CARATINGA – Uma visita de professores e alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Doctum de Caratinga na cidade do Rio de Janeiro fez elucidar fatos dos mais importantes da história do Brasil através dos magníficos exemplares da arquitetura e também do espaço urbano do centro histórico. A viagem foi elaborada pelo coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, professor doutor Rogério Werly Costa, e contou com a presença da professora doutoranda Carolina Senna, do professor José Nelson da Rocha e de mais 43 alunos e convidados.
O roteiro teve início às 8 da manhã do dia 25 de abril, sábado, com a visita ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, situado no Parque do Flamengo, sendo esta uma reconhecida obra racionalista do arquiteto carioca Affonso Eduardo Reidy. De lá os docentes e discentes se dirigiram para a tradicional Praça Cinelândia, onde situam edificações em estilo eclético construídas na gestão Pereira Passos: “Após meio século de epidemias constantes de febre amarela, varíola e cólera, decorrentes de um espaço urbano repleto de habitações insalubres (cortiços) e do crescimento desordenado alavancado pela imigração europeia e pela transição do trabalho escravo para trabalho livre, a cidade passou por significativa reforma urbana durante a gestão do então prefeito Francisco Pereira Passos, entre 1902 e 1906, que modificou tão radicalmente o centro histórico que originou a fama mundial de Cidade Maravilhosa”, reflete o coordenador do curso professor doutor Rogério Costa, em referência à Avenida Central (atual Avenida Rio Branco) e aos ícones arquitetônicos ali construídos, como o Museu Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional e o Theatro Municipal. O aluno Diogo Nicolau Meira de Souza também comemora: “tivemos a oportunidade de caminhar pelas ruas e conhecer pontos turísticos referenciais da história da arquitetura nacional. Nossa experiência ao Rio de Janeiro foi incrível”.
Professores e alunos conheceram o Paço Imperial – residência eventual de D. Pedro I e D. Pedro II, o Convento de Santo Antônio – um dos mais antigos e importantes conjuntos coloniais remanescentes da cidade junto a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, a tradicional Confeitaria Colombo fundada em 1894, o Centro Cultural Banco do Brasil e a Casa França Brasil – imponente solar neoclássico projetado pelo integrante da Missão Francesa no Brasil Grandjean de Montigny e encomendando por João VI para a primeira Praça do Comércio da cidade. As obras se descrevem por si através de seus estilos, adotados em cada período da história, conforme ratifica a doutoranda Professora Carolina Senna: “o aprendizado a partir da experiência estética é mais rico do que entender a obra a partir de textos ou fotos”.
Ainda no sábado todos visitaram o Edifício Gustavo Capanema, conhecido também como o antigo Ministério da Educação e Saúde e considerado um marco da Arquitetura Modernista Brasileira. A obra, que tornou conhecidos arquitetos como Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer, deu-se no âmbito do governo de Getúlio Vargas e no desejo de divulgar o progresso e a modernização do país, além de propagar os 05 conceitos modernistas do consultor do projeto, o arquiteto franco-suíço Le Corbusier.
No dia 26, domingo, os alunos participaram da tradicional missa dominical do histórico Mosteiro de São Bento, celebrada com órgão e canto gregoriano, única na capital fluminense. Em seguida o passeio aconteceu na Praça Mauá, zona portuária que passou por obras de reurbanização entre 2014 e 2015 e que abriga arquiteturas históricas em contraste com outras bem mais recentes, como o Edifício “A Noite” (1930) – de Joseph Gire, o Edifício Pós Moderno Rio Branco 1 (1990) de Édison Musa e o Museu de Arte do Rio (2013) do escritório Jacobsen, que por sua vez faz junção estrutural através da cobertura com outro de estilo eclético, o Palacete Dom João VI, formando magnífico contraste. Os alunos tiveram a oportunidade de visitar a pós-moderna, orgânica e sustentável construção do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o Museu do Amanhã. Segundo o docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Doctum e engenheiro professor José Nelson da Rocha, “a parte que mais me surpreendeu nesta viagem técnica foi a estrutura do Museu do Amanhã, onde o ‘balanço’ comove e desafia qualquer engenheiro de estrutura, sendo obra ícone que traz a reflexão sobre o quanto o ser humano conseguiu alcançar coisas consideradas inalcançáveis até há pouco tempo.”
No retorno do Rio de Janeiro os alunos e os professores visitaram o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, de Oscar Niemeyer, finalizando mais uma viagem de aprendizado e formação do aluno Doctum. “Ao aluno de arquitetura é essencial visitar as arquiteturas e os espaços urbanos, a fim de elucidar as noções de cunho espacial e estrutural, como também elucidar a memória da sociedade e a sua história. Para tanto, a Rede Doctum de Ensino investe nas viagens técnicas e proporciona o aprendizado do discente dentro de sala de aula e também fora do ambiente institucional”, reitera o coordenador do curso, que elaborou no ano passado viagens às cidades de São Paulo, Ouro Preto e Brasília e às instalações do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. No cronograma de 2019 acontecerão ainda viagens técnicas ao Campus Doctum de Juiz de Fora e à cidade de Curitiba.