INHAPIM – A prefeitura de Inhapim, através da Secretaria de Educação em parceria com Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Cooperativa de Crédito Credcooper, realizou uma palestra sobre Educação Empreendedora, Financeira e Cooperativista para os alunos do 8º e 9º ano da escola municipal “Leonel Pereira de Faria” no distrito de São José do Taquaral.
O trabalho em âmbito escolar busca despertar nos alunos a educação financeira e empreendedora através do cooperativismo rural, pois o município possui um trabalho de associativismo rural na agricultura familiar, principalmente no que tange aos programas de compra direta de alimentos pelo governo federal, estadual e municipal junto aos pequenos produtores rurais.
O Ministério da Educação homologou em 2018 a nova Base Curricular Comum Nacional (BNCC), em que determina dez competências a serem desenvolvidas com os alunos da educação básica. Além da definição de competências, há temas transversais que devem ser abordados durante o período escolar, e entre eles está a educação financeira.
Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), a BNCC deve nortear os currículos e as propostas pedagógicas de todas as redes de ensino, ou seja, ela dá o rumo e indica aonde se quer chegar, mas não oferece um modelo pronto. Mas são os currículos que definem os caminhos, ou seja, o método de ensino, os materiais didáticos e o formato das avaliações.
E isso será prerrogativa de cada estado, de cada escola, que tem até 2020 para implementar todas as diretrizes.
A abordagem no currículo não precisa se dar somente por meio das disciplinas, é estimulada a criação de projetos extraclasse que sirvam para desenvolver habilidades socioemocionais e reforçar a conexão entre o ensino e a realidade dos alunos.
Apesar de a BNCC sugerir que a educação financeira seja trabalhada de forma transversal e integradora, essa menção aparece explícita no documento orientador de matemática para o quinto ao nono ano do ensino fundamental. No entanto, a ideia é que todas as disciplinas se apropriem de seu conceito e a apliquem de forma prática e funcional. “Quando falamos de educação financeira como parte de uma cultura empreendedora, é possível desenvolver atividades como a simulação de compra e venda e feiras e oficinas de empreendedorismo. Projetos assim fomentam comportamentos que serão requeridos no futuro, quando o mercado de trabalho estará mais preocupado com habilidades e comportamentos do que propriamente com questões técnicas que podem ser ensinadas mais adiante. Quanto mais cedo ensinamos educação financeira e fomentamos habilidades empreendedoras, melhor”, comentou a secretária de Educação e Cultura de Inhapim, Carla Ervilha da Silva Araújo Oliveira.
A inclusão do tema educação financeira segue a tendência de estudos recentes da área, que apontam que quanto mais cedo ela é abordada, maiores serão as chances dos estudantes adotarem hábitos de consumo consciente.
Segundo resultados da Pesquisa Nacional de Educação Financeira nas Escolas, 81% dos alunos que têm educação financeira gastam parte do que recebem e guardam outra a parte para planos futuros. A adoção de um modelo de educação financeira nas instituições de ensino pode ser uma boa alternativa para a resolução de problemas reais, como o consumismo desenfreado, de forma não consciente, e o alto nível de endividamento da população.
O objetivo final é preparar gerações futuras para a administração do equilíbrio de suas finanças, tornando os jovens mais conscientes para resistir às pressões do consumismo e que possam influenciar positivamente suas famílias. E em um futuro onde o emprego formal será menos abundante, é importante ter reservas financeiras e saber administrar o dinheiro a seu favor.
Ademais, é importante fomentar a cultura empreendedora, a autonomia e o perfil dinâmico para resolver problemas e preparar os jovens para serem autônomos ou terem a versatilidade que será requerida nas profissões do futuro. Devemos construir uma força de trabalho com habilidades consistentes, desenvolvidas desde a infância, para que não tenhamos que lidar com mais desemprego e desigualdade. Portanto, precisamos desenvolver nas futuras gerações novas habilidades para novas economias.
Assessoria de Comunicação