Ensino a Distância: o futuro é agora
Os processos e estratégias de desenvolvimento econômico, social e inclusão social encontram-se hoje indissociáveis das dinâmicas e políticas de informação, conhecimento, aprendizado e inovação. Isto porque o conhecimento tornou-se, hoje mais do que no passado, um dos principais fatores de superação de desigualdades sociais, obsolescência, qualificação da mão de obra e geração de valor.
A produção da riqueza, atualmente, vive a consolidação da globalização não só da indústria e do comércio, mas também da prestação de serviços personalizados, que utilizam essencialmente a informação e o conhecimento como meios para alcançar resultados valorosos e duradouros, para a economia e para a sociedade.
Vivemos a sociedade do conhecimento, onde a informação está acessível a qualquer momento e em qualquer lugar, centrada em tecnologia da informação e do conhecimento, e onde os mais preparados e organizados se apropriam do conhecimento, de como aplicar ou se utilizar a informação, de maneira estratégica para alcançar sucesso na vida pessoal e profissional.
A educação moderna na sociedade do conhecimento é diversificada e participativa. Os alunos não são passivos, eles não vão à escola apenas para aprender, eles já apreendem de outra forma, por outros meios. A escola, ou instituição de ensino da sociedade do conhecimento se posiciona como um agente da sociedade civil organizada para promover a orientação de conteúdo, para troca de ideias e de experiências, onde o conhecimento pode ser levado, também, pelo aluno.
Devido ao surgimento de recursos tecnológicos modernos de informação e comunicação que possibilitam o desenvolvimento e a evolução das maneiras de educar é cada vez maior a quantidade de instituições de ensino, no Brasil e no mundo, que busca se inserir no mercado de Ensino à Distância (EaD).
O EaD cresce de forma exponencial no país, impulsionado por recentes programas do Governo Federal para facilitar o acesso de alunos ao Ensino Superior. O Ensino a Distância (EaD) é a modalidade de ensino que mais cresce no Brasil. Todo ano, novos cursos superiores são reconhecidos pelo MEC. As matrículas de bacharelado, licenciatura e cursos superiores tecnológicos à distância já somam mais de um milhão, de acordo com o último Censo da Educação Superior. Um Estudo realizado pela Sagah, empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EaD, prevê que, em 2023, o ensino superior à distância já corresponderá a 51% do mercado.
Existem duas principais características que influenciam diretamente este crescimento para o Ensino a Distância no Brasil, neste momento. A pesquisa aponta que 61% dos entrevistados consideram que o mais relevante do EaD é o fato de se poder estudar quando e onde quiser, pois o perfil do aluno que opta pelo ensino superior à distância é de que 41% têm entre 31 e 40 anos e 87% trabalham fora. O outro grande fator que justifica o crescimento do EaD é a média do valor das mensalidades de cursos de graduação, pós-graduação e cursos livres de aperfeiçoamento profissional. Quando comparados com os valores das mensalidades de cursos presenciais tradicionais são significativamente mais baixos. Os principais hábitos dos estudantes também foram mapeados, entre eles os que se destacam são: 90% estudam de casa, 58% sozinhos e 62% à noite.
Outro dado que a pesquisa do instituto Sagah evidenciou é o fato de que, aproximadamente, das 15 milhões de pessoas que estão fora do ensino superior no País, 67% só podem comprar educação superior no Brasil com o preço de Ensino a Distância, exatamente por ter maior concorrência e valores mais acessíveis. A redução de vagas de programas como o FIES (Financiamento Estudantil do Governo Federal) faz a demanda por EaD crescer ainda mais, o que resulta na possibilidade de superar a oferta de cursos presenciais na próxima década, ou menos.
Para os profissionais de ensino ou educação de maneira geral é fácil perceber que o modelo de Educação a Distância dentro do conceito de Educação On-Line por meio da Internet se apresenta como o mais interativo dos disponíveis atualmente. Este modelo requer o uso, efetivo e consciente, de ferramentas de Tecnologia da Informação que geralmente são recursos que visam o ideal de autonomia e construção coletiva do conhecimento.
Isso reitera a importância dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que integram diversas ferramentas de comunicação disseminadas na Internet para o uso educacional. A utilização destas ferramentas trouxe à Educação a Distância não só a potencialização dos conceitos de autonomia e construção coletiva, mas também a permanência dos alunos nos cursos. Isto porque, através destas ferramentas, há a possibilidade da participação ativa de alunos e professores, além do incentivo à responsabilidade dos mesmos para com o aprendizado.
O Ensino a Distância é uma demanda da Sociedade do Conhecimento. No Brasil ainda há muito aprimoramento necessário para essa modalidade de ensino, principalmente quanto à regulação e fiscalização. O quesito qualidade ainda é muito questionado, principalmente por profissionais tradicionais da educação. Mas uma coisa pode-se afirmar: O futuro do EaD é agora, não é uma moda e veio para ficar e fazer a diferença.
* Hebert Luiz Amaral Costa – Possui graduação e mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é professor de ensino superior no Centro Educacional de Caratinga – UNEC e Consultor em Tecnologia da Informação, Gestão Estratégica de Empresas e Gerenciamento de Projetos. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, reengenharia e automação de processos administrativos e atua principalmente com as seguintes áreas: software livre, software público, infraestrutura de TI, sistemas de informação especialistas, planejamento e gerenciamento de projetos.
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