Com alegria, agradecimentos e emoção estamos comemorando o sacerdócio de Monsenhor Raul Motta de Oliveira. No sábado, dia 7, uma missa em ação de graças, no seminário diocesano, às 7 horas da manhã, inicia as comemorações. Sessenta e seis anos seguindo as pegadas do Divino Mestre, sendo um dos padres mais importantes da diocese de Caratinga, pelo tempo de entrega e pela missão desenvolvida com abnegação de um sacerdote que enriquece nossa Igreja.
Nasceu em Inhapim e, logo ao nascer, sua mãe o entregou aos cuidados da Virgem Maria. Desde então, conforme sabemos, Ela o abençoou e o acolheu debaixo de seu manto materno.
Considero esse dia de sua ordenação como sendo o dia de seu sim. Disse sim ao chamado de Deus e esvaziou-se de si mesmo e se preencheu da vontade de Deus. Nesse dia, há 66 anos, Monsenhor disse sim, como os apóstolos disseram. Inspirado no sim de Maria, que nos deu Jesus Cristo e a salvação eterna, ele é um outro Cristo caminhando na grandeza espiritual.
Dedicando sua vida à Diocese de Caratinga, pudemos usufruir de sua presença e de seu sacerdócio. Professor, diretor do seminário, grande orientador dos seminaristas, pároco da catedral por 17 anos, escritor de livros e revistas, é fotógrafo em ocasiões especiais não deixando passar em branco festas e pessoas. Amigo de mãos dadas com todos os fiéis que o procuram, amparando, aconselhando, perdoando. Com seus dons e suas virtudes, caminha com aquele sorriso que deixa transparecer sua alma divina. Sorriso que me inspirou uma canção em seu louvor quando assumiu o posto de Monsenhor: “Empresta-me teu sorriso, que eu preciso cantarolar, eu preciso vencer na vida, que é uma subida, pra saber amar. Empresta-me teu sorriso, que tem juízo de Monsenhor, não importa o degrau subido, é sempre amigo, legando amor. Teu sorriso parece festa, numa seresta, numa canção, teu sorriso é uma lua, que ilumina a rua, do meu coração.”
Auxiliava todos os bispos que por aqui passaram. Lembro-me de quando foi chamado ao Palácio, atendendo o bispo da época, para resolver um grande problema da diocese. Ele foi e, antes de dar sua solução, foi à capela e rezou, pedindo luzes do Espírito Santo. Apresentou a sua opinião e acabou solucionando o problema.
Monsenhor é a luz mais brilhante da espiritualidade católica de Caratinga, é o amigo que sabe dar um bom conselho quando procurado pelos fiéis que nele encontram palavras de alento e paz.
Todos o admiram. É a única pessoa que recebeu, ainda vivo, a homenagem de ter uma rua em seu nome. É uma forma de reconhecer sua atuação admirável. Na verdade, seu nome está inscrito, indelevelmente, nas batidas de nosso coração,
Mais de vinte mil missas celebradas e homilias que nos mostram a salvação. Ele é o que o nosso saudoso Monsenhor Levy disse “O sorriso é o elixir que sustenta o dia a dia dessa jovialidade. Sempre disponível para tudo e para todos. Pelos vários carismas, servidor de muitos serviços, aparece mais na semente e no crescimento. Prefere não aparecer na colheita. Vai passando sem passar. Vai parando sem parar. Fino no corpo e no trato. Alma grandiosa num corpo franzino. Sempre capaz de novas motivações e novos entusiasmos. Cada dia é de fato para ele um novo dia, um novo primeiro dia a iluminar os “cada dia” de todos nós.”
Que Deus continue abençoando seu sacerdócio precioso e lhe conceda saúde, alegrias, realizações e as luzes do Espírito Santo.
De joelhos, agradecemos a Deus por nos ter dado o Monsenhor Raul. E a ele agradecemos o sim, as horas de solidão, as horas de desalento, as horas todas de sua comunhão com Deus. A caminhada sacerdotal constitui sua maior alegria. Muitas vezes já confessou ser o sacerdócio sua maior felicidade.
Parabéns, mil parabéns! Que por muitos anos, ainda, possamos rodeá-lo com nosso carinho e orações.