Walber Gonçalves de Souza fala de “Primeiros Textos”, livro organizado por ele e pelo professor Marco Antônio Gomes e que reúne artigos de alunos do Curso de Psicologia do UNEC
CARATINGA – “A escrita é a pintura da voz”, já dizia o filósofo iluminista francês Voltaire. Sendo assim, o professor Walber Gonçalves de Souza tem estado com sua voz bastante ativa. Depois de um tempo ‘recluso’, em 2015 trilhou novamente o caminho da escrita e voltou a ser colunista do DIÁRIO. Desde então já participou da coletânea “Além da Palavra” e foi agraciado com o Troféu Cora Coralina, concedido pela Academia de Letras de Goiânia. Agora ele se prepara para lançar “Primeiros Textos”, livro organizado por ele e pelo professor Marco Antônio Gomes e que reúne artigos de alunos do Curso de Psicologia do UNEC. O lançamento será às 19h30 do dia 14 de junho (terça-feira) no Núcleo de Documentação e Estudos Históricos (NUDOC).
Walber falou com a reportagem do DIÁRIO e como professor foi enfático ao afirmar “acredito que pela leitura podemos transformar o Brasil!”. Então vamos ler o que Walbão tem a nos dizer.
Você ficou um bom tempo sem escrever e no ano passado resolveu voltar, tornando-se um colunista do DIÁRIO DE CARATINGA. Qual foi o motivo deste ‘hiato’ e o que lhe motivou a retomar ao caminho da escrita?
Escrever é algo que me agrada. Sinto prazer em escrever, em saber que um texto meu poderá ser lido e que através dele posso estar contribuindo de alguma forma com a formação cultural das pessoas. Durante três anos consecutivos, de 2000 a 2002 mantive uma coluna semanal no DC. Mas a partir de 2003 atividades envolvendo a docência passaram a consumir muito do meu tempo e logo depois, com o nascimento das minhas filhas, minha atenção ganhou outro foco. Já em 2015, fui surpreendido pelo convite da jornalista Nohemy para escrever um artigo especial para a edição de aniversário do DC e deste então voltei com a minha coluna.
Em seus artigos você costuma falar sobre assuntos diversos, fazendo críticas quando necessário. Você acredita que os artigos são um importante instrumento para fazer com que as pessoas reflitam sobre determinados assuntos?
Tenho fé que sim, pois quando escrevemos possibilitamos a transmissão de ideias, o confronto de informações e pensamento. A meu ver, um artigo de opinião, carrega consigo literalmente o que o nomeia, portanto, uma opinião. Por isso, não pretendo ser o dono da verdade e nem tampouco esgotar o assunto refletido em um artigo. Já sobre as críticas, vejo que elas são necessárias em certos momentos. Pois, de tapinha nas costas e bajuladores aqueles que detêm as mais diversas formas de poder andam bastante rodeados.
Você é conhecido pela interação com o público jovem, inclusive criou um blog que se tornou uma ferramenta nesse processo. Apesar dessa facilidade em lidar com essas pessoas, considera um desafio?
Um mega desafio. Lidar com o público jovem requer muita responsabilidade. Quando somos ouvidos pelos jovens, nossas palavras carregam um peso muito grande. Não podemos dizer qualquer coisa. O discurso não pode ser vazio e nem tão pouco fútil. De alguma forma temos que deixar uma mensagem que o toca e o faça refletir. Sinto que nossa sociedade abandonou os jovens e as crianças e o resultado de tudo isto é o desenvolvimento de uma sociedade sem rumo, sem valores, sem esperança.
Você está prestes a lançar “Primeiros Textos”, pela primeira vez uma obra que conta com sua organização. Como se deu essa oportunidade e a ideia desse livro?
Olha, uma experiência muito bacana! Organizar uma obra literária em um país que valoriza tão pouco a cultura está sendo animador e ao mesmo tempo estou sentindo uma sensação prazerosa de uma missão cumprida. Com o livro incentivamos a leitura, a escrita, o gosto pela cultura e torço para que se torne, entre os meus alunos, a motivação para outras obras.
Fale um pouco sobre as pessoas que participarão como autores e do conteúdo do livro.
Uma semente que foi lançada entre os alunos do 1° Período Curso de Psicologia do UNEC e que está germinando formidavelmente. Estamos lançando um livro destinado aos alunos do 3° ano do ensino médio, com textos tratando de assuntos variados e que fazem parte do mundo destes alunos, como por exemplo: A ditadura da moda; A influência das músicas; Drogas; Gravidez na Adolescência; Sexualidade; Religiosidade e etc. Cada texto foi escrito por dois acadêmicos sendo supervisionados por um professor do curso de Psicologia.
Recentemente, você foi agraciado com o Troféu Cora Coralina em Honra ao Mérito, pelo trabalho desenvolvido no ano de 2015/2016 em âmbito nacional. Como foi receber essa notícia, após ter retomado a escrita em tão pouco tempo?
Fiquei muito feliz em ser agraciado pela Acadêmica de Letras de Goiás, pela indicação da premiação. Significa que meus textos estão sendo lidos e que estão saindo das fronteiras de Caratinga. Tenho acompanhado que meus artigos estão sendo publicados periodicamente pelo Jornal Diário da Manhã de Goiânia. Mas foi uma pena não poder estar presente na cerimônia de entrega das homenagens que aconteceu em Goiânia no último sábado, dia 28.
Você é professor do Centro Universitário de Caratinga e é sabido o incentivo que a instituição dá à promoção da cultura e à literatura entre seu corpo de professores e alunos. Como o senhor avalia esta parceria?
Não teria como não avaliá-la de uma forma positiva. O livro “Primeiros Textos”, por exemplo, encontrou todo apoio logístico necessário para a sua realização. O “Além da Palavra”, livro escrito pelos professores e organizado pelo professor Eugênio, também é outro exemplo desta parceria. Agora, como cultura nunca é demais tomara que surjam outros projetos.
Como escritor, o que você prepara para ser colocado em prática futuramente?
Tenho alguns projetos literários em mente para realizar no segundo semestre: um deles envolvendo os alunos do Curso de Psicologia, outro em parceria com o professor Noé Neto e se der tempo pretendo lançar um sobre reflexões políticas, livro que tenho trabalhado nas horas vagas. Agora, de concreto, estarei participando como coautor de um livro que será lançado em 31 de agosto na Bienal do Livro de São Paulo, pela Editora Literarte; outro em outubro pela Editora Andross também em São Paulo. E claro, continuar publicando meus artigos nos jornais.
Suas considerações finais.
Aproveito para agradecer a todos as pessoas que gastam um pouco do seu tempo na leitura dos meus textos, espero estar colaborando com as reflexões; agradeço também a você Nohemy pelo incentivo e a todos da equipe do DC pelo espaço a mim oferecido. Acredito que pela leitura podemos transformar o Brasil!