CARATINGA – Um acidente de trabalho, ocorrido na manhã de ontem, deixou revoltada uma família que mora no Bairro Nossa Senhora Aparecida, pois havia a reclamação da falta de informações sobre o fato. De acordo com uma testemunha, Nivaldo José de Souza, 51 anos, faleceu depois que um elevador, instalado nas dependências da empresa Frical, teria caído sobre seu corpo. O frigorífico fica no km 4 da MG 329, estrada de acesso a Bom Jesus do Galho.
Na tarde de ontem, a esposa de Nivaldo, Miriam Basílio da Silva Souza, 46 anos, estava na delegacia de Polícia Civil em busca de ajuda, já que a Polícia Militar não tinha ido ao local fazer ocorrência, a perícia ainda não havia sido acionada e o corpo teria sido liberado para o IML (Instituto Médico-Legal). A mulher alegou que, até aquele momento, a empresa não tinha tomado qualquer providência e ela não sabia em que circunstância aconteceu o acidente.
Miriam contou à reportagem que Nivaldo estava trabalhando na Frical há 15 dias e ele foi contratado para o cargo de “desossador”, função da qual já tinha experiência, mas foi colocado como auxiliar de produção.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, contou que o acidente aconteceu por volta das 7h30. Nivaldo entrava debaixo de um elevador para pegar caixas de carne e colocá-las dentro do equipamento para que a mercadoria subisse. Nesse momento, o elevador teria se soltado e caído sobre Nivaldo. “Uma moça disse que apenas a perna dele havia sido imprensada, mas quando chegamos ele estava debaixo do elevador. Foi então que o puxamos e ele já estava sem cor e quase não conseguia respirar”, disse o funcionário. Um veículo da empresa teria levado Nivaldo ao Pronto Atendimento Microrregional (PAM), onde faleceu pouco tempo depois.
A mulher de Nivaldo disse que soube da morte por funcionários, pois a diretoria não fez o aviso. “A empresa me procurou por volta das 10h30 para dizer que arcaria com as despesas da funerária e mais nada. Estou atormentada com tudo isso”, disse.
Nivaldo será velado em Caeté/MG, sua cidade natal. Ele deixa a esposa, com quem era casado há 25 anos, e três filhos de 15, 21 e 24 anos.
A assessoria da Polícia Militar disse que a ocorrência não foi registrada por se tratar de um acidente de trabalho, portanto, não relacionado a um crime. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o acontecido, já que a perícia não foi acionada em momento algum. A reportagem entrou em contato por telefone com a empresa, que repassou o telefone do escritório do jurídico que está autorizado a falar sobre este assunto, porém as ligações não foram atendidas.