, foi prejudicado pela arbitragem é verdade, mas demonstrou um futebol pobre e sem muitos recursos. Um paradoxo com a conta bancária do clube né. Afinal, mesmo tendo grana pra investir, fica evidente que alguns jogadores não eram pra estar vestindo a camisa rubro negra na Libertadores.
Rogério Silva