CARATINGA- Eduardo Tavares, Kaio Martins e Vitoria Guedes são estudantes do 2° do Ensino Médio da Escola Estadual Dom Cavati, em Ubaporanga. Juntos, com apoio da professora de Física Clarina Santos, foram vice-campeões na Jornada Brasileira de Foguetes. A competição faz parte da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.
Clarina explica que a turma do 2° ano 1 foi inscrita no início do ano e no decorrer dois meses trabalhou na confecção de projetos de foguetes feitos de garrafa PET. “Foi realizada uma prova e também este trabalho prático da Olimpíada. Em abril, toda a turma fez o lançamento dos foguetes. Esta equipe alcançou em torno de 150 metros e a escola foi convidada para participar desta Jornada de Foguetes, na Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Uma Olimpíada Nacional, em torno de 66 escolas”.
Conforme a professora, os estudantes se empenharam no trabalho e uma equipe foi selecionada para representar a escola, pelo melhor desempenho nos testes de lançamentos, obtendo bons alcances horizontais. “A turma em geral ficou muito empolgada com o trabalho, começamos a fazer os foguetes em sala de aula. Depois, fizemos dois testes no campo de futebol aqui da cidade, onde levei toda a turma e todos puderam lançar seus foguetes. A participação da turma foi excelente, mas, como sempre tem uma equipe que se destaca ainda mais, essa foi a equipe que fez de tudo para ir ao Rio de Janeiro e eles conseguiram”.
O PROJETO
O lançamento deve ocorrer a partir de uma base estável que guie o foguete rigidamente, até ele atingir uma velocidade adequada para garantir um voo seguro. Eduardo Tavares explica como se deu a construção da base no projeto. “Inicialmente, na fase da escola, optamos por fazer com recursos que estavam disponíveis no momento. Utilizamos cano PVC de 20 milímetros, um cano mais fininho, mas, que nos possibilitou vencer essa competição entre a turma e sermos classificados para o Rio de Janeiro. Na confecção da base que levamos para o Rio, já tínhamos o apoio do diretor Wanderson, com recurso para que montássemos uma base que fosse mais resistente e fácil de levar, já que era uma viagem longa. Utilizamos cano de 32 milímetros, já que ela precisava ser resistente para aguentar tanta pressão que o foguete teria na hora do lançamento. Para ligar os pedaços de cano utilizamos, joelhos. Para o apoio, usamos cano de 25 milímetros e algumas ligações com T de metal, que seria um material mais fácil de lidar e de aguentar a pressão também”.
Vitoria Guedes acrescenta que o foguete foi construído com garrafa PET de dois litros. “Para que assim pudesse caber uma boa quantidade de combustível, que seria vinagre com bicabornato. Para as aletas, utilizamos canos PVC e alguns outros modelos de foguetes utilizamos capa de caderno. Para o bico, utilizamos durepox, para assim ter uma aerodinâmica bacana para que o foguete cortasse entre o ar. Para fazer o peso, areia em alguns foguetes e balão com água em outros”.
EXPERIÊNCIA
No Rio de Janeiro, no evento Jornada Brasileira de Foguetes, os alunos tiveram que enfrentar a ansiedade. Vitoria afirma que no segundo dia do evento foi possível garantir a premiação. “Tivemos que fazer dois lançamentos, no primeiro estávamos muito nervosos, em questão também da pressão psicológica e não conseguimos ter um bom desempenho no foguete. De início perdemos um pouco a esperança e ficamos um pouco chateados, mas, no dia seguinte tentamos novamente, onde obtivemos um ótimo desempenho, fazendo a equipe acreditar que somos capazes de conquistar tudo aquilo que queremos”.
Eduardo também relata a experiência de participar do grande evento, representando a cidade de Ubaporanga e aprendendo sobre Astronomia. “Foi muito gratificante, porque geralmente quando estamos dentro de uma sala de aula vemos muita teoria, a escrita por trás de experimentos da matéria. Como, por exemplo, na Física, estudamos muita coisa sobre aerodinâmica, na Química estudamos sobre reações, mas, não vemos exatamente como aquilo funciona na prática. Depois que fizemos esse trabalho e fomos classificados para o Rio de Janeiro, ficamos com o olho brilhando porque literalmente vimos tanta coisa sobre Astronomia, que começamos até a pensar mesmo no profissional”.
Kaio Martins reforça as palavras do amigo e afirma que foram dias de diversas experiências, com trocas de ideias e socialização. “Mesmo não conhecendo a maioria das pessoas que estavam ali, nos sentimos em casa, em momento nenhum alguém foi tratado com desprezo, foi um ambiente muito legal e amigável. Também tivemos as oficinas, apresentações de outras equipes e a palestra. Aprendemos sobre a Física que está envolvida desde o lançamento, como confeccionar, acrescentar melhorias para que no próximo lançamento ele tenha um desempenho melhor. Esse ano trouxemos o título de vice-campeão, mas, ano que vem, com certeza, com empenho da nossa equipe, além de trazermos o título de campeão, iremos representar nosso estado, nossa escola e nossa cidade e sabe não podemos até mesmo bater o recorde, que hoje varia entre 380 metros o lançamento. A gente carrega uma frase que é sonhe e mire na lua, caso você não acerte, você fica entre as estrelas”.
O diretor Wanderson Brito afirma que a escola se orgulha da equipe e está bastante empolgada com a próxima participação. “Muito feliz, representa muita coisa, porque um evento desse que envolve escolas do país inteiro e estamos lá, fomos muito bem representados. Parabenizo muito a Clarina, professora de Física, aos alunos pelo belo desempenho. E para o ano que vem estamos na expectativa do ouro, como eles mesmos disseram. É um orgulho para nossa escola e cidade. Eles colocaram muito aprendizado, experiencia única, que vai ficar marcado na vida deles. E seguimos apoiando, sempre à disposição”.
- Os medalhistas, professora Clarina Santos com os estudantes Kaio Martins, Vitoria Guedes e Eduardo Tavares
- Escola foi medalha de prata em competição nacional