Dando sequência sobre a repercussão da participação no Podcast do Diário, um dos temas abordados foi sobre a decisão de não permanecer à frente da Liga Caratinguense de Desportos. Pra começo de conversa, mesmo tendo feito parte do grupo que trabalhou para que o Campeonato da LCD voltasse a ser promovido em 2002, ser presidente da Liga nunca foi um desejo. Sempre procurei colaborar com todos os presidentes que passaram pela entidade, através do meu trabalho no Rádio, na TV, e claro aqui no Diário de Caratinga. Desafio a qualquer um dos que presidiram a entidade, a dizer que não teve meu apoio. Porém, ainda durante a pandemia, Alrimar Moreira, então presidente do Palmeiras de Santa Efigênia, começou um trabalho para reunir um grupo e me convenceu a ser candidato. Um dos argumentos, corríamos o risco de depois da pandemia, não ter assim como aconteceu depois de 1996, uma paralisação por anos do nosso futebol organizado pela LCD. Assim, em 14 de Março de 2022 assumimos a presidência. Como já dito aqui mesmo nessa coluna, a decisão de não permanecer na Liga, foi tomada antes da decisão do Regional 2023.
Motivos para não continuar
Como falei no programa, conviver com críticas faz parte da minha vida desde que me entendo por gente, afinal: preto, pobre, nascido na favela, criado por uma mulher sozinha. Portanto, imagina só o que não ouvi nesses 51 anos de vida? Críticas, mesmo vindo de quem nunca construiu nada, não costumam me tirar do sério, a não ser que parta para o lado familiar. Portanto, não foi nenhuma crítica que me fez querer sair da LCD. Os principais motivos são: Projetos profissionais, ter mais tempo para família e qualidade de vida. Entretanto, decepção com algumas pessoas, perseguição e covardia, também pesaram prá que um ano antes do fim do mandato, já havia decidido que não iria permanecer. A entrevista completa, no canal Diário Cast no YouTube.
Regularização da Liga
Como dito no Diário Cast e aqui também em várias oportunidades, minha principal frustração ao deixar a LCD, foi não deixá-la regularizada. Conversando com o presidente eleito Paulo Afonso, ele também assume com esse objetivo. Porém, depois de três anos à frente da Liga, percebi que regularizar a entidade é um desejo de quem assume, não da maioria dos clubes. Na verdade, com raríssima exceção, eles não estão nem aí pra regularizar Liga. Afinal, a grande maioria deles se quer tem estatuto com diretoria formada, sem CNPJ ou personalidade jurídica. Além disso, uma Liga regularizada, significa algumas obrigações que nenhum deles parece querer ter. Prá começar, obrigação de transferir jogadores de outras Ligas pra poder disputar o Regional, e ter que pagar por isso, não é algo que agrada a todos. Não poder inscrever jogadores profissionais, a não ser em caso de reversão, é outra coisa que alguns clubes não gostam. Em 1996, o presidente da época Jorge Mendes Magalhães, foi a FMF para regularizar, mas, os clubes preferiram seguir com a Liga “barbante”. Ele está aí pra contar essa história pra quem quiser ouvir.
Rogério Silva
@rogeriosilva89fm