* Sávia Francklin Mansur
A primavera iniciou-se no dia 23 de setembro, mas na prática, o nosso calor já se faz presente, devido ao clima tropical. O verão é a estação mais esperada por todos. Com o aumento da temperatura, às vezes não damos o devido valor a nossa alimentação, colocando-a em um plano inferior em nossas vidas. Durante a estação do verão precisamos ter cuidados específicos para não trazermos prejuízos a nossa saúde.
No verão, a ingestão de água deve ser constante ao longo do dia. Em relação as nossas crianças, o cuidado deve ser maior. Não devemos esperar que elas cheguem a pedir água e sim ofertarmos com abundância. Em caso de mudança de ambiente, como por exemplo, uma temporada no litoral, não devemos preocupar apenas com a exposição ao sol, mas também com a alimentação. Não devemos introduzir nada de novo em relação a alimentação. A rotina deve ser mantida, com o intuito de não se ter surpresas. Preocupação com a procedência daquilo que se come é de total fundamento, pois a alta temperatura e a falta de higiene podem se tornar um enorme gatilho para transtornos enormes. Imagine-se em pleno verão tendo que correr a um pronto socorro com seu filho com diarreia e vômitos. A primeira ideia que nos passa pela cabeça é juntar as malas e voltarmos para a casa. O planejamento de, talvez, um ano, se acaba em menos de 2 horas.
Devemos procurar alimentos com procedência, ou seja, com registro de algum órgão fiscalizador, do tipo “SIF” (Serviço de Inspeção Federal). Às vezes, é preferível pagar um pouco mais caro, por algum alimento que já se conhece a marca a arriscar em outro que nunca se ouviu falar. Alimentos comercializados à beira praia devem ser evitados, pois com a exposição ao sol, alguns alimentos podem se tornar uma verdadeira “bomba”, a qual vai estourar em nossa barriga.
Em relação às crianças, fica a dica de sair de casa com um bom café da manhã na barriga. Em caso de querer protelar o horário do almoço, leve sanduíches confeccionados por você. Se possível tente manter a rotina dos horários de alimentação. Crianças muito novas tendem a ficar irritadas quando sua rotina é alterada, principalmente o horário das refeições e do soninho que é tão reparador para elas. No intervalo das refeições, os picolés e os sorvetes sempre serão bem vindos. Deve-se tomar a precaução de não substituir as refeições maiores (almoço ou jantar), por estes. Estes gelados devem ser de boa procedência, pois não é porque são alimentos gelados que estão isentos de contaminações.
As frutas devem ser oferecidas sem restrição, desde que higienizadas sempre antes de serem comidas. Os alimentos do tipo salgadinhos industrializados devem ser evitados. Eles possuem um alto teor de sódio (sal) e de gorduras. Ao ingeri-los, as crianças podem perder o apetite e deixar de comer o que realmente alimenta. Para as crianças que já têm excesso de peso, devem ser evitados a todo custo, pois não trazem qualquer benefício. As frituras devem ser evitadas e deve-se dar preferência aos alimentos crus e cozidos. Quando ingerimos uma refeição com alto teor de gordura, a tendência é a digestão ficar mais lenta. Vamos demorar para ter fome novamente e teremos sonolência e retardo em nossas ações. Este quadro, diante de uma alta temperatura ambiente, como é o caso da estação do verão, tende a ser pior. Por isso devemos ingerir alimentos com menor teor de gorduras, dando preferência a legumes, verduras, cruas e cozidas, frutas e sucos naturais.
Deixamos claro que, não é nenhum pecado, comermos e levarmos nossas crianças para ingerir uma pizza ou hambúrguer em pleno período de férias. O momento é agradável e deve ser curtido em família. Todavia, que isto não se torne uma rotina, pois o excesso, fatalmente trará danos a saúde não só de nossas crianças, mas na nossa também.
Diante do verão que se aproxima, desejamos a todos muita curtição e muito cuidado com a alimentação, afinal, ela pode ser uma arma para proporcionar muitas doenças ou um remédio maravilhoso que nos dará saúde e satisfação em fazê-la e isto só dependerá de nossas escolhas.
* Sávia Francklin Mansur – Nutricionista. Graduada pela UFV- Viçosa, MG; Pós Graduada em Saúde Pública pela UFV. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade pelo UNEC, Caratinga, MG.
Professora do Centro Universitário de Caratinga – UNEC, Caratinga, MG do Curso de Nutrição. Coordenadora do Setor de Nutrição da SMS de Manhuaçu.
Responsável Técnica pela Unidade de Alimentação e Nutrição – SND – da SMS de Manhuaçu
Mais informações sobre o autor(a): http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4209839P0.